quinta-feira, 15 de março de 2012

NÃO foi no GRITO - 031




O HOLOCAUSTO AFRICANO e
SILÊNCIO dos JORNAIS do INÍCIO do SÉCULO XIX.

“Estima-se que cerca de 3 milhões de escravos  fizeram a viagem para o Brasil , vindos, sobretudo,  de áreas geográficas que atualmente formam a Nigéria, Angola e Cabo Verde”.


Fig. 01 – A violência e a agressividade do dominador - visível nesta figura - fizeram prosperar a ESCRAVIDÂO LEGAL  para números, métodos e uma cultura européia que contradizia todos os predicados de uma civilização. Violência, agressividade que extrapolaram e se projetaram subliminarmente  em hábitos e uma cultura contaminada pela raiz e que comprometem qualquer instituição, contrato social ou garantia de que não venham contaminar o presente.


O holocausto africano “não foi no grito” e sobre ele paira um silêncio lúgubre e que ninguém quer romper, até os dias presentes.
Diante deste holocausto africano não houve, até os dias atuais, denúncias conseqüentes e documentadas. Muito menos um pedido formal de desculpa pelos crimes deste holocausto e praticados contra a humanidade. A conivência foi universal e silenciosa e continua sendo. A cultura de valores eurocêntricos foi incapaz de encontrar em si mesma, formas de reparações, a altura, deste desviou universal. Segue-se a lógica de que no final das contas as vítimas eram os OUTROS. Quem praticou o crime foram OUTROS e que, afinal, nem eram do governo britânico da época e que até eram perseguidos por ele. Tudo volta ao curso normal e natural. O que transparece deste silêncio universal é o contrato subliminar e cínico “deixem às vítimas deste holocausto africano no seu merecido descanso”.

Fig. 02 – Os esqueletos de mãe e filho  na ILHA de SANTA HELENA  quando foram descobertos, por acaso, quando  das escavações para a construção de um aeroporto neste ilha solitária onde Napoleão Bonaparte passou os seus últimos dias e onde morreu

O holocausto africano, ao exemplo do judeu, do armênio e de tantas outras culturas, tardou em ser denunciado e quando o foi já era tarde demais. No entanto o holocausto africano nem ao menos foi denunciado.  O silêncio - que se formou ao redor destes desvios da conduta humana - se naturalizou. Naturalidade que aceita as atrocidades silenciosamente, sem publicidade e evita a luz dos fatos deste matadouro humano. Pior do que isto: todos os fundamentos da cultura material do Novo Mundo mergulham fundo no sangue, carne e sofrimento do cativo africano os seus fundamentos de seu primeiro impulso. 


Gravura do artista francês Jean Baptiste Debret (1768-1848)
Fig. 03 – A figura do  PATRIARCA  ostenta os poderes de vida e morte  especialmente sobre a existência, trabalhos dos seus escravos trazendo-os na mais absoluta heteronomia de sua própria vontade e os caprichos de sua família legal..

Abolida a escravidão legal, mais devastador é o traço de heteronímia da vontade e relativismo do direito e da justiça permaneceu nos hábitos subliminares da mais abjeta escravidão. Em todas as culturas americanas paira a heteronímia da vontade e o relativismo do direito de quem obedece e de quem  manda e se move face ao poder público e particular. As raízes dos problemas do ajuste de contas da cruel “Guerra da Secessão” (1860-1865) e a longa e penosa negociação e contrato para a saída, entre 1963 e 1965, do estigma social da segregação, da discriminação e do “apartheit” Norte-Americano, vieram embaçados nos porões dos cativos africanos. 



Gravura do artista francês Jean Baptiste Debret (1768-1848)
Fig. 04 – Alguns dos  sobreviventes das viagens mostram a intencional  mistura de etnias e culturas e línguas e disposto e distribuídos no território do Brasil para que lhes fosse impossível a comunicação recíproco dos cativos entre si mesmos,  a não ser nas formas do seu   PROPRIETÁRIO  Alem disto passavam violentamente do regime do plano social e político da tribo para a posse física da família da era agrícola.

A humanidade perdeu, ou está escondendo, o número dos cativos que foram embarcados na África. Estima-se que, só para o Brasil, foram embarcados ao redor de três milhões de seres humanos na condição de cativos absolutos e legais. O Novo Mundo foi um destino, do Norte ao Sul, de levas incontáveis destes cativos. A morte deixou um rastro de proporções assustadoras entre estas levas e que ninguém importava sequer o número. Numero que sumiu, contudo, convenientemente nas ondas do Atlântico que recebeu estes infelizes com um túmulo silencioso, e distante das  luzes da primeira era industrial. Ninguém sabe enumerar as mortes destes cativos, apesar de serem vítimas dos métodos em série da era industrial, da ganância cumulativa e da moral fabricada sob moldes convenientes para esta nova infra-estrutura. Era industrial que sob o impulso da série do acúmulo sem medida e da moral das meias verdades continua pródiga em holocaustos planejados por mentes sinistras e que se valem da linha de montagem para administrar a morte, a tortura e a barbárie. Linha de montagem de quem se julga com este direito. Linha de montagem planejada e executada, em série, com frieza e com determinação. As rotas marítimas dos navios negreiros – navegando sob as bandeiras  de todas as nações, que se diziam civilizadas, inauguraram esta linha de montagem sinistra, silenciosa e fora do alcance do olhar físico, moral e do qual pouco se sabe até os dias presente.
Esporadicamente, muito vezes por mero acaso, o problema emerge das profundezas oceânicas.  Acaso como aquele da necessidade de construir um aeroporto numa isolada ilha britânica do Atlântico. Acaso que ganhou manchetes em jornais britânicos em março de 2012, apesar de ser manipulado por meias verdades, com uma auto-piedade atroz e sem o menor efeito reparador de alguma das suas vítimas. 



Fig. 05 – Uma descoberta ocasional na  cidade continental africana de LAGOS  mostra o descarte puro e simples no  LIXÂO PÙBLICO,  dos corpos dos escravos.

Arqueólogos descobriram túmulos contendo corpos de 5.000 escravos em ilha remota.
Os africanos morreram , em 1800, sob custódia da Marinha Real depois de ser apreendidos em navios de mercadores de escravos, e foram enterrados em Santa Helena
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Arqueólogos britânicos da Universidade de Bristol descobriram em  valas comuns na ilha. de Santa Helena e Arqueólogos cuja capital é Jameston
Arqueólogos britânicos descobriram um cemitério de escravos contendo cerca de 5.000 corpos em uma remota ilha do Atlântico Sul.
Os cadáveres foram encontrados na pequena Santa Helena, 1.000 milhas ao largo da costa sudoeste da África.
Aqueles que morreram foram retirados de escravos negreiros pela Marinha Real em 1800.
Muitos dos cativos morreram depois de ser mantidos a bordo de navios britânicos em condições desumanas ou em campos de refugiados quando chegaram à ilha.
As escavações, realizada antes da construção de um novo aeroporto na ilha, revelaram os horrores do tráfico de escravos no Atlântico.
A rota tomada por navios de transporte de escravos da África para o mundo novo. era denominada de a Passagem do Meio
Era a segunda etapa de uma viagem triangular realizado por navios europeus. A primeira etapa seria envolvê-los tomar os bens manufaturados para a África, que eles iriam trocar por escravos.
Depois de os africanos foram entregues para os EUA, os navios levariam matérias-primas para a Europa.
Especialistas da Universidade de Bristol liderou a escavação. Um deles, o professor Mark Horton, disse: "Aqui temos as vítimas do Middle Passage - um dos maiores crimes contra a humanidade - não apenas como números, mas como seres humanos.
"Estes restos são certamente algumas das mais comoventes que eu já vi na minha carreira arqueológico."
Santa Helena foi o local de desembarque para muitos dos escravos capturados pela Marinha durante a repressão do comércio entre 1840 e 1872.
No início do século, Santa Helena, onde Napoleão Bonaparte foi exilado para. Morreu lá em 1821.
Cerca de 26.000 escravos libertados foram levados para a ilha, sendo a maior parte desembarcou em um depósito na Baía de Rupert.
Terríveis condições nos navios significava muitos não sobreviveram a sua viagem.
Vale de Rupert - uma via árido, sem sombras e sempre muito vento - também foi mal adequado para uso como um hospital e campo de refugiados para tão grande número




Fig. 06 –  O primeiro destino dos sobreviventes era o   MERCADO dos ESCRAVOS e cuja aparência e métodos  impressionaram o artista francês Jean Baptiste Debret (1768-1848)  

Os arqueólogos da universidade, até agora descobertos 325 corpos - em sepulturas individuais, múltiplas e massa - e esperam encontrar cerca de 5.000.
Apenas cinco pessoas foram enterradas em caixões - um adolescente e quatro bebês natimortos ou recém-nascido.
Os outros tinham sido colocados diretamente em covas rasas antes de ser rapidamente cobertos. Em alguns casos as mães eram enterrados com seus filhos.
Dr Andrew Pearson, da universidade informou que 83% dos corpos eram de crianças, adolescentes ou adultos jovens.
Os jovens muitas vezes eram matéria-prima para os comerciantes de escravos, que buscavam as vítimas em potencial com longas vidas úteis.
A maioria das causas de morte não pôde ser estabelecida sobre os corpos como os assassinos principais - a desidratação, disenteria e varíola - deixar nenhum traço patológico.
Mas os especialistas encontraram o escorbuto foi difundida em vários esqueletos e mostrou indícios de violência, incluindo dois filhos mais velhos, que pareciam terem sido baleados.
A equipe encontrou evidências de que as vítimas eram de uma cultura rica, com um forte senso de identidade étnica e pessoal.
Alguns conseguiram manter os itens de jóias, tais como contas e pulseiras, apesar de o processo físico de separação que teria ocorrido após a sua captura.
Um número de etiquetas de metal também foram encontrados nos corpos que teriam os escravos identificados por nome ou número.
Pearson, diretor do projeto, disse: "Estudos de escravidão geralmente lidam com números inimagináveis, trabalham em um nível impessoal e, ao fazê-lo, esquecem  as vítimas individuais. No Vale do Rupert, no entanto, a arqueologia nos traz literalmente cara a cara com as conseqüências humanas do comércio de escravos."
Artefatos escavados serão transferidos para a Liverpool para uma exposição no Museu Slavery International, em 2013. Os restos humanos voltarão  a serem enterrado em Santa Helena.


Este texto jornalístico, escrito por britânicos, esconde qualquer pedido formal de desculpas e muito menos sugere um mínimo de reparação. Textos desta natureza, que apesar de erguerem friamente uma ponta do crime só colaboram para a permanência das barreias da desconfiança recíproca que impedem ou escamoteiam qualquer em mínimoas condições para CONTRATOS dignos e válidos entre as partes.
Certamente a noticia, deste holocausto negro de tantas vidas, deve ter circulado, na época, entre jornalistas britânicos. Contudo  nenhuma linha transpirou, em forma impressa, tanto para a nação britânica e muito para outras nações, tanto na época como nos 200 anos posteriores
Assim afloram as condições miseráveis das tribos ameríndias, dos quilombolas e os tapetes humanos espalhadas pelo centros urbanos formadas pelas legiões de sem teto. O medo recíproco arrasta tempo afora este problema e que recebe recorrentes paliativos, menos a autêntica reparação, o reconhecimento formal do mal praticado no passado.

Um ponto no imenso Atlântico e túmulo da metade dos cativos que eram arrancados da África.  Aos poucos é possível desvelar o silêncio do CORREIO BRAZILENSE em relação aos africanos e a os ameríndios.


GAMES of TRHONES - CP 15.07.2011
Fig. 07 – O sonho subliminar cultivado pelo branco europeu do poder é sustentado ,  nos dias atuais,  pela  INDUSTRIA CULTURAL Sonho que expõe  as raízes de onipotência, onisciência e onipresença impossível e que se revela em  holocaustos, massacres e de guerras irracionais e sem ética. Os povos africanos foram e continuam sendo uma das vitimas deste sonho insensato
Mesmo esta versão dos fatos não é muito convincente, em março de 2012. Se de um lado se evidencia o desejo subliminar, deste articulista, de nobilitar a construção do Estado Britânico e sua Real frota do outro lado escancarar as corrupções das corporações mercantilistas britânicas. No combate entre o GOVERNO NATURAL e o GOVERNO CONTRATUAL. O GOVERNO CONTRATUAL é encarnado aqui, pelo Estado e sua frota marítima. O GOVERNO NATURAL encarnando-se nas antigas concessões das corporações  (terceirizações, como se diria no presente) que se corromperam ao se tornarem convenientes, tradicionais naturais e sem ética alguma.  O novo GOVERNO CONTRATUAL recebeu a missão  de eliminar o GOVERNO NATURAL corrompido em especial como os seus frutos do mal que era o monopólio do tráfego criminoso. Esta tarefa significava literalmente cortes na própria carne deste GOVERNO NATURAL corrompido. Ficava exposta - e evidente a todos - a triangulação na qual tirava proveito a primeira era industrial. Ela tinha um pé nestas organizações satanizadas agora ao destinar os seus produtos.
Os jornais e os seus jornalistas calavam este combate entre novo GOVERNO CONTRATUAL  e o GOVERNO NATURAL corrompido. Na sua prudência temiam que não era conveniente dar letra do forma a este novo projeto civilizatório. Na sua fragilidade poderiam transformá-lo num flagrante e definitiva derrota do novo GOVERNO CONTRATUAL. Esta prudência custou milhões de vidas, que afinal, eram definitivamente do OUTROS. No início do século XIX, o pesadelo britânico estava mais próximo, no outro lado do Canal da Mancha, e representado pelaFrança que organizou uma republica de malvados, que prometeu a toda a Europa as reformas porque os povos anelavam escrevia o Correio Braziliense (nº 46, p.380, de março de 1812). A África ficava muito longe desta lembrança e não contava nas “reformas porque os povos anelavam”.
Estes povos africanos permaneceram,  física e mentalmente, bem longe dos olhos, do coração e do sagrado direito de o europeu ser o centro do poder universal e o seu derradeiro juiz. Centro presumido, que se auto-atribuiu, até os dias atuais, a missão de levar a sua civilização ao restante do mundo, custasse o que custasse. Em vista deste projeto subliminar, o europeu continua, em março de 2012, a ser  conivente, desculpar e a tropeçar num GOVERNO NATURAL. Continua este projeto subliminar, a semelhança dos seus JORNAIS sobre o HOLOCAUSTO AFRICANO, do INÍCIO do SÈCULO XIX, mantido sob o máximo SILÊNCIO possível.
A Arqueologia está contrariando a onipotência, a onipresença e a onisciência européias, ao penetrar fundo nos vestígios deixados pelos povos africanos ao saírem da Pré-História. Afinal, a Pré-História é o capitulo mais recente da História.
FONTES

ESCRAVOS nas MÂOS OFICIAIS do GOVERNO BRITÂNICO
Archaeologists find graves containing bodies of 5,000 slaves on remote island
Africans died in custody of Royal Navy in 1800s, after being seized from ships of slave traders, and were buried on St Helena
·         The Guardian home Agency guardian.co.uk, Thursday 8 March 2012 16.41 GMT Article history

ESQUELETOS de ESCRAVOS no LIXO em LAGOS

A ESCRAVIDÃO e ARISTÒTELES

Um aeroporto para Santa Helena= para quê?


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