sábado, 14 de julho de 2012

NÃO foi no GRITO - 043



O COCHICHO e o TERROR PÚBLICO.

“Na revolução digital estamos no início do Terror de Robespierre. Segundo a comissão dos “Commons”, a divulgação não deve reconhecer nenhum limite de custo, inconveniência, senso de proporção ou ter preocupação com as consequências não intencionais”.
JENKINS, Simon For the digital revolution, this is the Robespierre moment. Londres : Guardian.co.uk, Tuesday 10 July 2012 20.30 BST


Fig. 01 – O obsceno ou aquilo que se passa fora da cena, e constitui um componente típico do “vaudeville” da cultura do século XIX da França. Na ilustração de Honoré Daumier (1808-1879), os personagens Scapin e Crispin sugerem - entre cochichos - cenas que não podem ser mostradas ao público. Evidente que podem sugerir cenas nas quais a imaginação faz o seu papel, distorcendo completamente a verdade dos fatos.

A Revolução Francesa é a mãe de todas as revoluções da História Contemporânea. O dia 14 de julho de 1789 marca um ponto de inflexão incontornável na História politica e social da Humanidade, sem de deixar de assinalar que proporcionou um cenário para evidenciar a emergência das novas forças tecnológicas, econômicas e científicas desta mesma humanidade. Para a maioria das nações americanas foi um palco para confirmar as suas conquistas, como aconteceu com os norte-americanos, um laboratório para vários lideres latino-americanos que atuaram nela e a inspiração maior para as conquistas das soberanias da maioria delas.
A Revolução Francesa foi o palco para vários contrários se oporem irreconciliáveis em polos violentos e letais. Contraditoriamente também se conectarem e, estes opostos unidos, salvarem a França e verem disseminadas as suas ideias em todo mundo. No âmbito interno, carregado de perigosas energias de equilíbrio precário, os cochichos longamente guardados, as intrigas e os mexericos excludentes e irrefreáveis. Energias que explodiram publicamente em exposição aberta e universal agregando grupos carregados de ódios recíprocos e avassaladores de todo equilíbrio.  Estes grupos instáveis carregaram o cenário da Revolução Francesa de segredos, de intrigas e de mexericos ao estilo de matilhas de lobos cada vez menores e mais fechados sobre si mesmos, porém letais para os grupos de fora.  Matilha em caça mortal e onde cada uma almejava manter o seu particular, o seu poder e a sua posse exclusiva das presas e que perseguiam com estratégias de caça jamais imaginadas entre seres humanos.


Fig. 02 – Uma matilha de lobos carregada de instintos agressivos e dominadores fez,  com que esta característica da espécie, contribuísse para levá-la à beira da sua extinção.

Quanto mais herméticos e coléricos, mais conseguiam gerar a oposição dos excluídos destes grupos fechados e corporativos. Estes excluídos apelaram ao GRITO PÚBLICO e que culminou no TERROR da Revolução Francesa sob a forte e a implacável liderança do advogado Maximilien François Maria Isidore de Robespierre (1758-1794). Este propugnava que a REPÚBLICA FRANCESA fosse colocada e mantida sob a égide “do tudo público, conhecido e contratado”. O maior símbolo desta vontade era a guilhotina pública e escancarada em praça publica. Onde o carrasco cortava, de uma forma igualitária, as cabeças da nobreza ou da plebe e ao ritual da frase  “EM NOME do POVO FRANCÊS”.

Fig. 03 – Em “NOME do POVO FRANCÊS” foi a última frase que quase 15 condenados ouviram ao longo do Reino do Terror da Revolução. O instrumento de execução havia sido recomendado pelo Dr Joseph-Ignace Guillotin (1738-1814) que soube um dos seus homônimos ter subido a este  cadafalso. Porém o medico morreu em Paris de causas naturais as 75 anos

O que não se esperava é que as nações aliadas e os grupos externos contrários da França conseguisse unir estes grupos carregados de ódios recíprocos e avassaladores de todo equilíbrio e os fizesse marchar em uníssono e a um só passo contra estes aliados intrometidos. Mesmo o Correio Braziliense apesar de sua firme oposição do seu editor à política francesa da sua época percebeu o equivoco dos aliados contra Napoleão Bonaparte. Assim ele registrou honestamente em Londres no seu jornal, na p.673 do nº 48, já em maio de 1812, o erro cometido  quando publicou que:.
“porque nenhuma nacaô tem o direito de entrar por meio  de outra com forca armada, para a obrigar a adoptar este ou aquelle  systema de policia interna, que os povos naõ desejem. Impolitica;  porque o exemplo da actual Revolucaõ da Franca prova amplamente, que a ingerencia das nacoens estrangeiras, que desejaram  derribar com as armas os systemas revolucionarios dos Francezes,  foi quem os unio entre si, para repellirem os inimigos externos”
Pior do que isto: as ideias revolucionárias francesas contagiaram e se espalharam no âmbito interno das outras nações agressoras e pretendentes a moralizadoras. “a ingerencia das nacoens estrangeiras, que desejaram  derribar com as armas os systemas revolucionarios dos Francezes [..]   foi quem trouxe aos outros estados as ideas revolucionarias da França, que os aniquilaram a quasi todos”   
Este contágio imediato prova que as ideias  não eram e não foram gerados apenas no interior da França. Toda a Civilização Ocidental estava esperando um pretexto para estar livre da velha ordem. O lampejo da derrubada da Bastilha apenas acendeu o rastilho do barril de pólvora. Barril de pólvora dos segredos recalcados, das intrigas e dos mexericos dos ansiosos em manter o particular, o poder e a posse exclusiva no âmbito de grupos cada vez menores e fechados sobre si mesmo.

Fig. 04 – Os legisladores redigem a Constituição norte-americana elaborada pela Convenção Constitucional de Filadélfia- Pensilvânia, entre 25 de maio e 17 de setembro do ano 1787, vigente, nesta nação, até os dias atuais. Ela é uma das primeiras constituições nacionais e implanta um novo regime governamental, na passagem do Ancien Regime e coerente com a Era Industrial que estava no horizonte da História.

Contudo estamos cada vez mais distantes da cultura oral e do momento da explosão da revolução Francesa. Primeiro foi a imprensa que levou três séculos para colocar os cochichos em pública na Revolução Francesa para desespero e perda de cabeças de nobres e reis habituados aos seus segredinhos e códigos de falas que os mantinham no poder. No século XXI a internet está colocando aa alcance de toda a população os cochichos e os segredos de governos, empresários. Cochichos revelados aos que estão sendo usados.Como escreveu  Simon JENKINS em  For the digital revolution, this is the Robespierre moment

“ainda não temos a gravação obrigatória em câmeras de conversas de escritórioa e em casa, ao estilo de “1984”. Mas estamos chegando perto”.

Fig. 05 – O julgamento público do Rei Luís XVI, no dia 14 de janeiro de 1793, diante da Convenção, o levou à sentença de sua morte. A execução ocorreu no dia 21 do mesmo mês e ano. Era uma resposta da França da tentativa de invasão do seu território e da ameaça de o seu Rei unir-se aos agressores externos.


Na sua essência o Correio Braziliense continuava este projeto de tornar publico e universalmente conhecidas, pelo povo,  as intrigas os mexericos dos donos do poder colonial brasileiro. Manteve, em Londres, uma plataforma na qual revelavas aos excluídos os segredos os segredos, as intrigas e os mexericos de uma elite - que seguia os padrões do Ancien Regime - cujas expressões maiores na França haviam sido guilhotinados por Robespierre
Fig. 06 – A celebração do ENTE Supremo, ao longo da Revolução Francesa, manteve o povo unido por um ritual concebido pelo artista Jacques Louis David e voltada à Deusa Razão.  O mentor, desta celebração pagã, era Maximilien François Maria Isidore de Robespierre, que desejava, assim, romper com a longo história da influência clerical na França.

Diante da mudança para era pós-industrial impõem-se novos contratos e pactos sociais coerentes e que fazem sentido neste novo tempo e circunstâncias. Como foram necessárias novas constituições nacionais e novos regimes governamentais, na passagem do Ancien Regime para a Era Industrial, assim serão necessários este novos pactos quando da passagem da Era Industrial para a Pós-Industrial. Certamente houve muitas tentativas e com pesadas e dolorosas revoluções e das quais a Revolução Francesa é a mais evidente. 

Fig. 07 – Os inimigos surpreendem e prendem Robespierre que teve um julgamento sumário e a execução, na guilhotina, dois dias depois, aos 36 anos de idade.

Ainda que até hoje não haja consenso e um juízo definitivo em relação a ela, constitui um índice da resistência a qualquer mudança de uma elite que num passado próximo ou remoto conquistou privilégios e que agora deseja manter como conquista definitiva. Contra esta elite  salta ao palco da História o povo de onde se origina o poder daqueles que o querem apenas e exclusivamente para as próprias mãos e destino próprios e de sua casta. Certamente o instrumento cirúrgico - sugerido pelo Dr. Joseph-Ignace Gillotin - decapitou multidões de nobres incluindo o Rei Luís XVI e Maria Antonieta foi uma lição de crueldade e barbárie, porém proporcional à cegueira e insensibilidade e falta de coerência com as novas circunstâncias. 

Fig. 08 – Robespierre e os seus amigos são guilhotinados, em praça pública, no dia 28 de julho de 1794,  dois dias após a sua prisão e aos 36 anos de idade.

As circunstâncias - que o século XXI está enfrentando -  são de ordem ainda mais profunda. Um controle eficiente, uma perturbação severa na geração e distribuição de energia e consequente bloqueio de comunicações poderão levar para catástrofes humanitárias inimagináveis. Qualquer grupo, corporação ou bloco continental - que se julgue mais forte,  competente e ou mais digno do que os outros - pode organizar controles, bloqueios e perturbações severas numa civilização em rede. De outra parte, é possível sugerir, nesta rede, um terror fictício, ao estilo do “vaudeville”, e que pode levar à histeria planetária global contra inimigos imaginados e ameaças vazias. A falta de coerência, insensibilidade e cegueira - para as novas circunstâncias - poderá levar para coisas piores do que os camuflados campos de concentração nazistas. A Revolução Francesa e os fornos crematórios nazista poderão parecer brinquedos diante de povos inteiros e até continentes conduzidos e mantidos em permanente fome avassaladora e carências de necessidades básicas. Fome e necessidades básicas perpetuadas em nome de elites que se dizem prevenidas, eficientes e fortes para manter o seu padrão de vida herdada da era Industrial.
Dois fatos reais do século XXI mostram a proximidade do Big-Brother ou as ameaças do romance  “1984”. Um é o atentado  de 11 de setembro de 2001,  praticado por meios os mais sofisticados da tecnologia. Outro é a execução de Bin Laden, no dia 02 de maio de 2011, num lugar e num pais remoto, contudo assistido diretamente, e em tempo real,  pelo presidente dos Estados Unidos na Casa Branca.

Fig. 09 – O senador brasileiro Demostenes Torres enfrenta isolado o Senado Federal em Brasília em 11 de julho de 2012

A estratégia básica destes grupos, corporações ou blocos continentais certamente será o sigilo à toda prova, o cochicho o mais confidencial possível, a intriga a mais perversa possível e o mexerico o mais degradante e obsceno. As consequências - desta estratégia do segredo - explodirão, a céu aberto, ao exemplo da lâmina brilhante da guilhotina, da Revolução Francesa, operando industrialmente em praça ampla e aberta e manejada, em nome do povo que se julga desacatado, oprimido e traído pelos demais da espécie humana. Calcula-se que 15 mil vítimas passaram pela guilhotina entre 1792 e 1799.
 Esta estratégia deverá ser exercida com surpresa, determinação e com a remessa, para o futuro, de qualquer julgamento moral dos atos praticados em nome destes grupos, corporações ou blocos continentais. O exemplo, entre outros, vem do Paraguai, que em 2012, no prazo de 48 horas,  conseguiu liquidar - com a aparência da mais plena legalidade - o mandado do seu presidente e o seu governo.

CORREIO do POVO - 12.07.2012
Fig. 10 – O ex-presidente do Paraguai, Fernando Lugo caminha solitário pelas ruas de Assunção - Paraguai

Nenhum EU singular será capaz de fazer frente a este tsunami. Assim como milhares de nobres não passaram de folhas caídas e varridas pelo vendaval. Eles também subiram os degraus da guilhotina e perderam a cabeça. Esta cabeça que havia julgado que os seus escudos e a heráldica conquistada pelos seus antepassados poderia fazer frente a derrubada do Ancien Regime e que poderiam fazer face sozinhos ao terremoto e às mudanças de 1789.

CORREIO do POVO - 11.07.2012
Fig. 11 – O senador brasileiro Demostenes Torres dirige-se para fazer o discurso isolado o Senado Federal em Brasília em 11 de julho de 2012.

Uma civilização sempre será uma criação humana, por mais vantagens que seja capaz de disseminar entre os seus integrantes. Como criação ela também pode ser portadora do mal estar, da finitude e dos condicionamentos deste ser humano. Sempre deixará de fora grupos humanos. Sempre provocará contradições. Sempre terá, no mínimo, dois polos opostos e contrários. Estes contrários opõem-se, mas se conectam e em polos oposto e violentos muitas vezes. Estes exercerão, sem que ninguém o possa impedir, o cochicho, as intrigas e mexericos excludentes contra a exposição pública, aberta e universalizante. Os segredos, intrigas e mexericos dos contrários querem manter o particular, o poder e a posse que se mantém exclusivo do grupo e cada vez menor e mais fechado sobre si mesmo.

Quadro distorcido de Holbein
Fig. 12 – O observador humano sempre será alguém com o olhar orientado que percebe questões como um testemunho condiciona, pelos seus interesses, pela sua inteligência e cultura de que é portador, aquilo que observa no mundo empírico.

Na era pós-industrial dos recursos numéricos digitais não será diferente. Cabe uma educação humana específica para esta nova circunstância. Urge o tempo para que a educação seja para esta hora, e não para outra do passado ou futuro. Educação que não poderá contornar os componentes políticos e nem excluir, segregar ou direcionar um ou outro grupo para destinos distintos e irreversíveis.
O que é certo é que a passagem da História Moderna para a Contemporânea foi um processo em que nações soberanas isoladas estavam jogando o seu destino e fortuna como Estados Soberanos singulares. A passagem para a era Pós-Industrial é um processo no qual o destino da população mundial inteira do planeta estão em jogo. Nesta joga as informações confiáveis e em tempo real carregam todas as forças e energias humanas. A “Hora de Robespierre” é aquela que mantém estas forças públicas e em circulação, não só para o povo francês, mas para a população do Planeta todo.
A Revolução Francesa - como a mãe de todas as revoluções da História Contemporânea - possui ainda muitos segredos, cochichos e lições a serem exposto à luz do dia, apreendidos e colocados em prática devida e oportunamente.

Fig. 13 – Entre o cochicho e o  espaço público existe um enorme espaço empírico Tanto o Estado - como o cidadão singular – encontram um imenso universo para criações tanto individuais como as coletivas, neste espaço empírico. Contudo, este imenso espaço empírico pode tornar-se estéril devido a ideologias, a mediações que são ali aplicadas e forçadas e dirigidas por questões únicas fixas, definitivas e únicas. Mesmo as melhores e eficientes técnicas de comunicação humana e as tecnológicas mais revolucionárias podem cegar as inteligências, congelar as vontades e passar por cima dos mais elementares direitos humanos.

Os COCHICHOS do “1984” -  o DEDO do BIG BROTHER ou as SOMBRAS de OPORTUNISTAS ?

CIRIO SIMON SIMON
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FONTES
JENKINS, Simon For the digital revolution, this is the Robespierre moment. Londres : Guardian.co.uk, Tuesday 10 July 2012 20.30 BST

Jornais da época de Revolução Francesa
Imagens da Revolução Francesa
REBESPIERRE

Le Défenseur de la Constituition.

MORTE de BIN LADEN

CACO COELHO Dignidade e teatro Crônicas da Cena
CORREIO do POVO - ANO 117 Nº 288 - PORTO ALEGRE, SÁBADO, 14 DE JULHO DE 2012 Arte & Agenda
http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=117&Numero=288&Caderno=5&Noticia=443560


2012 - NEGÒCIO PARTICULARES regulam-se no ÂMBITO PARTICULAR
2012 - COMISSÂO FRANCESA de MORALIZAÇÃO E RENOVAÇÂO da VIDA POLÌTICA

BRASIL 2005 -  Jomard Muniz de BRITTO – Recife – Jardim de Cerâmicas de Brennand



Este material possui  uso restrito ao apoio do processo continuado de ensino-aprendizagem
Não há pretensão de lucro ou de apoio financeiro nem ao autor e nem aos seus eventuais usuários.

Este blog é editado e divulgado em língua nacional brasileira e respeita a sua formação histórica. ...
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1º  blog :
SUMÀRIO do 1º ANO de postagens do blog NÃO FOI no GRITO



segunda-feira, 9 de julho de 2012

NÃO foi no GRITO - 042


SUMÁRIO do 1º ANO.

meu único desejo será de acertar na geral opinião de todos, e para o que dedico a esta empreza todas as minhas .forças, na persuasão de que o fructo do meu trabalho tocará a meta da esperança, a que me propus.
Londres, l de Junho, de 1808   -  CORREIO BRAZILIENSE OU
ARMAZÉM LITERÁRIO.
LONDRES:  IMPRESSO POR W. LEWIS, Paternoster-Row,
Nº 001  JUNHO 1808.

Fig. 01 – O cenário improvisado de uma multissecular corte europeia e que continuava a ser sustentada pelas onipresentes igrejas e que há muito se havia instalado e mantido a colônia lusitana ultramarina. O Rio de Janeiro foi refúgio de uma das expressões da mentalidade do Ancien Regime onde prologou a sua própria agonia enquanto contaminava diretamente o Novo Continente. No seu retorno ao Velho Continente teve de dobrar as Cortes Lusas.

Este blog busca informações do decênio anterior à proclamação oficial da Independência do Brasil. Para tanto centra-se na leitura do Correio Braziliense (junho 1808 até dezembro 1822) sob a redação Hipólito José da Costa (1774-1823). O presente blog, nas suas sucessivas postagens mensais, busca a tese de que a SOBERANIA BRASILEIRA foi um processo longo e penoso e que, em hipótese alguma pode ser aceita a narrativa de que a Independência do Brasil FOI no GRITO. Na concordância e no contraditório, este blog vale-se, subsidiariamente, do tempo presente para mostrar a atualidade, a superação, ou não, das questões que o periódico impresso em Londres, tratava há dois séculos. No tempo presente orienta-se pela necessidade da redefinição circunstanciada, e permanente, do PODER ORGINÁRIO BRASILEIRO.
“os acontecimentos ultimo* do Brazil fazem desnecessário ao Redactor, o encarregar-se da tarefa de recolher novidades estrangeiras para aquelle paiz; quando a liberdade da imprensa nelle, e as muitas gazetas, que se publicam nas suas principaes cidade*, escusam este trabalho d'antes tam necessário”
CORREIO BRAZILIENSE  Nº 175  - DE DEZEMBRO 1822


Fig. 02 – O trabalho braçal no Brasil Colonial dependia inteiramente da atividade manual da mão de obra escrava. Esta era formada de variedade imensa de etnias, como se percebe pelos trajes e adereços destes carregadores que não se entendiam entre si mesmos necessitando do idioma do dominador para se comunicar entre si mesmos. O trabalho humano era realizado sem a intervenção de máquinas, pois a Rainha Maria I havia banida qualquer indústria.
 Veja o texto do Alvará de Maria I de 05 e janeiro de 1785 http://pt.wikisource.org/wiki/Alvar%C3%A1_de_D._Maria_I_sobre_a_ind%C3%BAstria_no_Brasil

 001  -NÃO HOUVE GRITO, a  NÃO ser de ANGÚSTIA e de MEDO.
sábado, 9 de julho de 2011

002 - MENTALIDADE da CORTE LUSA no BRASIL ou o BRASIL visto de LONDRES em JULHO de 1811.
terça-feira, 12 de julho de 2011

003 - As mais PODEROSAS FORÇAS  SÃO e AGEM  SILENCIOSAS.
segunda-feira, 18 de julho de 2011

004 - RIO PARDO POSSUI VIDA PRÓPRIA OPINIÃO de IVAN WINCK
quinta-feira, 21 de julho de 2011

Fig. 03 – A composição tipográfica de um jornal dependia, ainda em julho de 1812, da montagem de tipos móveis. O linotipo tornar-se prático em 1886. A máquina de escrever torna-se operacional na metade do séc. XIX  http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a5/S%26g1.jpg

005 - O SILÊNCIO da DESESPERANÇA - do que falam os muros em Porto Alegre - RS em 2011  ?.
domingo, 24 de julho de 2011

006 - A CONFEDERAÇÃO dos TAMOIOS ou a VOZ SILENCIADA dos VELHOS da TERRA
terça-feira, 26 de julho de 2011

007 - BIBLIOTECA, TIPOGRAFIA e JORNAL na BAHIA  em 1811,  na HETERONOMIA de CENSOR, de GOVERNO MILITAR e PAGOS.
segunda-feira, 1 de agosto de 2011

008 - A CAUSA MAIOR da GRITARIA e os ruídos da comunicação.
sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fig. 04 – A composição tipográfica de um jornal dependia, ainda em julho de 1812, da montagem de tipos móveis. O linotipo só viria tornar-se prático em 1886. Cada número do Correio Braziliense circulava entre 80 a 140 páginas. Contudo o número de agosto de 1812 era composto de 236 páginas.

009 - O SILENCIOSO PODER ORIGINÁRIO: O QUARTO PODER ou a SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA pelo  INSTRUMENTO da COMUNICAÇÃO SOCIAL NUMÉRICA.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011

010 - Os SEDUTORES e o SILÊNCIO dos IMPOSTORES.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011

011 - As RUIDOSAS PROMESSAS de ADOLESCENTES e as
INDEPENDÊNCIAS no NOVO MUNDO.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011

012 - BRASIL em SETEMBRO de 1811.
terça-feira, 20 de setembro de 2011

013 - BRASIL em SETEMBRO de 1811 no CONTEXTO das      
         SOBERANIAS SUL-AMERICANAS.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Fig. 05 – No mapa de Jean Baptiste Debret a província Cisplatina e Corrientes ocupam grandes áreas dos atuais estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Diante deste mapa é possível argumentar de que ele nunca esteve pessoalmente nestas províncias, pois neste mapa ele a faz constar Porto Alegre na província do Espirito Santo. As imagens relativas ao Rio Grande do Sul certamente ele o devia às lembranças e os desenhos do seu discípulo Manuel Araújo Porto-alegre que o acompanhou no seu regresso à Paris

014 - O PROCESSO do BICENTENARIO da SOBERANIA do URUGUAI.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011

015 - CIDADANIA e NOBREZA na INDEPENDÊNCIA do BRASIL.
terça-feira, 20 de setembro de 2011

016 - BRASIL em OUTUBRO de 1811.  O IMPÉRIO LUSO se DESAGREGA SILENCIOSAMENTE.
sábado, 1 de outubro de 2011

Fig. 06 – Um azulejo português retrata um caçador avulso. Mas também pode ser interpretado como a resistência portuguesa avulsa às sucessivas investidas francesas numa terra onde a era industrial ainda não havia chegado além de se constituir num território cativo da indústria inglesas  Ao longo da ocupação francesa o azulejo português foi proibido em Portugal.

017 - OUTUBRO de 1811 A SILENCIOSA FORÇA da SUBJETI-VIDADE.
domingo, 9 de outubro de 2011

018 - BRASIL em OUTUBRO de 1811. PREPARANDO SILENCIOSAMENTE, e com RAZÃO, a DERRUBADA dos PELOURINHOS LUSOS.
sábado, 15 de outubro de 2011

019 - BRASIL em OUTUBRO de 2011.  “EU ROUBO !... MAS, EU FAÇO !” , ou o ELOGIO de ALGUÉM com um PROJETO PÚBLICO.
domingo, 23 de outubro de 2011

020 - O BRASIL de novembro de 1811 e a MESA de CONSCIÊNCIA e ORDENS.
terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fig. 07 –  - Simon José Antonio de la Santíssima Trindad Bolivar y Palácios (1783-1830)  A instabilidade da península ibérica, após o triufo da Revolução americana, Francesa e invasão napoleônica dos seus territórios,  empurrou as províncias espanholas como as lusitana na América para um processo de soberania. Estas colônias não possuíam um quadro dirigente que pudesse entender e alcançar a complexa máquina administrativa de um país soberano.

021 - A VENEZUELA em novembro de 1811 e a LONGA, mas AUSPICIOSA PRIMAVERA da sua INDEPENDÊNCIA.
sábado, 5 de novembro de 2011

022 - TRES QUADROS RECRIAM EVENTOS das INDEPENDÊNCIAS de TRÊS NAÇÕES.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011

023 - UM IMPÉRIO de MENTIRINHA APARENTE
domingo, 13 de novembro de 2011

024 - O BRASIL em DEZEMBRO de 1811 ano no qual o  PRINCIPE REGENTE MANIFESTOU AMOR PATERNAL aos POBRES  e aos seus VASSALOS de PORTUGAL, JOGANDO-OS na CIRANDA FINANCEIRA INTERNACIONAL.
sábado, 3 de dezembro de 2011

025 - TODOS SOMOS ATENIENSES ou a DEMOCRACIA de “MENTIRINHA” e como ESTRATÉGIA para PERMANECER no PODER o MAIOR TEMPO POSSÍVEL e como o PRIMEIRO ATO de TODA REVOLUÇÃO.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fig. 08 – A improvisação de um atelier para o artista visual Jean Baptiste DEBRET com uma cadeira servindo de cavalete permite perceber a precariedade da Missão Artística Francesa a costumada com a glória e pompa da corte de Napoleão Bonaparte. Ao mesmo tempo é visível  as encomendas oficiais destinadas à nobreza e aos militares, além dos quadros sacros e profanos ecleticamente pendurados na parede do fundo

026 - O BRASIL em JANEIRO de 1812 ou o eterno discurso otimista e marketing do Estado contra as provas evidentes das desordens provocadas pelo mau sistema administrativo colonialista luso-brasileiro.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

027 - O DISCURSO por CIMA e por FORA  em janeiro de 1812 e em janeiro de 2012.
segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

028 - O BRASIL EM FEVEREIRO de 1812 ..ou a tentativa de corrigir um erro histórico.
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fig. 09 – O artista Jean Baptiste Debret desenhava este motivos indígenas a partir das aldeias das diversas tribos que se deslocavam do interior brasileiro para a corte no Rio de Janeiro. Nos três volumes que editou ao retornara para Paris descreve estes costumes, os seus hábitos e as formas de seus abrigos improvisados que armavam nos arredores da capital. Leia em
Certamente o costume persiste nas calçadas urbanas de Porto Alegre, em julho de 2012, quando é frequente encontrar o artesanato, as mães indígenas e os filhos acampados.

029 - O CORREIO BRASILENSE e a CONFEDERAÇÃO dos TAMOIOS.
domingo, 19 de fevereiro de 2012

030 - BRASIL em MARÇO de 1812. ENTRE um GOVERNO NATURAL e um  CONTRATUAL
domingo, 4 de março de 2012

RUGENDAS Johan Moritz  (1802-1858)  Açoites no tronco – Rio de Janeiro.
Fig. 10 – A violência e a manutenção do regime colonial expressavam-se especialmente nos sofrimentos e humilhações da camada da população à qual legalmente havia sido arrancado qualquer direito civil. As frustrações do lusitano, longe de sua terrinha de origem, eram descarregadas diariamente na carne do escravo. 

031 - O HOLOCAUSTO AFRICANO e o SILÊNCIO dos JORNAIS do INÍCIO do SÉCULO XIX.
quinta-feira, 15 de março de 2012

032 - BRIC’s e AFRICA ou as IMAGENS REMASTERIZADAS, em 3D, do COLONIALSMO.
sábado, 31 de março de 2012

033 - O BRASIL em ABRIL de 1812 no CORREIO BRAZILIENSE ou QUANDO UM GOVERNO de um ESTADO PERDE a sua CONEXÃO com o seu PODER ORIGINÁRIO e  AINDA o INSULTA.
terça-feira, 3 de abril de 2012

034 - Uma INSTITUIÇÃO BRITÂNICA e o seu SUCESSO na CULTURA BRASILEIRA
sexta-feira, 6 de abril de 2012

BLANES Juan Manuel 1830-1901 - O Juramento da Constituição de 1830 -  esboço b
Fig. 11 – A Republica do Uruguai alcançava a sua soberania plena no ano de 1830 quando a sua Constituição Nacional foi proclamada e festivamente comemorada pelo povo nas ruas. A Província Cisplatina seguia o modelo das pequenas pátrias ao modelo de Auguste Comte . O contrato Nacional de sua soberania, expresso nesta Constituição foi intensamente trabalhado na sua educação institucional.

035 - O BRASIL em ABRIL de 1812 no CORREIO BRAZILIENSE Uma RAINHA SONHA em COMANDAR, a PARTIR do RIO de JANEIRO, o MUNDO IBÉRICO e as suas COLÔNIAS.
segunda-feira, 16 de abril de 2012

036 - O PODER sem MEDIAÇÕES e o PODER ORIGINÁRIO.
segunda-feira, 23 de abril de 2012

037 - De MAIO de 1812 até MAIO de-2012:  MUDARAM as MOSCAS.
segunda-feira, 21 de maio de 2012

038 - ENSINO a DISTÂNCIA em 2012 e o CORREIO BRAZILIENSE de 1808 até 1822.
domingo, 27 de maio de 2012

039 - De JUNHO de 1812 até JUNHO de-2012:  O ESTADO ASSUME a FALHA do PÁTRIO PODER e TENTA MEDIAR.
sexta-feira, 8 de junho de 2012


040 - De JUNHO de 1812 até JUNHO de-2012:  Os conflitos irreconciliáveis entre facções afastam o  ideal de um  Commonwealth lusitano.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

041 - BRASIL em JULHO de 1812 e 2012:  O chá de cadeira e os expedientes da procrastinação da diplomacia lusa.
domingo, 1 de julho de 2012



Na busca informações - do decênio anterior à proclamação oficial da Independência do Brasil – encontra-se constantemente o pensamento:

“..quanto os ministros de Estado naõ forem os primeiros a submetter-se ás leys, e evitar os actos de arbitrariedade, he impossível, que deixe de existir uma cadêa de poder arbitrário em todos os funccionarios públicos, e por conseqüência um desprezo geral das leys, na naçaõ; porque  nada pode importar mais aos individuos do que agradar a seus imediatos superiores, seja ou naõ seja em conformidade das leys”.
Correio Braziliense nº 50, julho de 1812, p.157  

Este pensamento é uma constante e foi uma das causas profundas - ainda não estudadas - da derrubada da burocracia e o corporativismo rasteiro que sustentava o regime colonial, escravocrata  à proclamação oficial da Independência do Brasil. “cadêa de poder arbitrário em todos os funccionarios públicos, e por conseqüência um desprezo geral das leys, na naçaõ; porque  nada pode importar mais aos individuos do que agradar a seus imediatos superiores, seja ou naõ seja em conformidade das leys”.

Em julho de 2012, certamente vão longe os tempos dos confrontos sangrentos - ou não - entre as mentalidades que sustentavam o “Ancien Regime”  e aquelas da “Razão” e da Iluminação.


Fig. 12 – A artista visual Cláudia Sperb interage com a Natureza por meio das suas obras. Motivada e orientada pela mentalidade erudita e contatos com a cultura da Índia ela contribui para transformou o seu lugar de trabalho como uma janela para a civilização. Partindo dos mosaicos bizantinos enveredou para os pixels digitais quando eles eram novidade na informática. Desde mundo ampliou a sua experiência existencial com o Nirvana budista. Com ZERO da cultura budista e com o UM do mundo ocidental manteve uma carreira coerente consigo mesmo e com o seu mundo visto de uma janela de uma antiga propriedade dos primeiros imigrantes germânicos.

 Também fazem cada vez menos sentidos a herança dos confrontos entre a Direita e a Esquerda. Contudo a burocracia e o corporativismo - rasteiro e bajulador - conseguiu sobreviver e até saiu fortalecido destes embates barulhentos levando sempre o melhor para si mesmo em qualquer regime. Inclusive no Brasil invadiu e distorceu os dicionários da língua portuguesa. Falar em relação à ALVORADA, faz saltar imediatamente a figura do palácio e sede desta burocracia e a aspiração máxima de todo e qualquer partido e da sua auréola corporativista de todos os matizes e tons possíveis. Vão longe os poetas das madrugadas...que ainda rimavam alvorada com passarada.



Hipólito José da Costa
CORREIO do POVO -ANO 117 Nº 276 - PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 2 DE JULHO DE 2012 p,2 Nosso Colaborador Carlos Roberto da Costa Leite coordenador do setor de Imprensa do Musecom

02 de julho de 1823 - Bahia


09  de julho de 1932 – São Paulo


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