segunda-feira, 1 de outubro de 2012

NÃO FOI no GRITO - 051


O BRASIL em OUTUBRO de 1812
SEM FÁBRICAS, ESTRADAS e CANAIS NAVEGÁVEIS.
Os canaes e estradas que o Governo tem mandado abrir no Brazil, naõ sabemos que existam em outra parte senaõ no folheto que imprimio José da Silva Lisboa”
Correio Braziliense, nº 53, outubro de 1812, p. 667.
GILLRAY James 1756-1815 Os Ingleses ficam os mares e Napoleão com a Europa -1805- Gravura 261 x 362 mm
Fig. 01 – Na divisão do Mundo, a INGLATERRA fica com os MARES e NAPOLEÃO, com a EUROPA. Os talheres são os meios de comunicação, logísticos, e as máquinas que os países hegemônicos produziam. Os territórios nacionais são os pratos. As armas resultam da produção industrial, na linha de montagem em séries intermináveis e que movimentam grandes fortunas, geram impostos e favores.
A questão da logística no Brasil foi um estreito gargalo, tanto em 1812, como em 1912 e continua sendo em 2012. De outra parte em cada período administrativo brotam, em gabinetes herméticos à realidade, os mirabolantes projetos de trem bala, ferrovias norte sul ou transamazônicas. Projetos, que no máximo, chegam ao papel de periódicos que querem agradar aos donos do poder estatal nacional de plantão. Estes donos fazem questão de comparecer aos eventos do início de obras. Obras que raramente chegam até a metade do previsto, pois as verbas dos projetos somem misteriosamente. Para perceber isto basta abrir qualquer jornal de outubro de 2012, ou ficar atento a qualquer notícia econômica. Realidade fabricada no papel que é pretexto e permite sucatear a triste e incômoda realidade malhas ferroviárias resultantes de tantos outros projetos abortados no meio do caminho. Triste e incômoda realidade que faz os estaleiros nacionais viver aos soluços e solavancos.  Triste e incômoda realidade que se vinga e regozija quando uma companhia aérea aterrissa definitivamente e os seus despojos viram sucata ou depois é disputada pelas mesmas e antigas e horripilantes hienas concorrentes.
CRUIKSHANG Isaac 1756-1811 Os Amigos do Povo – gravura em 15.11.1792
Fig. 02 – As armas movimentam grandes fortunas, geram impostos e favores políticos e sociais na mesma proporção que produzem mortes humanas. Na divisão do Mundo, os donos das fábricas de armas são secundados e assistidos pelo capital.  Armas que resultam da produção industrial, na linha de montagem em séries intermináveis. Nunca se fabricaram armas sem que não fossem usadas. Que o testemunhem Estalingrado, em 1942, Hiroshima, em 1945 ou o Iraque em pleno  século XXI.
O que de fato estava ocorrendo no plano mundial, em outubro de 1812,  era a divisão do poder entre as potências colonialistas europeias. A “Vitória de Piro” de Napoleão Bonaparte, em 24 de outubro de 1812, e a tomada de Moscou escondiam, e mascaravam, o jogo das potencias europeias, alimentadas pelo poder emergente da era industrial. Era industrial que necessitava de matérias primas, o controle ou posse destas fontes, de braços para a sua elaboração e de mercado de consumo. Os Estados nacionais emergentes eram instrumentalizados pelo Capital e que os investia no papel de guardiães, conquista e exploração em nome da era industrial emergente. Era industrial que se alimentava da fabricação de armas que tinham de serem consumidas e destruídas nas guerras na mesma proporção em que eram produzidas.
CRUIKSHANK George -1792-1878   - Matador Corso em Perigo no Teatro Real Europeu.
Fig, 03– Os lideres, reis, presidentes e secretários gerais necessitam compreender o seu papel na arena da política global como CULPADOS de TUDO. Os líderes dos Estados, no sistema capitalista, são necessários como ícones, contudo descartáveis a qualquer hora. Desgaste e descarte que se produzem quando estes ocupantes de cargos públicos, não agem de forma coerente com as deliberações e decisões dos que controlam as grandes fortunas. Nunca faltaram os candidatos a “Napoleões”, dispostos a saltarem para a arena política depois do desgaste e descarte de um destes CULPADOS de TUDO. Com o poder delimitado pelo tempo do relógio, estes líderes necessitam movimentar-se para causar boa impressão no seu fazer e escaparem do desgaste e do descarte. Para fazerem jus aos impostos eles necessitam conceder favores. Os países hegemônicos lubrificam e criam armadilhas a estes CULPADOS de TUDO nos seus meios de comunicação, logística e as máquinas.
Evidente havia necessidade dos “CULPADOS de TUDO”, ou “bodes expiatórios” dos fracassos como “heróis provisórios e individuais” dos sucessos coletivos. Fracassos coletivos que de fato resultam e brotam dos projetos frustrados que chegam apenas ao papel de periódicos. Periódicos que apenas buscavam agradar aos donos do poder estatal nacional de plantão. Donos temporários que eram transformados, facilmente, em “CULPADOS de TUDO” pelos mesmos meios de comunicação industrial de massa. Estes mesmos países hegemônicos, dominam e manipulam, em outubro de 2012, os meios eletrônicos de comunicação instantânea via terrestre e estações do espaço extraterritorial no mesmo projeto colonialista de outubro de 1812.  Colonialismo que iria apoiar-se no nacionalismo. Este necessitava gerar e administrar uma semiótica unívoca e linear deste mesmo nacionalismo e a sua projeção, além-fronteira,  pelo projeto colonialista. Eric John Ernest Hobsbawn (1917-2012) caracterizou (1991, p.120)  os requisitos técnicos do Estado administrativo moderno ajudaram a patrocinar a emergência do nacionalismo”. Entre os requisitos técnicos encontravam-se o uso dos instrumentos pioneiros da comunicação de massa.
Um destes instrumentos pioneiros da comunicação de massa era o Correio Braziliense composto e impresso nas máquinas da primitiva indústria gráfica. Este periódico era impregnado pelo clima do projeto do império industrial britânico. Este jornal, coerente com esta lógica e muito distante da cena da realidade, escrevia no seu nº 53, de outubro de 1812, nas páginas 666 até 668, no segmento “Reflexoens sobre as novidades deste mez.  BRAZIL o que segue:
A p. 571 deste achará o Leitor uma conta de receita e despeza de uma das capitanias do Brazil; que deve servir de illustraçaõ ao modo porque o Governo daquelle paiz entende das suas finanças; e o como estas contas se arrumam, para serem apresentadas ao soberano.

Jean Baptiste DEBRET
Fig. 04 – No Brasil Colonial a força do trabalho dos braços escravos e do transporte, era uma constante. A mesma realidade que a corte lusa encontrou em 1808. Enquanto isto as máquinas a vapor, usadas tanto para o trabalho como para o transporte, tornavam-se cada vez mais uma realidade da 1ª era industrial. Uma competição desigual em volume, quantidade e qualidade. Contudo estava sendo testada e desenvolvida nos países adiantados e que por meio das máquinas impunham - aos menos desenvolvidos - a sua hegemonia e superioridade.

O saldo ou balanço de 1811, que nesta conta se representa como dinheiro existente na thesouraria, he um composto de bilhetes da alfândega, e da fazenda Real, vencidos a 3, 6, 9, e 12 mezes; e suposto com elles se pague aos credores do Erário Regio, com tudo podendo dizer-se, quese paga ao credor com uma nova divida, naõ he isto balanço a favor do Erário; e se calcula, que, naquella época a Fazenda Real devia naõ menos de 200:000.000 de reis; e o dinheiro metal comprehe
Fig. 05 – A força do trabalho e do transporte animal não podiam mais competir com as máquinas. Trabalho e transporte animal que em Portugal remontavam à época do Império Romano e, até anos recentes, a lógica de trabalho. Contudo o êxito para o meio industrial urbano condenou a economia lusitana ao abandono abrupto dos recursos do campo. Recursos especialmente favoráveis à alimentação, sem grandes mediações, de conglomerados econômicos e técnicos cujo único horizonte é o lucro monetário. Alimentação produzida próxima ao consumidor e sem produtos químicos de efeitos ainda desconhecidos, sobre a saúde humana, na História de Longa Duração.

Nesta, assim como em todas as mais capitanias, se segue o systema de deixar sempre algum dinheiro em caixa, ainda que haja dividas a pagar, a fim de se valerem desta reserva em casos urgentes; donde se segue, que quem vende os seus gêneros á Fazenda Real, contando com a demora do pagamento, augmenta o preço pelo menos 10 por cento acima do preço corrente, alem de outros 10, que se daõ ao comprador, o qual ás vezes o faz por 5 ou 6 segundo o ajuste. Dizem-nos que houve nesta capitania de que se tracta um escrivão da fazenda, que propoz um melhoramento a este systema; mas naõ foi attendido. No entanto, se bem nos lembra, a este mesmo Escrivão da Fazenda he devido o augmento na renda dos dizimos, que andando por 80 contos rematados por contractadores; o Escrivão poz os lanços em justa competência, e elevou o rendimento a 200:000.000 de reis. Por outro útil plano reduzio está renda a bilhetes pagos a 3, 6, e 9 mezes, facilitando ao commercio os pagamentos por este suave modo. Porém como nem em todas as repartiçoens se recebem estes bilhetes era pagamento, naõ podem servir, como deveriam, de moeda corrente, representante de propriedade actualmente em existência; donde se segue, que soffrem desconto, na obstante rccebellos a Thesouraria geral em pagamento.

CRUIKSHANK George -1792-1878  - “BONEY STARK MAD”  Bonaparte louco de raiva ou mais navios, colônias ou comércio” caricatura  02.01.1808
Fig, 06– Os lideres, reis, imperadores, presidentes e secretários gerais sentem-se os CULPADOS de TUDO, e por isto, descarregam esta ânsia de êxito por meio do exercício do poder. Com este poder, que receberam, ou arrancaram, do Poder Originário, agridem os outros líderes e castigam aqueles que estão dentro ou fora das fronteiras de Estado. Líderes que julgam a sua Nação como posse pessoal, indelegável e intransferível de suas próprias mãos Assim se explica cricatura “BONAPARTE LOUCO de RAIVA ou MAIS NAVIOS COLONIAS ou COMÈRCIO” .

0 artigo de rendimento, denominado subsidio na sahida da assucar, tabaco, e entrada de escravos, he um bom exemplo para mostrar como o Governo do Brazil entende de Finanças. Em tempos em que o assucar se podia exportar para toda a Europa, e que por isso valia no Brazil; o branco 3.000; mascavado 2.000, se impoz um tributo fixo na exportação deste artigo : A interrupção do commercio da Europa reduzio o preço do assucar branco a 1.000 reis, e mascavado a 600 reis; e o direito conserva-se sem alteração. O mesmo dizemos do algudaõ, que, quando lhe impuzéram o direito de exportação de 16o reis por arroba, valia 8.000, e 6.400 reis por arroba, diminuio o valor; mas quando S. A. R. o Principe Regente chegou de Lisboa ao Brazil, se augmentou este direito a 600 reis, e assim se conserva, naõ valendo o algudaõ mais do que (em termo médio) 4.000, a 4.200 reis. Esta falta de proporção nos direitos, he jade per si uma razaõ sufficiente para que o algudaõ do Brazil naõ possa concorrer nos mercados com o algudaõ dos Estados Unidos s mas a isto se deve accrescentar, que o algudaõ que se planta nos Estados Unidos, alem de naõ pagar direitos alguns de exportação, pode com toda a facilidade trazer-se aos portos de embarque, pelos muitos canaes, e estradas, que ali se tem aberto para facilitar 0 commercio do interior. Ora os canaes e estradas que o Governo tem mandado abrir no Brazil, naõ sabemos que existam em outra, parle senaõ no folheto que imprimio José da Silva Lisboa.

Fig. 07– O Centenário da Abertura dos Portos foi celebrado, em 1908,  com uma grande exposição no Rio de Janeiro  O artista HENRIQUE BERNARDELLI  (1857-1936) criou uma imagem que desejava simbolizar este gesto político. Esta imagem foi divulgada pela imprensa da época em diversos meios gráficos e formatos. Exalta os feitos lusitanos ao redor do planeta, na figura de um guerreiro medieval dialogando com a jovem Republica Brasileira herdeira desta tradição e comércio. Os festejos foram ofuscados pela ausência do Rei Carlos I de Portugal assassinado no dia 01 de fevereiro de 1908. Mais um  CULPADO de TUDO  que tombava na arena do Teatro Real da Europa. Queda  para os jornais aumentarem circulação e os vendedores de armas justificarem o porte de armas e os seus lucros inesperados e exorbitantes.   

Se o Governo quizesse ouvir o que se lhe diz; naõ precisava ter grandes conhecimentos para conhecer que he do interesse de uma naçaõ que exporta, o fazer com que os seus gêneros nos mercados estrangeiros se possam vender mais baratos que os dos outros concurrentes, para lhe assegurar assim a prompta sahida, e promover, como conseqüência necessária, a sua cultura, em beneficio da indústria nacional, e maior emprego dos cultivadores
Fig. 08 – Uma das raras fotos e dos poucos documentos que sobraram dos meios de transporte, de comercialização e da exploração da mão de obra escrava arrancados do continente africano. Mão de obra escrava que concorria com as frágeis e complicadas máquinas da 1ª era industrial. Máquinas de uma lógica de funcionamento linear e unívoca com as quais não era possível dar ordens faladas, se comunicar ou descarregar frustrações humanas. 

Porem tal he o ódio a tudo que he reforma, que ou se naõ ha de cuidar em reforma alguma, ou ella se hade incumbir a algum individuo, sem responsabilidade, que em vez de fazer reformas a favor do publico, as faz em benefício de si, e dos seus; notar isto he desacreditar o Governo, segundo os Godoyanos ¿ mas qual he entaõ o remédio ?

Temos visto mencionado em algumas gazetas lnglezas, que no Brazil se começam a estabelecer fabricas, principalmente de algudaõ ; a pezar do tractado de Commercio, que as tentou extinguir; e dos esforços que os partidistas deste tractado tem feito, por persuadir ao povo do Brazil que naõ deve ter fabricas.

Fig. 09 – A imprensa inglesa não encontrava escrúpulos e a menor dificuldade em identificar os CULPADOS de TUDO nos frequentes fracassos de investimentos em projetos de colônias estrangeiras que se estabeleciam, sem a menor cerimônia, ou tratado das perdas e lucros para ambos os lados. Não custava pintar com a maior barbárie os habitantes nativos destes locais longínquos e com culturas estabelecidas há milênios neste território. Isto rendia não só a quem divulgava estes fatos, com estas tintas as vendas dos periódicos, como justificava o envio de exércitos com farta munição e armas. O exemplo prosperou e se repetiu, em pleno século XXI, na 2ª invasão do Iraque.

Na Inglaterra estaõ taõ longe de pensar, assim como esses grandes homens do Governo do Brazil querem persuadir aos povos que pensem; que ainda no mez passado se republicaram, por uma Ordem em Conselho, as leys estabelecidas contra os que tiram da Inglaterra machinas, ou artistas; a fim de que naõ se esquecessem os seus povos destas sabias providencias.

Fig. 10 – O “Homo Faber” que Hannah Arendt descreveu como resultado da cultura do condicionamento da era industrial modifica valores, hábitos, gostos.

Apesar de muito distante da cena da realidade em compensação está muito próximo de evidentes interesses estrangeiros de hegemonia industrial e comercial. Interesses estrangeiros que necessitavam atingir, para tanto, o âmago de um território e lucros. Território no qual pode projetar impor meio de sua tecnologia mais avançadas do que onde quer crescer e espera colher os frutos. Em princípio não há nada de novo nesta projeção. Esta projeção dos mais fortes, ardilosos e competentes sobre os mais fracos, acomodados e que se consideram incompetentes, a si mesmos, é uma constante e visível em todos os tempos e lugares.  Os avanços e expansões de impérios sobre os menos desenvolvidos é uma constante. Portugal sente, mesmo em 2012, que as autoestradas de alta tecnologia e velocidade, que recebeu da União Europeia, aniquilam e desempregam mais do que estimulam e criam emprego e trabalho no interior do estado nacional lusitano.

Fig. 11– A filósofa Hannah Arendt (1906-1975), discípula de Martin Heidegger,  transferiu os  conceitos do mestre, como os do  Ente no Serpara o mundo contemporâneo e do trabalho fabril em linhas de montagem. 

Uma célula viva, com toda a certeza, necessita receber e trocar energias com o seu meio ambiente. Contudo a competência e a vida da célula faz sentido na medida em que tiver uma membrana que limitem esta competência viva. Membrana capaz de filtrar o que recebe de fora e aquilo que exporta para o bem estar do meio que a circunda. Este conceito da competência e a vida da célula, protegida pela sua membrana, foi evidenciado (1991, p.64) por Hobsbawm como relação necessária com a unidade da organização política territorial que é critério crucial daquilo que hoje entendemos por ‘nação’ ” .
As relações dos antigos ameríndios com os europeus permitem uma visão de Longa Duração da História do Brasil. Europeus que promoveram uma devastação permanente de suas células vivas locais, de degradação do seu meio ambiente e dos recursos naturais de culturas milenárias.
Todas estas culturas milenares foram desqualificadas e devastadas por um projeto unificado de desenvolvimento econômico. Projeto que Eric Hobsbawn descreveu (1991, p.37) como:
“o desenvolvimento econômico nos séculos XVI a XVIII foi feito com base em Estados territoriais, cada um dos quais tendia a perseguir políticas mercantilistas como um todo unificado. De modo mais óbvio ainda, quando falamos do capitalismo mundial no século XIX e XX, falamos das suas unidades nacionais componentes no mundo desenvolvido – da indústria britânica, da economia americanas, do capitalismo alemão diferente do capitalismo francês”
A expansão mais recente da hegemonia, deste projeto unificado, lançou mão e promoveu linhas de navegação e estradas de ferro, transamazônicas, fazendas de seringueiras e buscas de metais, trouxeram o estrangeiro especulativo para o interior da Amazônia e cuja ação todo o planeta assiste preocupado. O mesmo pode ser dito das últimas florestas asiáticas ou africanas. Florestas africanas que forneceram milhões de cativos graças as primitivas estradas dos comerciantes que ali penetravam e distribuídos, após,  pelas vias navegáveis dos famigerados “navios negreiros”.   


MARINETTI e a sua MÁQUINA mais bela do que a Vitória da Samotácia...
Fig. 12– Os intelectuais, artistas e políticos se uniram no Manifesto Futurista de 21 de fevereiro de1909. Pelos meios de comunicação de massa propagaram esta ideologia, em intensas campanhas revestidas de uma estética apropriada, para exaltarem as máquinas e a propalada capacidade de mudarem o Mundo definitivamente. Mudaram. Mas com efeitos colaterais terríveis e irreversíveis. Grande parte, destes jovens, foi tragada, nas voragens da I Guerra Mundial (1914-1918) pelas máquinas ao serviço da destruição e aniquilamento. Porém o sacrifício físico destes jovens não foi lição suficiente. Em 1922 um jovem convicto destas ideias fez a marcha sobre Roma, no meio de multidões com camisas negras. Este movimento encontrou o seu simétrico nas multidões trajando camisas de cor cinza com cruzes suásticas. Os seus dois líderes foram declarados CULPADOS de TUDO. As multidões, que os havia escolhido como “bodes expiatórios”, silenciaram e se consideram, a si mesmas, como isentas de qualquer sansão moral pelos atos praticados. Contudo as máquinas não cessaram de pedir as suas vítimas diárias. Em outubro de 2012, o número diário das vítimas conhecidas e registrada destas máquinas é e superior ao numero do grupo de malogrados Futuristas. Porém as vítimas indiretas – por meio de feridos, doentes devido á poluição – é infinitamente superior às vítimas diretas e divulgadas. 

Sem um projeto nacional capaz de construir e manter ativa a membrana nacional e sem a sintonia do Poder Originário que mantém o sentido profundo e constituinte estradas, vias aéreas ou linhas navegáveis podem constituir-se ótimas vias para delinquentes ou forças amorais estabelecerem mais 300 anos do mais duro e humilhante colonialismo. E os meios, para conseguirem estes seus objetivos são os meios de comunicação. Meios de comunicação nos quais é necessária atenção especial, em 2012, aos meios eletrônicos, as redes mundiais e satélites, além de estradas e vias de locomoção física de pessoas e bens.

Fig. 13 –  A  PONTE de FELIZ – RS resultou, no final do século XIX, de um esforço comunitário realizado entre os recentes imigrantes italianos e os antigo moradores alemães e qu sw destinava ligar a Serra Gaúcho com a capital do Estado.  líderes.

Este colonialismo é silencioso e subliminar. Neste processo a Arte e a cultura possuem um papel relevante e primordial. O  Barroco e a Propaganda da Fé serviam para embasbacar o bugre, humilhá-lo na sua nudez e fazer acreditar que o europeu era a sua salvação para o agora e perpetuamente. Ilusão que durou até o momento em que o ameríndio descobrisse que eram apenas cenários como aqueles das Missões do Rio Grande do Sul. A salvação não veio e nem foi no grito.


Fig. 14– Na Estrada Madeira- Mamoré inaugurada em 1912- construída, entre 1907-1912, por operário vindos de todas as latitudes do planeta – estava na política global da necessidade do látex para a indústria da borracha. Com o furto das sementes da seringueira e a sua plantação na Ásia, em regime industrial, esta estrada tornou-se obsoleta e muito cara. Porém o preço maior foi pago pelos operários desta obra. Conta-se que cada dormente, assentado nesta ferrovia, foi paga por uma vida humana envolvida neste projeto.   

 FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ARENDT, [ou Joahanna] Hannah (1907-1975). Condition de l’homme moderne. Londres  :  Calmann-Lévy, 1983. 406 p
HOBSBAWN, Eric J. ( 1917-2012). Nações e nacionalismo desde 1780 : progarama, mito e realidade Rio de Janeiro : Paz e Terra, 1991, 230 p.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
Carlos I de Portugal

CORREIO BAZILIENSE – Londres - outubro de 1812

CORREIO BRAZILIENSE – Brasília – setembro - outubro de 2012

CRUIKSHANK George – 1792-1878

CRUIKSHANK Isaac -  1756-1811

GILLRAY James 1751-1815

PORTUGAL ESTRADAS e DESENVOLVIMENTO em 2012


Fig, 15 – Em outubro de 2012, o Brasil é mero usuário das tecnologias espaciais, da genética de vanguarda e da infraestrutura das operações numérica-digitais. Exatamente as três áreas da era pós-industrial.  Isto permite aos pesquisadores de países hegemônicos, e aos produtores destas tecnologias de ponta, constituírem, o território brasileiro, como um imenso campo de reserva de matérias primas destes inventos e de comércio de toda ordem. As gigantescas fronteiras físicas deste território são a garantia deste imenso espaço. Os precários e obsoletos meios físicos de comunicação constituem as estranguladas veias, pelas quais escorre este potencial nacional e circularem nelas os produtos estrangeiros. Enquanto isto, o Brasil declara-se incompetente para a pesquisa e ou produção, ou ainda,  desinteressado, ao modelo da raposa da fábula, para quem as “uvas ainda estavam verdes”. Evidente que os países hegemônicos não reclamam. Este cenário de dependência e heteronímia brasileira permite o seu progresso ao exemplo do ouro colonial brasileiro para a corte lusitana,

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