domingo, 25 de novembro de 2012

NÃO FOI no GRITO – 061



Do COLONIALISMO à REPUBLICA:
A LEI como PURA COAÇÃO.

Círio Simon 2011
Fig. 01 – A derrubada dos pelourinhos poderia ser punida com a pena de morte devido ao sentido injurioso ao regime colonial, o desacato ás suas autoridades e pela absoluta negação da lei que sustentava este regime e lhe conferia os instrumentos de coação.

Não foi um “GRITO SOLITÁRIO e RETUMBANTE”, que marcou a soberania do Brasil. O marco desta soberania foi a AÇÂO COLETIVA da DERRUBADA dos PELOURINHOS do regime colonial. Este os plantou e cultivou como um TOTEM de sua posse lusitana. A memória deste ato da sua derrubada, a bem da verdade, foram considerados como um TABU a ser esquecido o mais rápido possível. Gesto e atos que foram ocultados pela documentação oficial, pelas narrativas da história, e pelo sumiço do “corpo do delito dos vetustos, odiados e sangrentos pelourinhos lusitanos”. Um dos poucos que ainda estão de pé no Brasil encontra-se em Alcântara no Maranhão. Porém este foi recuperado do lixo quase um século após a sua desativação e derrubada. Este instrumento que era inicialmente uma singela pedra colocada pelos lusitanos como sinal de sua posse da terra,  ao modelo dos “kudurros” de Sargão I, rei dos acadianos. Ao longo da colonização efetiva, acumulou as funções de “diário oficial”, pois todas as leis deveriam serem publicadas, mesmo que a absoluta maioria era analfabeta. Mas tornou-se tristemente celebre como monumento e instrumento para a aplicação das penas que estas leis prescreviam. Só esta última função permaneceu como uma memória repulsiva, aviltante e causa de sua execração e da sua eliminação física e mental da sua primeira função.

Círio Simon 2011
Fig. 02 – A conquista foi documentada por escrito no que concernia a exercício do poder e das leis coloniais. Porém, e raríssima a crônica escrita pelo Poder Originário local. Esta memória  permaneceu apenas na sua forma oral e se esvaiu, desqualificada  mesmo se ganhava algum eventual  registro impresso, Textos impressos tiveram de esperar a soberania nacional para terem leitores e desconectados tratadistas que os tinham por objeto . Recuperados e distribuídos, por acaso, pelos meios digitais encontram pouquíssimo eco e leitores populares contemporâneos. Assim não e de estranhara o silencio em relação à ação da eliminação dos pelourinhos lusitanos..

 A lei, na concepção contemporânea é a expressão escrita e constitui uma base preliminar de um contrato entre as partes.
Contra este paradigma contratual militam as mais diversas interpretações, heranças e culturas. Culturas da escravidão - que apesar de legal – na qual uma das partes não deliberava e nem decidia sobre o contrato que as mantinha vinculadas. Heranças, hábitos adquiridos e de costumes presos à Natureza diante qual uma lei nada pode. De outro lado ideologias e interesses informam interpretações que desnaturam uma lei deixando-a exposta ao seu potencial público como um álgido esqueleto feito para assustar, coagir e favorecer uma das partes.

As LINHAS de  WELLLINGTON em filme 2008-2012 - Torres de Vedras cena
Fig. 03 – O projeto legal e formal escrito e documentado levado ao ridículo numa frente de batalha num filme lusitano rodado entre 2018 e 2012 que conta as consequências da Batalha de Buçaco  e a terra queimada praticada sob as ordens britânicas do Duque Artur Wellington

No aspecto positivo a lei possui o papel de regular, sincronizar e educar um grupo ou uma civilização. No aspecto negativo  a corrupção da lei, o seu anacronismo ou sua incoerência com esta mesma civilização a corroem por dentro, determinam a sua entropia e são determinantes de guerras com outras nações cujos estados possuem paradigmas de leis antagônicas.

Mark DION 2001
Fig. 04 – O esqueleto no armário  constitui uma metáfora das ideologias, interesses interpretações que informam e desnaturam uma lei que deixa exposta o seu potencial público numa álgida estrutura sem alma e  feita para assustar, coagir e favorecer os seus criadores que agem sem contrato e apenas para os seus exclusivos e próprios interesses

Os estragos realizados pela lei colonial na criação da palavra escrita – como sua parca circulação, raríssimos leitores e muito menos comentaristas -  já foram evidenciados por Oliveira Lima (1867-1928) em sua obra reimpressa em 1984. Na passagem para a era industrial assistimos a migração de uma civilização medieval e colonial para a contemporaneidade e sob a lógica da era industrial. A lei da civilização medieval e colonial teve de desembarcar de todas as heranças, hábitos adquiridos e de costumes medievais presos à Natureza. Esta migração fazia-se pelo conhecimento, vontade e um novo direito. No conhecimento esta nova legislação deveria universalizar o conhecimento pela Enciclopédia como registrou o  Correio Braziliense, vol. IX. nº 54 novembro de 1812, p.832 
“...temos de louvar o Governo de Lisboa, he a portaria, que publicamos a p. 725; pela qual se manda organizar um diccionario das artes. Ora ja era tempo • ja era tempo. Mas em fim naõ diremos mais a este respeito, para que naõ mandem alguma contra ordem ao Doutor Seixas, que pare com a sua obra". 

Gabriel von MAX - Macacos como críticos 1889
Fig. 05 – A imitação mecânico e o hábito da heteronímia reconduz a espécie humana ao treinamento e à anulação do imenso potencial do cérebro com limitadas funções além daquelas que comandam as necessidades básicas da Natureza e expressos na busca do alimento, abrigo primário e reprodução da espécie na absoluta heteronímia da Natureza primária e onipotente. .
  
No entanto estava consciente das heranças, dos hábitos adquiridos e de costumes medievais presos à Natureza. O editor do Correio Braziliense continua com ironia indisfarçada:
“Mas aqui entre nós; esqueceo-lhe dizer, se o tal diccionario que tem de descrever as sovelas dosçapateiros, &c. &c. ha de ir primeiro ás licenças do S. Officio. Oh ! pois naõ; suas Reverendissiinas os Inquisitores saõ de direito Pontifício juizes, e mui bons juizes, de todas essas matérias; e exahi porque debaixo de seus auspícios tem as artes e as sciencias tanto prosperado”.
Ainda mais se pensarmos nos Alvará de Dona Maria I mandando destruir toda e qualquer indústria brasileira e a dificuldade para desembaraçar de todas as heranças cultivadas ao longo dos séculos. Isto sem falar da lei não escrita, mas reforçada pela cultura da “ impossibilidade absoluta”  para qualquer pessoa livre em querer trabalhar com as próprias mãos, mesmo que fosse para carregar, com elas, qualquer coisa mesmo pessoal.

LEIPZIG 1909 tecelagem
Fig. 06 – A lógica da linha de montagem da era industrial acumulou pessoas das mais diversas culturas, capitais originários das mais diversas fontes, matérias primas em quantidades nunca vistas e produtos que exigiam serem comercializados em vastas regiões geográficas, Este conjunto de vetores tão dispares foram submetidos a leis e contratos comandados pelo relógio e consolidados sobre leis que desconsideravam qualquer promessa de transcendência ou imponderáveis sociais, políticos ou religiosos

A busca da segurança, da lógica e do eterno se concretizados e se reproduzem por si mesmos. As heranças cultivadas ao longo dos séculos aceitam apenas o previsível e a inercia. Legitimam-se pela lei não escrita, mas reforçada pela cultura.  

Erik BULATOW
Fig. 07 – A esterilidade dos regimes totalitários moldadas por leis cujo único projeto é perpetuar o regime. Não só buscam se perpetuar mas são onipresentes para fecharem, escamotearem e negarem outros horizontes e paradigmas potencialmente concorrentes com o poder que capturaram 

A passagem para a era industrial teve de lidar com um conjunto de vetores dispares e de objetivo inéditos.  Os contratos eram comandados pelo relógio e consolidados sobre leis que desconsideravam qualquer promessa de transcendência ou imponderáveis sociais, políticos ou religiosos. Para garantir a ORDEM e o PROGRESSO neste conjunto sucederam-se os regimes de exceção, as ditaduras, os estados totalitários. As apressadas e improvisadas ideologias que serviam de base para estes novos contratos jogaram as massas populares para o palco da História onde as suas despreparadas lideranças tinham apenas uma escolha maniqueísta entre o que eles consideravam o BEM e MAL a decidir logo e imediatamente.


Jeff WAL instalação 2002
Fig. 08 – O caos, a acumulação irracional e a Natureza sem um projeto,  acumulam desordenadamente o lixo, o descarte e peças obsoletas da linha de montagem da era industrial . O indivíduo, colocado como rei e imperador destes microuniversos, comanda  - e é comandado- pelo caos, pela acumulação irracional e pela Natureza sem lei e sem futuro

Apesar da fase romântica do retorno à Natureza intocada, ao campo e aos momentos idílicos do passado tudo isto era apenas uma imagem. A imagem sempre está no lugar de algo que já não existe mais ou se modificou profundamente e assumiu outra natureza e lógica interna. Os movimentos anárquicos, “a tempestade e o ímpeto” foi respondido pela era industrial pelo acúmulo, propaganda e marketing do consumo fácil de objetos fabricados para a  sua imediata obsolescência.


LIXÂO do RJ - Le Monde 17.05.2012
Fig. 09 – A lei que comanda a linha de montagem da era industrial produz peças obsoletas, lixo e descartes que criam o caos, a acumulação irracional que degradam e aniquilam a Natureza. Desencadeadas a lei da entropia incontrolável a criatura humana assiste impotente e é vítima das piores  condições degradadas já viveu ao longo de sua história. A sua vida e o seu habitat urbano estão mergulhados num dos piores infernos e que a mais funesta mitologia não tinha previsto.

Esta fase na sua aparente revolta e contradição é uma das fases iniciais da captura industrializada da inteligência, da vontade e do direito do cidadão individualizado pela Revolução Francesa. Assim o Romantismo ergue, de fato,  uma fábrica de legendas, costumes e hábitos que se irão ganhar forma na Academia na proposta, em 1846, de William Thoms  e cristalizado na palavra Folclore. Desta fabricação não escapa a memória nacional, seus objetos físicos, seus feitos e a fabricação dos Imortal estudado, em 1996,  por Regina Abreu num caso isolado  e singular.  



Etienne Louis BOULLÉE 1784
Fig. 10 – A forma limpa e ascética  da calota craneana, oca e monumental do Cenotáfio para Newton(1784) de Étienne Louis Boulle(1728-1799) foi comandada pela razão da  era indústria el produziu um mundo inabitável e contra o qual irá reagira a emoção. Porém razão e emoção são dois polos antagônicos mas complementares e úteis ao processo imanente  ao universo material suscitado e mantido pelo cultura da era industrial

A antiga e tradicional conceito de LEI  resumiu-se ao código do comprador. Código que, entre outros, regula a compra da saúde, da educação, da aposentadoria e, por que não dizê-lo, da própria justiça. Código que busca atingir a coação brandindo o tacape da ameaça ou efetiva perda da liberdade. Código que impõe a pena do presídio a quem não possui outro tipo de anteparo econômico, político ou da pura amizade a esta coação legal deste tipo de tacape. Código de ética muito distante de um código moral autêntico e coerente com a realidade vivida.
Neste balcão de comércio simbólico a patente da fabricação da imagem da soberania do Brasil “GRITO RETUMBANTE”  ganha legitimidade, brilho e fortuna. Processo orquestrado, pago e sustentado pelo dinheiro dos barões do café contra a ascendente onda dos republicanos lugar tenente dos proprietários de terra e de cafezais mas sem vínculo  com títulos do regime imperial. A memória e a narrativa proveniente da reles plebe - que derrubou os pelourinhos e fez valer de fato a soberania brasileira - foi silenciada pela narrativa da palavra superior, a sua imagem tornou-se indecorosa ao  olhar.  Silenciada, escamoteada e desqualificada esta derrubada dos pelourinhos nem mereceu registro ou narrativa alguma. Prevaleceu a narrativa que informa a lei coagindo-a a aceitar cegamente os argumento vindo de cima, por fora e com aparentes boas vantagens para o vendedor e comprador de ilusões.
A fabricação do “GRITO RETUMBANTE” ressaltou os efeitos da abolição da LEI que sustentava o REGIME COLONIAL. A AÇÂO da DERRUBADA dos PELOURINHOS atacou o coração da LEI que sustentava o REGIME COLONIAL.

FONTES BIBLIOGÁFICAS
ABREU, Regina. A fabricação do Imortal: Memória, História e Estratégias de consagração no Brasil.  Rio de Janeiro  :  Rocco, 1996. 235p.

LIMA Oliveira (1867-1928)  Aspectos da Literatura Colonial Brasileira. Rio de Janeiro: Francisco Alves-INL 1984, 290 pp
VILHENA, Luís Rodolfo da Paixão. (1963-1997). Projeto e Missão. O Movimento Folclórico Brasileiro, 1947-1964. Rio de Janeiro: Funarte/Fundação Getúlio Vargas. 1997, 332 pp.

FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS

ARTE em PORTO ALEGRE ao LONGO do IMPÉRIO BRASILEIRO
PORTO ALEGRE DERRUBA o PELOURINHO Colonial e MANUEL ARAÚJO

BATALHA de BUÇACO
Vídeos Linhas de Wellington

Kudurros acadianos do rei Sargão

Estudo do livro de Rodolfo Vilhena relativo ao tema Folclore no Brasil


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SUMÁRIO do 1º ANO de postagens do blog NÃO FOI no GRITO

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terça-feira, 20 de novembro de 2012

NÃO FOI no GRITO – 060.



Do PAC ao COLONIALISMO num
...UM ÚNICO PAC.

   “Nos fomos sempre de opinião, que nenhuma medida contribuiria mais para o bom successo da causa de Hespanha e Portugal, do que a reunião de todos os seus recursos militares, debaixo de uma só cabeça, que, pela unidade de plano, e de execução, pudesse obrar contra o inimigo, com toda  energia de que fossem capazes os meios, que aquellas duas naçoens podem subministrar”.
Correio Braziliense, vol. IX. nº 54 novembro de 1812, p.832


Fig. 01 –A vez do touro . As touradas são espetáculos coerentes com a mais profunda pré-história na qual a criatura humana lutava para sobrepor às feras e treinava para isto. Na contemporaneidade estes  espetáculos são destinados à indústria cultural de eventos e onde perdem toda a sua coerência interna de sua origem. Já havia perdido esta coerência em Cnossos, na ilha de Creta, antes de surgir a cultura helênica que as havia banido -  Diego SILVETI em Guadalajara -  12 de novembro de 2012



No texto, acima, de novembro de 1812,  o editor do Correio Braziliense acalenta o seu Commonwealth e Common Law formado pela união dos esfarrapados e desmoralizados exércitos ibéricos. Mas que necessitam das luminosas deliberações e decisões de militares, exércitos, marinha e armas britânicas. Eles certamente davam pouca importância ao paradigma ibérico de vencer o MEDO com touradas, treinar valentia ao desafiar o garrote vil, alimentar a inquisição silenciosa e camuflada e mandar todos os hereges e bruxas para a fogueira.
Os governos centralistas contemporâneos mantêm-se no poder por meios de projetos intensos, mas de curtíssima duração. Projetos de curtíssima duração que seguem a pauta do espetáculo dos rodeios e das touradas. Espetáculos no quais onde o cavaleiro deve manter-se ao longo de 8 segundos sobre o lombo de animais ou matar logo o touro levado ao desespero e à histeria. O paradigma do PODER ORIGINÁRIO CONTRATUAL, que o presente blog segue, é diametralmente o oposto a isto.


No âmbito desta contemporaneidade e coerente com o Poder Originário cabe interrogar, em novembro de 2012:
- ¿ Qual o papel desempenhado por Portugal nesta “XXI Cumbre Iberoamerica” ?
- ¿ A plataforma econômica, cultural natural do Brasil na Europa não seria Portugal e não a Espanha?



Fonte da imagem em ATHEARN Robert -  1963 - p.1027
Fig. 02 – Os Estados Unidos não perderam tempo com projetos mirabolantes dos seus antigos colonizadores e dos quais desconfiaram imediatamente dos disfarces e artimanhas dos conheciam as duras consequência de qualquer heteronímia no deliberara e decidir. Não só romperam, em 1776,  com as sua antiga metrópole, mas em novembro de 1812 ainda estavam em guerra declarada com ela  O Correio Braziliense, vol. IX. nº 54 novembro de 1812 ,p.832 escreveu “a Inglaterra, decidida a hostilidades, tem ja determinado a esquadra que deve partir a cruzar nas costas dos Estados Unidos, e se tem de todo suspendido as licenças de commerciar, concedidas aos navios Americanos”  Assim não estavam pensando em o Commonwealth. Uma vez unificados passaram a investir sobre outras nações, imitando nisto a sua antiga matriz, mas da qual desconfiavam exatamente por este projeto expansi9onista e  e tornava a Inglaterra como qualquer outro suspeito e merecedor do seu Big Stick em guerras preventivas como da Coreia, Vietnã. Iraque isto sem falar das suas conquistas de Cuba, Haiti e Porto Rico que sempre consideraram o seu quintal e senzala. Cumpria-se o complexo de Édipo Rei “matar o pai e possuir a mãe”.



    No passado, como no presente, os povos colonizados são surpreendidos pelo colonizador que lhes apresentava projetos mirabolantes e dos quais o destinatário não desconfia dos disfarces e das artimanhas do colonizador. Estes povos só se dão conta do “conto do vigário” quando os meliantes sumiram no horizonte carregando tudo de bom que lhe interessava e deixa para o colonizado consternado, não só terra arrasada e estéril mas com poluição e pestes de toda a natureza. A mais grave destas pestes é a corrupção dos costumes e a inércia e a inércia e a heteronímia das novas gerações são educadas como algo natural.


Fig. 03 – A Espanha parece  que as antigas colônias, somadas agora ao Brasil  perdera tempo com projetos mirabolantes dos seus antigos colonizadores e dos quais desconfiaram imediatamente dos disfarces e artimanhas dos conheciam as duras consequência de qualquer heteronímia no deliberara e decidir “La cumbre en 1992 relanzó el remozado colonialismo español y fue un gran parto de los montes. Y el rey de los Elefantes, pobre, que no pudo callar a nadie”.    lorca
..
Porém o pior aspecto deste centralismo, unitário e fixo mental é  o cultivo e a manutenção dos hábitos adquiridos ao longo do colonialismo. Cultivo introjetado e que se mantém ao congelar qualquer deliberação e decisão em contrário. É circulo de giz ao redor do peru e que estranha diverte e desculpa qualquer escrúpulo dos nossos ex-donos, como um deles escreveu por cima do “Primeiro Mundo” e por fora:
“pues unos 180 años libres del yugo español, con unas riquezas naturales de impresión, y desde la frontera de los EEUU com Mexico hasta el cabo de Magallanes, todos éstas ‘democracias’ no pueden decir que pertecem al Primeiro Mundo. Pues tempo hán tenido. Y nosotros yá no les expoliámos...no. Creo que las oligarquias que les surgieran tras la independência trníam tanto amor, éran tan sacrificadas que se quedaron y aún hoy se quedan com todo. Porque infaestruturas no tienen, ni inovam tecnologicamente, las rurales son de pena, sus universidades rozan la mediocridade. Todo se les vá em oratória... que dá gusto escuchar a um argentino de a pé. Y lo bién que les dá el futebol, y la samba, las favelas, las rligiones sincréticas, las guerillas, los fascismos, las fajita y el cambalache. Puestos, no se vayan a poner ésta classe burguesa indiana em repetir lo del partido popular...”La herencia recibida...”. Que nó, que no. Mucho miedo y muy poca verguenza”.  blackangel


Certamente mais um discurso, por cima e por fora, de um espanhol espalhafatoso que se limita a observar sintomas acima enumerados e que ele não percebe como orgulhoso condenado à forca. Orgulho que lhe pode faltar  num...UM ÚNICO PAC da aldrava que o sustenta ainda de pé sobre o seu cadafalso. Conforme este seu paradigma vence-se o MEDO com touradas, treina-se valentia ao desafiar o garrote vil, a inquisição subliminar e as fogueiras virtuais de todas as heresias que brotam em contato com a selva de identidades vindas de todas as partes e dos corridos da sorte pela onipotência de alguns europeus como ele.

Fig. 04 –  Simples FAZER JUSTIÇA foi amplamente demonstrado publicamente pelas 15.000 nobres, burgueses ou vis criminosos que subiram a esta cadafalso e perderam a sua cabeça O resultado desta aparente populismo e legalismo do FAZER foi que as contradições dos diversos grupos e ideologias antagônicas abriram caminho para um centralismo exatamente ao contrario para que Napoleão Bonaparte AGISSE como salvador providencial da Revolução e que de totó a transformar em tirania centralista. O fenômeno já havia acontecia com a Antiga República Romana ao passar ao Império. Repetiu-se no comunismo, fascismo, nazismo e tantos outros regimes centralistas que confiaram o seu poder a um único indivíduo..

Na verdade a União Europeia parece preceder mais banhos de sangue. Os sinais desta DESUNIÂO estão em toda parte inclusive na paciente e pragmática Inglaterra conforme notícia de 19.11.2012:
“Pesquisa de opinião publicada ontem no jornal inglês The Observer mostrou que mais de metade (56%) dos britânicos votaria pela saída da União Europeia (UE). Apenas 28% dos entrevistados avaliam que ser membro do bloco seja uma “coisa boa”, enquanto 45% pensam ser negativo. Levantamento apurou que 34% das pessoas definitivamente seriam a favor de o Reino Unido deixar a UE, se houvesse referendo. Outros 22% provavelmente fariam o mesmo”.
CORREIO do POVO ANO 118 | Nº 50 PORTO ALEGRE, SEGUNDA-FEIRA, 19 DE NOVEMBRO DE 2012 p.10.

Evidente que uma crise não se vence com bravatas, estatísticas e um FAZER mecânico que se manifesta em PACotes e eventos para a mídia e para calar e surpreender a torcida. A resposta coerente aos problemas levantados pelo espanhol espalhafatoso, da observação dos sintomas acima enumerados, está no AGIR silencioso, consequente resultante de nutridos contratos celebrados entre iguais.

Fig. 05–  A China contemporânea certamente não serve de exemplo. Contudo ela ultrapassou o simples FAZER da LONGA MARCHA liderado por um indivíduo. Não se fixou no triunfo da REVOLUÇÂO pois segundo o sábio conceito chinês uma REVOLUÇÂO é o AGIR da cada DIA e cada novo PASSO. Evitou confiar o destino de 1,3 bilhões a uma única cabeça e culpado de tudo. Uma autoridade está na sua capacidade de delegara o seu poder que circula por suas mãos.

  O evento do FAZER JUSTIÇA, denominado MENSALÃO, recebeu muito alarde no Brasil em 2012. Avaliou-se, julgou-se e se busca punir exemplarmente os corruptores e os seus agentes diretos ou indiretos. Mas esta obra da Justiça não atingiu a metade do caminho. Falta o AGIR silencioso para também:
- avaliar, julgar e fixar pena para aqueles que se deixaram corrompeu ou até induziram a corrupção?
A coerência e o FAZER e o AGIR é característico e grande marca de toda obra de Arte. Uma obra de arte não existe sem o seu receptor. A corrupção também é uma obra de arte, mas abominável e intolerável e que deve ser evitada e afastada como em toda obra de arte que se propõe constituir-se em algo apreciado e conservado para a posteridade.

Fig. 06 –  A maiorias dos povos cultos aboliu a pena capital As culturas militares assíria, romana e as culturas medievais só prolongaram a sua própria agonia com esta forma de exemplificar pelo terror e agonia prolongada das suas vítimas. Na verdade com as baionetas dá para fazer tudo... menos ficar sentado sobre as suas pontas. Na medida em que os Estados contemporâneos e os seus regimes governamentais conseguem instruir as inteligências e fazer contratos dignos com as vontades provenientes do se Poder Originário, legitimam-se e  fortificavam se.  Contratos e pactos que tornam governo e povo solidários responsáveis na garantia e na  conservação da vida.  Vidas especialmente daqueles que seriam vítimas fatais do linchamento da forma primária de  FAZER JUSTIÇA POPULAR. Estados contratuais e constitucionais  AGEM  na medida em que eles na medida dos contratos públicos e universais. Com esta força da AÇÂO LEGITIMADA do ESTADO CONTRATUAL com O POPDER ORIGINÀRIO a pena capital perde sentido. Contrariando este FAZER JUSTIÇA e o governo brasileiro AGE por meio da legislação:
. http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=22  O problema é novamente o centralismo que torna ineficaz senão estimula a prática do crime para gozar esta regalia e segurança.. Nenhum cidadão é maior do que o seu município ou mesmo zona eleitoral.

  Uma nação que vive dos expedientes do seu governo não é feliz, não está seguro e não escapa do garrote neo colonialismo. Expedientes que agradam aqueles que acumulam capitais. Expedientes nos quais, no final, só estes lucram e estabelecem a “sua” ordem e progresso, apesar do olhar incrédulo e das débeis ameaças de quem é vitima destes expedientes colonialistas. O governo destas infelizes nações, vitimas destes expedientes, terão o castigo de assistir inermes e consternados os últimos gritos e estertores do seu último apoiador sendo garroteado antes deles. O garrote vil é, diga-se de passagem,  uma especialidade ibérica. Através deste garrote vil a cultura ibérica silenciava os gritos, as heresias e as rebeliões sociais que ameaçavam o seu colonialismo brutal e espoliador. 


Fig. 07 – O singelo FAZER JUSTIÇA pode resultar apenas a favor daqueles que podem pagar por ela. Ou então o contrário, todos perderam a sua cabeça, como é amplamente demonstrado pelos 15.000 nobres, burgueses ou vis criminosos que subiram indistintos a esta cadafalso.  O resultado desta aparente populismo e legalismo do FAZER JUSTIÇA resultou nas contradições dos diversos grupos e ideologias antagônicas  que escamotearam, usurparam o poder e o usaram para os seus projetos pessoais. Uma vasta maioria foi excluída deste projeto de FAZER JUSTIÇA com as próprias mãos. Esta maioria excluída acumulou se ao redor das imprecisas cidades latinas americanas resultantes da lei do mais forte, do mais rico, do temerário ou do mais ladino. A maioria excluída por esta “lei da selva” está à espera apenas de alguém - ousado ou temerário - para ajuda-lo a apertar o pescoço das fantasmagóricas cidades latino americanas usando a força e o poder. As autoridades do Rio de Janeiro - habituadas aos eventos precipitados e no seu FAZER MEDIATICO e PONTUAL - ajudaram os ousados ou temerários das favelas cariocas a se espalharem pelo Brasil afora. Estes eventos espetaculares e tópicos, empreendidos  nos morros cariocas são apenas para “inglês ver” como as janelas de vidro nas casas cariocas na chegada da fugitiva corte lusitana de 1808. Autoridades que se pomoveram em ações pontuais sem identificar, contratar e fortificar o PODER ORIGINÁRIO dos MUNICIPIO BRASILEIROS com base do Estado Brasileiro. A cidade estava cercada de tabas e malocas indígenas que vinham dos grotões do interior brasileiro, observar e implorar favores aos recém-chegados, como nos conta e registrou visualmente Jean Baptiste Debret.

Contudo o garrote já está posto ao redor do pescoço de todas as cidades latino americanas. As favelas apertam e sufocam cidades latinas e com energia apenas a espera para estrangular qualquer vida civilizada urbana. Para dar voltas ao parafuso deste novo garrote basta deixar que funcione sozinho e por administração própria do poder originário não consultado e desconsiderado e desqualificado continuada e reiteradamente pelos reiterados expedientes pelos regimes governamentais da Colônia,  do Império e, agora, da Republica.
 Uma conclusão geral é que este tema XXII Cumbre Iberoamericana” nem merece o esforço  de reunir este material e alcançar alguma compreensão de algo coerente, positivo e sustentável no tempo no Novo Mundo. Esta autocritica deste blog nasce da dúvida que paira no ar depois do aviso vindo de um europeu do mundo clássico na voz do penúltimo Tópico de Aristóteles:
Não se deve argumentar com todo mundo, nem praticar argumentação com o homem da rua, pois há gente com quem toda discussão tem por força que degenerar. Aristóteles –Tópicos

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ARISTÓTELES (384-322). Tópicos.   2ª .ed.  São Paulo  :  Abril Cultural. 1983,  pp.5-156.

ATHEARN Robert (1914-1983) A World Power: The American Heritage new Illustrated History of the United States . vol 12 New York: del Publishing . co 1963 pp. 993- 1078

FONTES NUMÈRICAS DIGITAIS

Comentários sobre - ¿REFUNDAR a UNIÂO IBERI0-AMERICANA ?
Con anterioridad a la inauguración, los mandatarios han visitado el Oratorio de San Felipe Neri, donde el 19 de marzo de 1812 se proclamó la primera constitución liberal de España, conocida como «La Pepa»”.

CONSTITUIÇÃO de CÁDIZ  de 1812 neste BLOG  NÃO FOI no GRITO:

CORREIO BRAZILIENSE nº 54 – NOVEMBRO de 1812:
O Correio Braziliense está disponível integralmente no portal da USP – Coleção Brasilina -

CRISE ESPANHOLA VISTA por DOIS ANCIÃOS de SÒRIA – Espanha

ERNESTO CARDENAL  El Pais - Espanha 17.11.2012

ESPANHA ESPOLIADA de OBRAS de ARTE


PAC 2 em 19 de novembro de 2012.
PODER ORIGINÁRIO

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