quinta-feira, 19 de junho de 2014

NÃO FOI no GRITO - 095


O BRASIL NASCEU e CONTINUA VELHO.

O Brasil nasceu tal qual Macunaíma. Como velho, não queria trabalhar, pensar e até falar. Só queria saber da chupeta. Até os dias atuais o Brasil continua dependente da chupeta e é movido por eventos.


Fig.01 – O Brasil nasceu velho, cansado e frustrado. A figura do Macunaíma interpretada pelo ator Grande Otelo no filme, de 1969, sob a direção de João Pedro de Andrade.

De fato o homem chegou ao atual território brasileiro já velho, cansado e frustrado. O atual território do Brasil como um lugar de refúgio, de descanso e de cultivo de hábitos obsoletos, ou proibidos, em outras terras. Continua a arrastar esta sua sina de refúgio, descanso e hábitos arcaicos pelos seus caminhos e em qualquer direção. Como refúgio território geológico brasileiro se assenta sobre um escudo geológico que lhe confere um berço esplêndido para este objetivo. É um lugar de descanso pois está isento de terremotos, de vulcões ou de extremos climáticos da Natureza. Esta Natureza convida para perpetuar os hábitos arcaicos e estágios humanos muito próximos dela.

Lasar SEGAL (1891-1957) - Mário de Andrade na rede- 1929  gravura
Fig.02 – O escritor Mario de Andrade - o autor do texto de Macunaíma- reclinado na rede indígena numa gravura  do russo brasileiro Lasar SEGAL  sempre foi coerente com o tema do Brasil velho, cansado e frustrado. A preguiça, como método de trabalho, levou-o a perceber e a registrar a essência da alma brasileira, para a qual apontou três caminhos. Ele resumiu para UNE (1942  p.45)  O direito permanente à pesquisa estética; a atualização da inteligência artística brasileira; e a estabilização de uma consciência nacional [..] A novidade fundamental, imposta pelo movimento, foi a conjugação dessas três normas num todo orgânico da consciência coletiva”.

Por todas estas razões o Brasil político, social e cultural nasceu velho. Pela força dos hábitos obsoletos qualquer mudança está fora e desconectada com o tempo brasileiro. Esta craca arcaica se fecha sobre si mesma diante de qualquer novidade. O  Brasil político, social e cultural é naturalmente infenso a qualquer ruptura, abertura ou comércio com culturas às quais renunciou ou foi expulso há muito tempo.


Fig.03 – Uma escultura indígena brasileira expressa a veneração ao ancião da tribo. Se e um lado represente o  Brasil que nasceu velho, cansado e frustrado, do outro registra a conservação da tradição, do saber ancestral que mostrava o caminho da nova geração diante do caos perpétuo que a Natureza impõe como soberana. A proximidade e a força da Natureza impunham  as figuras do velho pajé que exercia  o seu saber ancestral  diante dos medos individuais e coletivos do mundo desconhecido e se contrapunha à coerção física do jovem cacique.

A cultura humana que se estabeleceu e prosperou na ilha do Marajó  quando os europeus chegaram  não tinha mais o menor traço na memória das culturas aborígenes da época do descobrimento lusitano. Os mesmos vestígios de uma cultura que sumiu no tempo brasileiro pode ser lido nas inscrições da Pedra do Ingá na atual Paraíba.

 Enquanto isto no apertado e instável território dos Andes e da América Central prosperam civilizações autóctones e que deixaram invejável memória.
                 A lei do mais fácil é pródiga num território solido e onde a Natureza e a entropia estão de guarda contra qualquer força de mudança. Natureza na qual é desnecessário o planejamento para o período hibernal e nem para o dia seguinte

Fig.04 – O movimento da Confederação dos Tamoios era sustentado pelas lideranças indígenas diante do avanço dos europeus sobre os seus territórios respectivos campos de caça. Os Tamoios - ou Tamuios -_ eram os VELHOS da TERRA que tradicionalmente guerreavam entre si. Mas diante do agressivo  europeu - seu inimigo comum -  se uniram sob  o nome comum de TAMOIOS e ao lado dos franceses. Porém os lusitanos foram os primeiros a entender a natureza  deste movimento indígena. Na luta pela terra dos seus antepassados o jovem cacique Arariboia sucedeu o seu velho pai Maracajá-guaçu. Transferiu a sua aldeia e fundou a atual cidade de Niterói. Unido aos portugueses  lançava constantes ataques contra os francesas e os tamoios confederados. Logo a sua vitória foi rapidamente esquecido pelos agressivos europeus.

Os sucessivos fracassos da Confederação dos Tamoios, as culturas francesas, holandesas foram engolidas por esta entropia brasileira. Não estavam em consonância com tempo brasileiro.

 Na política brasileira NENHUM GRITO possui um eco social muito longo e cm escassos seguidores. Se este GRITO consegue reunir multidões o consegue mais como curiosos. Estas multidões de curiosos se dispersam e se dissolvem imediatamente no imenso território nacional. Não carregam nenhum PROJETO ou PACTO coletivo a partir deste GRITO. A projeção emocional do EINFÜLUNG faz retornar imediatamente este GRITO á sua sólida base da Natureza. Este GRITO não expressa nenhum projeto com começo, meio e fim. Ela não atrapalha e nem comove esta Natureza tendente á entropia perpétua e ao caos primordial.

José TEÓFILO de JESUS (1750-1847) - América s-d
Fig.05 – O Brasil velho, cansado e frustrado visto pelo olhar comandado pelo iluminismo europeu. Este o elevou ao mito do “BOM SELVAGEM” e o sentou no centro da Natureza sobre uma caixa cartesiana e com um cofre europeu na sua frente. Este “BOM SELVAGEM” reina do seu trono sobre uma paisagem idílica povoada por um pacifica fauna e uma flora que lhe oferece os mais variados frutos e alimentos.

Os incas, apesar do seu vasto império, parecem que não alimentavam nenhum projeto em relação ao atual território brasileiro e do qual certamente tinham informações. Na era pré-colonial lusitana  o império Inca preferia apropriar-se de culturas, como do atual estado peruano de  Chachapoya, cuja cultura já estava evoluída e vinda das planícies amazônicas brasileiras.


Fig.06 – O interior do Brasil conservou-se velho, cansado e frustrado na medida em que o europeu permanecia povoando as praias ao modo de caranguejos marítimos. Enquanto isto o indígena ia recuando para os sertões do interior. Neste interior continuava os seus hábitos de caçador, a sua língua oral e o seu modo de ser ao nível da pré-história. Enquanto isto, no litoral, se sucediam, ao longo de quatro séculos, os regimes coloniais, imperiais e depois republicano.

As tribos indígenas, os exploradores e os imigrantes vieram cansados e amadurecidos nas suas respectivas culturas. Buscavam um lugar de descanso e uma forma de continuar a cultivar as respectivas heranças ancestrais que tinham se tinham tornado obsoletos em suas terras e nas suas culturas de origem. Nas suas migrações para o Brasil não vieram para inovar, romper com o seu conhecimento, hábitos e nem com um projeto e muito menos para impô-los aos demais habitantes desta terra.

Hans STADEN 1526-1579  - in  TOBINO 2007 p. 022
Fig.07 – O alemão Hans STADEN viveu a sua aventura solitária entre as tribos conflagras e divididas entre si pela Confederação dos Tamoios.  Com o seu olhar renascentista europeu fixou para a posteridade os hábitos, falas e recursos do homem brasileiro surgindo repentina e inesperadamente dos quadros da pré-história. Nesta aventura ele foi contemporâneo do comandante espanhol Alvar Cabeza de Vaca

Os que tentaram isto se deram muito mal e foram eliminados como um corpo estranho ao organismo brasileiro. A maioria dos migrantes vinha politicamente derrotada das suas terras de origem. Trataram de esqueceram ou agradeceram por se ver livre de uma carga pesada de outras épocas. Nas suas terras de origem também não deixaram ninguém para lamentar a sua partida ou esperando o seu retorno.


Fig.08 – O sistema central lusitano construiu fortes ao redor de todo o litoral do Brasil. Fortes cuja construção e manutenção ultrapassavam os lucros que auferia com esta colônia hermeticamente fechada. Esta política continuava os hábitos feudais dos castelos e forçavam o servilismo em relação à metrópole. No interior do Brasil colônia provocava a dependência estrita com a capital colonial de Salvador e depois como Rio de Janeiro. O habito centralista e monocrático se aninhou, arejou e se revigorou com a mudança para Brasília. Os municípios brasileiros continuam a funcionar como meros feudos medievais sob o controle e patrulhamento centrais de Brasília.

A fortuna do sistema central lusitano - no atual território brasileiro - deve-se à sua compreensão deste TEMPO e LUGAR brasileiro. Portugal transpôs para o seu território americano o sistema feudal arcaico. Em vez de castelos, pontuou suas praias de fortes e de fortalezas militares. O seu distante poder político o entregou aos caciques e aos coronéis e o que modelavam ao feitio dos nativos. Estes dividem o poder regional e local por meio da figura e do instrumento político do município. Nestas condições é uma constate a tomada do poder central brasileiro,  pelas reiteradas aventuras militaristas. 

FREI AGOSTINHO da PIEDADE  (-?- 1661) - São Pedro Arrependido
Fig.09 – A imagem do São Pedro arrependido e em lágrimas é uma perfeita representação do Brasil nasceu velho, cansado e frustrado. A matéria prima do barro nacional é coerente com as condições e circunstâncias brasileiras da época e do lugar.

Aboliu a escravidão na metrópole enquanto que a conservou contraditoriamente intacta na sua colônia. Agia coerente com a vigência desta cultura arcaica brasileira. Repassou este sistema servil para o império brasileiro.  Esta coroa dos Bragança CONTINOU a ser reivindicada - até os dias atuais - por esta dinastia e com não poucos prosélitos. Não surtiu efeito algum dar os títulos nobiliárquicos aos cães brasileiros.

O evento da Confederação dos Tamoios ou o “velhos da Terra”[1] mostrou ao lusitano a a força dos hábitos, costumes da terra e especialmente o direito de ser diferente e coerente com a terra dos antepassados. Este movimento conseguiu apressar o final da escravidão indígena no Brasil. A compreensão, ainda que duvidosa, valeu o apoio de Araratibóia ao projeto lusitano em confronto com o projeto da Antártica francesa.


[1] Confederação dos “TAMOIOS” ou os “VELHOS da TERRA”.

http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2011/07/nao-foi-no-grito-006.html


Frans POST -1612-1680 - Igarassu igreja - Óleo sobre madeira 33.4x 41.4 cm - MNBA
Fig.10 – O Brasil sonhado pelos holandeses, nas suas ambições coloniais revelou-se para eles velho, cansado e os frustrou no fim. Porém, como vinham com um projeto, se retiraram do Brasil com muita inteligência e proveito. Com o dinheiro das indenizações compraram a ilha de Manhatan sobre a qual se assentou a cidade mais dinâmica ao longo do século XX..

Um século depois o apoio do índio Antônio Felipe Camarão (1580-1648), do negro Henrique Dias (...-1680) e do branco André Vidal de Negreiros (1606-1648) garantiram aos lusitanos a contraposição às mudanças que o projeto holandês implicava.

A verdade é que tanto o projeto da França Antártica como o Brasil holandês  eram muito mais avançados do que o projeto lusitano. Porém este teve o mérito de entender, respeitar e se conduzir face ao brasileiro velho, cansado e frustrado e de se associar ao mosaico dos usos e costumes das três etnias.


Fig.11 – O projeto do jesuíta nasceu e rapidamente se cercou de uma membrana política reforçada e arquitetado e conduzido  por uma ideologia mística medieval.  Projeto impulsionado pela propaganda e marketing de fundo religioso se escoou na medida em que dependia de eventos, da participação emocional que contrariavam profundamente o Brasil nasceu velho, cansado e frustrado. A descrição das ruinas de São Borja realizado, em 1834,  por Arsène Isabelle dão a medida da base material deste projeto.
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 Logo que o regime imperial entrou em colapso, os grêmios republicanos, antes subversivos, foram povoados por antigos senhores monárquicos. As lideranças e os cargos centrais - destes grêmios republicanos - passaram a serem cortejados e disputados por descendentes dos senhores imperiais.

Manuel ARAÚJO Porto-alegre (1806-1879) Barão de Santo Ângelo  -  Painel 1851 - aquarela 29 x 26 cm
Fig.12 – O dinâmico Barão de Santo Ângelo compreendeu os obstáculos que Brasil - que nasceu velho, cansado e frustrado - colocava diante da menor novidade ou mudanças. A figura do ancião é o índice da velha cultura hegemônica europeia que se avassalou e teve abrigo seguro neste Brasil de ânimo arcaico.

De outra parte o Brasil é, entre os duzentos estados soberanos mundiais, aquele que possui uma antiguidade considerável. Especialmente aqueles que se se formaram depois dele (1822) como a atual Alemanha e Itália (1870). Contudo muitas destas culturas exageram nesta sua percepção. Gostariam de ver o território brasileiro  transformado num vasto museu indígena e ecológico ao céu aberto.

GRUPO de BRUMMER: 1800 deles estão no Brasil a partir de 1851-  In TOBINO - 2007 p.117
Fig.13 – Os soldados germânicos que vieram reforças as hostes imperiais brasileiras. Encontraram um Brasil velho, cansado e frustrado e ao qual se incorporaram física e psicologicamente. As suas figuras barbudas - à semelhança do Imperador Dom Pedro II -  são índices desta sintonia até no seu visual. Entre eles Carlos von Kozeritz (1830-1890) filho da nobreza germânica, incorporou a cultura brasileira de cuja língua tornou-se mestre e defensor ardoroso da monarquia.   

Para uma compreensão pontual dos evidentes índices da decrepitude brasileira é licito recorrer ao complexo de Édipo. Ao longo da diacronia evolutiva da presença humana no território brasileiro ele não se livrou da sincronia com outas culturas. Para se afirmar - entre estes demais - teve de matar o se pai (ou país de origem) e fazer de tudo para possuir a sua mãe (terra) o mais estreitamente possível. O brasileiro paga o mais alto preço possível para não alterar esta situação, mudar os seus hábitos e contar com  a segurança adquirida.

Fig.14 – A tradicional e respeitada figura do PRETO VELHO é inteiramente coerente com o Brasil que nasceu velho, cansado e frustrado. A força moral desta figura consegue unir os clãs que eram inimigos figadais na África e aqui estavam sob o mesmo regime escravagista.

No Brasil dos dias atuais os hábitos linguísticos são comandados por uma mídia eletrônica compulsiva. Esta facilidade repete a dependência dos hábitos e dos gostos pelo bacalhau da corte lisboeta e das leis e linguagem coimbrã. Nesta facilidade arcaica não há necessidade de pensar, de mudar hábitos.  Diante desta facilidade herdada é perfeitamente justificado e válido o contorno deliberado de qualquer ruptura epistêmica e estética.
No plano político e moral este fechamento sobre si mesmo o Brasil abre livre curso ao pensamento colonial. Este pensamento se rende e cai na heteronomia de qualquer cultura que tenha este projeto a ser continuado no Brasil. Esta heteronomia não se afasta do projeto escravagista. Todo o governante brasileiro continua “culpado de tudo”. O subordinado, o servo ou escravo voluntário, com este expediente, se isenta de qualquer sanção moral dos seus atos que sempre são praticados em “nome de outros”.
Rodolpho AMOEDO – (1857-1941) - Ultimo Tamoio 1883 óleo 180.3 x 261.3 cm   MNBA - RJ
Fig.15 – A experiência de  unir os “VELHOS da TERRA” ou a Confederação do Tamoios sob a inspiração francesa contra os lusitanos  demonstrou como o Brasil era velho, cansado e frustrado. As lutas ancestrais continuaram de uma forma silenciosa e custou a vida de vários líderes.


Neste contexto, qualquer um que tenha um projeto de mudança a ser implementado no Brasil, precisa estar atento, conhecer e incorporar as forças entrópicas que condicionam a cultura, a política e a Natureza brasileira. Esta sintonia fina e contemporânea irá evitar o gasto inútil de energias e muitas mortes na grande praia brasileira.

Vitor MEIRELES de LIMA (1832-1903)  Moema 1866 óleo 129 x 190 cm - MASP
Fig.16 – A fuga do velho  Brasil natural custou a existência física e mental de muito gente idealista. O amor cultivado silenciosamente pela jovem enamorada Moema pelo europeu, custou-lhe um preço silencioso, mas fatal. Porém os maiores afogamentos aconteceram com jovens inteligências brasileiras. Inteligências seduzidas pelas profundezas e abismos das contradições europeias.  Jovens inteligências brasileiras que não compreendiam, não queriam aceitar as origens, os fundamentos e as forças avassaladoras, não foram capazes de nadar contra a correnteza e realizar as competentes rupturas epistêmicas e estéticas necessárias para perceber os seus próprios limites.  O drama se repetiu na metade do secuculo XX com a jovem Diacui

Na atualidade o Brasil continua velho.  Ele continua a contar o seu tempo pelo hemisfério norte. O Brasil recorda os seus antepassados em plena primavera, quando esta data é lembrada após o outono e na entrada do inverno e do frio no hemisfério norte. A ressurreição é comemorada no outono quando a sua origem é da primavera do hemisfério norte. Com estas inversões é necessário continuar a concordar com o holandês Barléus que abaixo do equador não existe pecado e liberação da moral para patamares dignos da a pré-história

Fig.17 – Os “jovens” talentos da Semana de Arte Moderna de1922 desencavaram Brasil velho, cansado e frustrado. No ato que queriam celebrar o Centenário da proclamação da soberania do Brasil, ridicularizavam a geração anterior a eles. Silenciaram o GRITO da Independência, o Museu e Monumento do Ipiranga.  Porém se defrontaram com o velho legado colonial (Aleijadinho) e a mentalidade indígena (Antropofagia e Macunaíma). Encontraram as forças para ir em direção da formação de uma consciência coletiva nacional na velhice brasileira, no seu cansaço e nas suas frustrações e dúvidas.

O Brasil continua dependente da chupeta até os dias atuais e é movido por eventos. Preso a um ciclo fatal de eventos o brasileiro oscila entre os altos do carnaval e os baixos e frustrações da paixão, segundo a poetisa Cecília Meireles.

No Brasil o evento, a festa e o jogo precedem, acompanha e conclui o ritmo do trabalho. Trabalho que não rende e nem acumula,  pois é um labor distraído e sem projeto. O seu projeto não vai  além daquele imposto pela Natureza e é dependente do aqui e do agora. Eventos, festas e jogos acionados e comandos por prêmios pífios, editais marcados e inconsequentes. Redundam em algo transitório e que escoa como o lixo que produzem e sem deixar identidade ou algo a recordar.  O resultado é que o brasileiro é surpreendido sem o menor preparo, planejamento ou recursos. Diante do menor contratempo de intempéries previsíveis este brasileiro se confessa impotente para enfrentar.

PELICHEK, Francis ou Frantisek (1896 – 1937) Gaúcho chimarreando -1929.-óleo s/ tela    66,0 x 54,0 cm
Fig.18 – O pintor tcheco Francis Pelichek percebeu e retratou o Brasil velho, cansado e frustrado. A figura do homem sul-rio-grandense é aquele que guarda as tradições ancestrais. Este brasileiro velho, cansado e frustrado contrapõe silenciosamente ao tipo do gaúcho aguerrido, jovem e temerário que rompe os horizontes de sua terra natal. O velho gaúcho que guarda as tradições ancestrais não se conecta e um caso singular quando justaposto ao nordestino, ao mineiro ou ao amazônico ou pantaneiro.

O Brasil ainda possui como marco de sua unidade o seu mapa físico. Isto constitui índice de sua identidade depende da Natureza primitiva. De fato no interior de suas fronteiras geográficas arma-se um quebra cabeças de memórias coletivas. Memórias coletivas pontuais que vão buscar acontecimentos de um passado distante. Este velho passado sustenta o presente muito mais do que qualquer pacto político. Porém esta memória depende muito mais da tradição oral. Tradição oral mergulhada e afogada nos mitos gerados pela indústria cultural. Indústria cultural que reedita, distorce e fabrica uma outra realidade. Outra realidade que envergonha, frustra e aliena quem é portador da tradição oral original. No seu analfabetismo funcional não consegue mais distinguir o original do factoide da indústria cultural.

Por sua vez a indústria cultural brasileira não consegue, na sua gritante fragilidade, falta de fundamento e tradição, fazer frente à indústria cultural de outros centros hegemônicos. Centros hegemônicos com profundos vínculos com instituições de pesquisa, de divulgação continuada e cultivo de hábitos de integridade intelectual. Graças a estas características conseguem realizar rupturas estéticas e epistêmicas continuadas e consequentes com o tempo atual. Nestas condições editam modas, estilos e formas novas de pensar e de sentir.

Em conclusão pode-se afirmar que o brasileiro nasce velho. Ou então é compelido a aprender rapidamente a pensar, agir e se conduzir em hábitos arcaicos e anacrônicos para as demais culturas.

FONTES BIBLIOGÁFICAS
ANCHIETA, José (1534-1597) Gramática Avanhenga: a língua mais falada na costa do Brasil. Coimbra: Antônio Mariz

ANDRADE Mario (1893-1945) O movimento Modernista: conferência lida no Salão de Conferencias do Ministário das Relações Exteriores do Brasil, no dia 03 da abril de 1942. Rio de Janeiro: Casa do Estudante do Brasil, 1942, 81 p

BARLEUS, Gaspar (1584-1648) O Brasil Holandês sob o Conde João Maurício de Nassau: História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil e noutras partes sob o comando do ilustríssimo João Maurício Conde da Nassau, etc.. ra governador de Wessel, tente general de Cavalaria das Províncias Unidas sob o Príncipe de Orange. Tradução e notas de Cláudio Brandão – Brasília: Edições do Senado Federal, 2005, vol. 43 – Edição original 1647, 340 pp com 84  il. http://pt.scribd.com/doc/125791235/Gaspar-Barleus-Brasil-Holandes

CABEZA de VACA, Alvar Núñez (1492-1568) Naufrágios e Comentários. Porto Alegre: L&PM, 1999  http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81lvar_N%C3%BA%C3%B1ez_Cabeza_de_Vaca

 DEBRET, Jean- Baptiste (1768-1848)Voyage au Brésil. Paris : Fermin Frères, 1834 3 vol il

GAMA, José Basílio ( (1741-1795) Uraguai – Lisboa : Régia Oficina Tipográfica, 1769

ISABELLE, Arsène (1807-1888) Viagem ao Rio da Prata e a ao Rio Grande do Sul. Tradução de Theodomiro Tostes. Introdução de Augusto Meyer (2ª impressão). Brsailia: Senado Federal, 2010 – Vol. 61 - XXXI pp. + 314 pp

MATTOS, Luiz Alves de - Primórdios de Educação no Brasil: o período heroico (1549-1570) Rio de Janeiro: Aurora, 1958

 STADEN Hans (c.1525- c.1579) .Warhaftige Historia und beschreibungeiner Landschafft der Wilden Nacketen Grimmigen Menschfresser Leuten in der Neuwelt Ammerica. Marpurg: Andres Koben, 1557.

VIEIRA, Pe Antônio (1608-1697) Sermões do Pe Vieira Lisboa: Deslandes, 1692


FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

ARARIBOIA
CHACHAPOYAS PERU
KUÉLAP

Confederação dos “TAMOIOS” ou os “VELHOS da TERRA”.

FINAL da DITADURA MILITAR 1964-1979

KOSERITZ, Carlos von

MACUNAIMA

MOEMA
Restauro da obra de MOEMA de Vitor Meireles

PEDRA do INGÁ

PRETO VELHO

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Círio SIMON









sexta-feira, 13 de junho de 2014

NÃO FOI no GRITO - 094

Em JUNHO de 1814 o GOVERNO do BRASIL era ÓTIMO:

pena que existia o povo...

Jean Baptiste  DEBRET (1768-1848) - Embarque para o sitio de Montevideo em 21 de maio de 1816
Fig.01 – A corte, sentada na sombra, assiste ao desfile dos expedicionários lusitanos que vão reforçar o cerco a cidade de Montevideo. A corte está trajada de luto pela recente morte de Dona Maria I.

No Brasil a distância entre o governo e o seu PODER ORIGINÁRIO sempre foi enorme e continua sendo abissal. Os lusitanos trouxeram  um poder feudal para a sua colônia. Na Europa cada senhor feudal tinha o seu castelo e os seus vassalos próximos, conhecidos e de absoluta confiança. Na colônia brasileira os corneis e os caciques não se entregaram ao trabalho oneroso de levantarem amurados, fossos e ameias. Contudo eles compensaram esta falta de equipamento pela truculência e pela insolência no trato de quem se atrevia a penetrar nos seus enormes latifúndios. Estes latifúndios aos poucos evoluíram para a estrutura municipal e onde coronéis e seus descendentes diretos continuaram e mantiveram o poder feudal.
Jean Baptiste  DEBRET (1768-1848) - Civilizados conduzindo indios prisioneiros índios em Curitiba
Fig.02 – As armas de fogo e o uso dos metais industriais garantiam aos coronéis e aos caciques alinhados com o governo colonial plena autonomia para agir. O limite deste poder  era não agir contra estes interesses coloniais lusitanos.

Este MILITARISMO feudal endêmico explica os fracassos e os vexames da administração municipal lusitana colonial face à primeiras tentativas para implementar a IMIGRAÇÃO no Brasil. Uma administração municipal radicalmente má e apenas voltada para a manutenção de sua frágil e pequena herança ancestral via, em cada imigrante, um potencial concorrente, cultural e tecnicamente mais preparado. O governo colonial central lusitano reinava absoluto sobre estas intrigas municipais. De origem hereditária e se acreditando consagrados e ungidos pelos poderes sobrenaturais. Bastava editar alvarás, decretos e leis. Neste meio tempo se entregar a longos e elaborados rituais entre os quais se ressaltava as de cunho religioso. Com este procedimento a clivagem e a distância entre o governo e o seu PODER ORIGINÁRIO eram abismais.



A imigração açoriana se perdeu nestes latifúndios e sem trazer uma outra forma de pensar, agir e fazer circular o sistema do poder colonial e feudal.

A única forma de abrir uma brecha neste poder feudal seria uma imigração massiva para estabelecer uma forma concorrente de pensar, agir e fazer circular o poder distinto daquela forma colonial e escravagista brasileira.


Refiexoens sobre as novidades deste mez sobre o BRAZIL e estampado no CORREIO BRAZILIENSE, VOL. XII. Nº 72, VOL. XII. No. 73. junho de 1814, Miscelânea pp.916 - 918.


Governo municipal das Provincias no Brazil.


Por occasiaõ de fallarmos nos meios de attrahir população ao Brazil, dos paizes estrangeiros, para o que recommendamos taõ boas leys, e taõ boa execução dellas, que os estrangeiros, desejosos de emigrar para o Brazil, se persuadam, que as suas pessoas, e propriedades seraõ respeitadas; convém repettir aqui, o que por mais de uma vez temos dicto; isto he, a necessidade indispensável de mudar a forma de administração das provincias do Brazil, sem o que nunca se melhorará a sorte dos povos.

Como os exemplos particulares provam, de maneira mais convincente, do que as theorias geraes; adoptamos desde o principio de nosso periódico o systema de narrar factos e nomear pessoas; porque dahi naõ pode provir outro mal, senaõ o ódio desses acusados contra nós, do que naõ fazemos caso; e quanto á verdade, ou justiça das accusaçoens, como sempre nos offerecemos a ouvir as partes, e. admitir as suas defensas, naõ nos dóe a consciência nesta parte; e na verdade parece-nos esta linha de comportamento, pelo menos mais franca, do que nunca será a hipocrisia dos Redactores do Jornal Scientifico, conduzido por um medico degradado por Jacobino, e por outros associados da mesma laia; e protegido pelos fautores do celebre tractado de commercio; reptis aduladores.e assalariados detractores, que promettido de não fazer personalidades, se tem constantemente embaraçado com o Redactor deste Jornal, e com muitos outros indivíduos, a quem alias deviam respeitar, ainda sem olhar para a contradicçaõ de seus escriptos, com a promessa de que não fariam personalidades.

Seguindo pois o nosso systema, e argumentando contra a forma actual de administração no Brazil; dizemos, que o Governo militar, que ao presente está em voga, he péssimo em todo o sentido.
O limite do PODER ORIGINÀRIO do BRASIL era não agir contra estes interesses do PODER COLONIAL CENTRAL. Este poder intervinha com mão de ferro como aconteceu com Calabar (1635), Zumbi dos Palmares (1695) Felipe dos Santos (1720) Tiradentes (1792).  Inclusive este PODER COLONIAL CENTRAL LUSITANAO não tinha o menor pejo em se aliava aos seus arqui-inimigos espanhóis como aconteceu, entre 175 e1756 com a destruição das Missões Jesuíticas. A memoria destas repressões bárbaras permanecia como exemplar no interior de  uma colônia sem comunicação sem comunicação externa.

Porém esta violência e arbítrio eram bem recentes e com repercussões na confiança econômica. Em junho de 1814 começava a ganhar repercussões internacionais. Na medida em que o Brasil se abria para o comercio mundial este começava a sentir este arbítrio em seu comércio com a província do Ceará.    
Chegaram-nos á maõ narraçoens de factos contra o governador do Ceará, Manuel Ignacio de S. Payo, que sò saõ dignos do reynado de um Caligula; e portanto muito impróprios do paternal governo de S. A. R. o Principe Regente, de cujo bom character nos fazemos taõ boa idea, quanto todos os seus subditos tanto da Europa como da America se mostram assaz satisfeitos, e convencidos da rectidaõ de suas intençoens.

Notaremos alguns destes factos do tal Governador.

1°. Inventar legislação sua a respeito de passaportes, para ir de umas terras ás outras no mesmo districto; com indizivel vexame dos povos, e interrupção das communicaçoens mercantis, amigáveis, e de familia; e isto com cláusulas, e circumstancias (principalmente a respeito das mulheres) de uma atrocidade dedespotismo.de que só se acha exemplo em nosso tempo na legislação de Bonaparte.

WEING6ARTNER Pedro 1853-1929 -Acampamento de carreteiros -   Pinacoteca Aldo Locatelli Prefeitura de POA-RS
Fig.03 – As demoradas e perigosas jornadas dos carreteiros que se aventuravam penetrar e atravessar o interior do território brasileiro  são evidenciadas nos registros de Arsène Isabelle. Ele levou 100 dias para fazer, em 1834, o trajeto de São Borja até Rio Pardo. O controle militar era absoluto sobre as naturais da terra e a desconfiança aos estrangeiros deteve Alexandre Humboldt nos limites do território colonial lusitano brasileiro .

2°. Mandar pagar dividas, entre partes, por execução militar, sem provas, ou outra qualquer formalidade de processo judicial.

3°. Obrigar um homem a casar contra sua vontade, pelo alegado crime deseducçaõ, sem outro processo mais que a prizaõ, e execução militar.

4°. Mandar prender um indivíduo, por ter movido a outro um preito em justiça.

5». Soffrer que o seu Secretario leve propinas arbitrarias, por vários actos, que devem ser grátis ex officio.

Estes e outros vexames tem feito fugir a gente da Capitania do Ceará ao ponto, que o termo das povoaçoens de Milagres, villa do Crato e Barra do Jardim, e outros, estaõ quasi desertos; da Serra dos Cavallos, no termo de Icó, sahirain de uma vez quarenta e nove famílias. Tudo o que temos avançado se nos fez constar por papeis authenticos, passados e reconhecidos pelo juízo da Índia, e Mina, em Pernambuco, e outras partes ; por isso falíamos afoitamente. O total das pessoas, que tem fugido desta Capitania.para as de Parahiba, Rio de S. Francisco, e Pernambuco, se calcula em mais de 4.000 3.J m&s.

Deixamos de fallar de inumeráveis outros actos de arbitrariedade igualmente escandalosos; porque o dicto basti para o nosso fim.

Daqui concluímos, reflectiiido no que temos dicto em N". antece dentes sobre os Governadores do Maranhão, &c, que estes vexames dos povos naõ provêm somente das pessoas que se nomeiam para os Governos, mas da forma de administração, que he radicalmente má.

Guilherme LITRAN, -_Guerra dos Farrapos -_A emboscada
Fig.04 – As sedições contra o poder colonial,  e depois imperial, era uma constante. Sedições cujos mentores agiam contra os interesses coloniais lusitanos e depois imperiais. Interesse coloniais e imperiais que se limitava a manter firmemente  o trono - e toda a vida política – o mais distante do PODER ORIGINÁRIO da NAÇÃO. Mentores que sabiam da tradição de truculência deste poder que não tinha dará conta diante de qualquer outro poder fora das fronteiras coloniais.


Quando as colônias do Brazil eram prezidios ou guamiçoens militares, bem se poderia admittir, que os poucos habitantes, que vivessem juncto a elles, fossem governados pelo commandante militar; porque taes habitantes se podiam considerar, como uns quasi vivandeiros do exercito, que convém estejam sugeitos ao despotismo militar do chefe das tropas; porém quando a população tem crescido em numero, riqueza, e consideração, ao pouto de que taes guarniçoens saõ objecto secundario, e mui insignificante, he grande absurdo continuara mesma forma de administração.

Um pay pode com propriedade dar uma dúzia de palmatoadas em seu filho quando criança, por alguma falta, que tenha commettido; mas querer tractallo da mesma forma quando elle chega á idade de 30 annos, he uma inconsequencia que naõ pode ter lugar. O argumento he o mesmo, quando se contempla que a forma de administração do Brazil, agora que elle he um Estado bem povoado, rico, e cheio de habitantes agricultores, he a mesma que éra quando elle constava de meros presídios, e guarniçoens militares.

 S. A. R. deve estar persuadido, que elle naõ conhece os indivíduos para os nomear Governadores; e por tanto ha de por força atender aos que os Secretários de Estado lhe apresentarem; que nenhum se lhe apresenta sem ter protecçoens, ou como lá se diz empenhos; e que essas protecçoens, que serviram para a nomeação, servem ao depois para patrocinar, e occultar os crimes, que elles comettem, principalmente se trazem dinheiro dos seus governos.

WENDROTH, Rudolf Herrmann – militares no RS 1852
Fig.05 – As manobras militares e iminência de guerras necessitava o alinhamento de fazendeiros improvisados em coronéis e de caciques de tribos conferia-lhes plena autonomia para agir. Porém deviam abster-se de arranhar qualquer interesse colonial lusitano.

Quasi todos os homens no Brazil pertencem á tropa, ou de linha ou de milícias, ou de ordenanças; e como o Governador he commandante em chefe das tropas, naõ ha cidadão que possa escapar do seu despotismo, justificado por esta sugeiçaõ militar; ainda quando faltem todos os demais pretextos de jurisdicçaõ. Ora he preciso confessar, que he esta uma existência bem precária, que naõ pôde convidar estrangeiro algum a deixar a sua pátria, para se ir estabelecer no Brazil. Nem digam que estes factos precizam que nos os narremos aqui, para serem sabidos nos paizes estrangeiros, elles saõ assaz conhecidos sem isso; nós só lhe damos publicidade, para que chegue á noticia de quem lhe pôde e deve dar o remédio. Um negociante do Ceará, correspondente de outro negociante Inglez em Londres, de quem recebeo ordem de cobrar uma divida de 4.000.000 de reis, na villa da Fortaleza, foi impedido pelo Governador de instituir um processo judicial, e assim naõ se pode cobrar a divida: taes factos necessariamente haõ de dar aos estrangeiros terrível idea da administração do Brazil.

WEINGARTNER Pedro 1853-1929 - TEMPORA MUTANTUR – MARGS
Fig.06 – Abandonados tanto pelas suas pátrias de origem como aquelas a qual escolheram como sua pátria de destino. O certo é que cedo se deram conta que não tinham a menor chance de retornar sobre os seus passos. De outro não tinham vindo a passeio nesta terra que lhes era estranha em tudo. Restava-lhes apenas a sua cultura, a sua vontade e imensa capacidade de convívio com os seus patriotas, os antigos escravos e os primitivos indígenas.


FONTES BIBLIOGRAFICAS.

ISABELLE, Arsène (1807-1888) – Viagem ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul- Tradução de Teodomiro Tostes; Introdução de Augusto Meyer [2ª reimpressão] Brasília: Senado Federal,2010 XXXI p + 314 p. (vol. 61- Senado federal)

SAINT- HILAIRE, Auguste (1779-1853) Aperçu d’une Voyage dans l´intérieur du Brésil, la province et les mission du Paraguai.  Paris : Imprimerie da Belin, 1823, 73 p.




FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

CORREIO BRAZIENSE –junho de 1814





INDIOS PRISIONEIROS





Domingos Fernandes CALABAR (1600-1635)




ZUMBI dos PALMARES (1655-1695)




REVOLTA de 1720 de Felipe dos Santos – Minas Gerais




José Joaquim  da SILVA XAVIER – 0 TIRADENTES- 1746-1792




MISSÕES JESUÍTICAS na AMÉRICA do SUL



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