sábado, 24 de janeiro de 2015

112 - NÃO FOI no GRITO

BRASIL em janeiro de 1815 e  2015
INTRIGAS JORNALÍSTICAS
Fig. 01 -  Até o advento da imprensa industrial os reis e bispos eram os formadores absolutos da opinião e que deveria predominar nas populações dos seus respetivos territórios.  As únicas fontes de informação provinham das notícias que eles permitiam que circular. Com a Revolução Inglesa, Norte-Americana(1776)  e Francesa (1789) que guilhotinou a sua realeza, os jornais assumiram este papel. Com este poder era natural o confronto entre concepções antagônicas do Evidente quanda a plebe se julgava rei bispo ou autoridade, os conflitos entre estes novos soberanos eram rotina e os novos formadores de opinião.

A era industrial estava tomando conta do planeta após as revoluções inglesa  (1642-1645), americana (1776) e francesa (1789) e das quais as máquinas eram um índice e uma motivação material. A mente, a vontade e a inteligência receberam recursos físicos e técnicos para se expressarem e se colocarem de uma forma inédita no mundo. A criação dos jornais, a sua impressão e a circulação dependiam cada vez mais das máquinas que acompanhavam e davam corpo físico a este despontar de uma nova era.
Os problemas, as dúvidas e os conflitos era muitos e apenas estavam começando como é possível verificar no texto a seguir:
CORREIO BRAZILIENSE  DE JANEIRO, 1815.VOL. XIV. Nº. 80. pp 136-140  -
CORRESPONDENCIA.
Carta ao Redactor sobre o Investigador.
Parabens e mais parabéns, Senhor Redactor! que ja o seo Jornal faz moça na consciência do Paralvilho ! ao ponto de estar fazendo há 3 mezes, rabiscas, e convocar hum congresso da boa gente! para se publicarem no se o Moniteur de Janeiro! Sem me approveitar da fama, que aqui he constante sobre o autor da grande, e informe Tirada! e quem estiver, como eu, accostumado á ver os seos chefes d'obra! e quem tiver recebido cartas suas, nas quaes em 10, 8 tem postscriptum quasi sempre maior que a carta! sabe imediatamente quem he o deplomatico autor de tam sabia Lenda.
ALBERT SAMUEL ANKER 1831-1910 - ESCRITURÁRIO  1899
Fig. 02 -  A indústria gráfica foi a grande beneficiada com a alfabetização gradativas de suas populações. Populações convidadas ao exercício do seu LIVRE ARBÌTRIO passava a ser produtor, distribuidor e consumidor destes texto impressos e economicamente mais acessíveis na medida de sua produção em escala. A indústria da produção de máquinas impressoras foi uma fonte de renda da Inglaterra.

Sem duvida depois da introducçaõ da imprensa na Europa se naõ podem lizongear os sábios de ter servido essa de instrumento á chefe» d'obra, e de deplomacia, como lhe tem succedido desde 1809. Os mais celebres na historia da literatura roividica saõ, os artigos mandados inserir no Correio de Londres de 15, 19, e '22 de Dezembro, de 1809, muito principalmente n'este ultimo e agora no seo Jornal Scientifico ! A grande falia Bacanal, que elle fez a 18 de Dezembro do dito anno era uma taverna de 5. James-street, de que nem ainda, depois de passados os fumos embriagantes se arrepeudeo, a mandou pelo Mineralogista do Strand, com o nome entam Ae Morgan, ao Redactor do Correio de Londres para se inserir a todo o custo no dito Jornal: a qual eu vi escrita pelo M____er, emmendada e borrada pelo patram, n'esta tinha V. M.ce,  a desgraça de ser elogiado por aquelle mesmo que agora o descompoe! Isto porque o seduetor das Mulheres Cazadas! assim como dos Jornalistas, andava entam por intervenção do seo Mercúrio ! seo actual agente em Vienna ; cuidando em o seduzir para que naõ fallasse mais nas propriedades Portuguezas e mudasse para Partidos Francezes no Rio! para Cortes! para inveclivas contra Antônio d' Aranjo, &c. &c. Graças, e graças ao Senhor Redactor, que já naõ merece elogios fúnebres de tal alma! mas sim notas deplomaticos, com a declaração de que continuar- se haõ ! Se os Portuguezes naõ estivessem por dura experiência bem inteirados da capacidade, e dos serviços de tal deplomatico bastava-lhe conhecer as suas producçoens n'este gênero para ajuizarem para o resto. Basta de preâmbulo, vanaos á nota deplomatica do Investigador 
O CLUBE dos PENSASORES Der-Denkerclub em_1819
Fig. 03 -  A conquista da liberdade de associação formação de  grupos de interesse, de partidos e ideologias necessitava da imprensa para fazer circular as suas ideias e conseguir a adesão de prosélitos para reforçar numericamente partidos, correntes filosóficas. O LIVRE ARBÌTRIO passou a ser exercício  coletivo. O PODER ORIGINÀRIO de uma nação tinha na imprensa um instrumento deste exercício coletivo da voz negado e controlado em outros foros do poder monocrático e central. Grupos de interesses econômicos entendeu logo o poder deste instrumento e fundaram jornais com amplo lastro monetário dos seus controladores.

Principia o Appendice, pag. 506, com um N. B. Primeiro Sinnete do autor, e principal Redactor do Investigador ! Depois, a Carla aos Investigadores contem 4 linhas, e o postscrijitum 48 ! Serunda, e principal característica do Protector.
V. M.ce. certamente naõ preciza clientes; sei que tem pólvora e baila de subejo; e oxalá se quizesse servir da fabrica dos fogueteiros d' arroios e South Audley! pois sei que n' outro tempo se lhe mandou bastante provimento pelo Poeta Forumfias—Farofias, &c. &c. com que tanto quis incendiar a naçaõ, que elle agora chama Triste', e com que tam precário quiz fazer o Governo, e o Throno Portuguez ! eu me explico .- V. M.ce. tem em seo poder, se naõ queimasse, obras, e artigos encomendados, e remetidos pelo dito Autor para se publicarem no seo Jornal! E para se fazer justiça ao Correio Braziliense teve principio, e data d'esse tempo o nome, que alguns lhe deraõ de incendiario, e revolucionário; quando era soprado e bafejado pelo deplomatico, hoje Redactor de um Moniteur. No entanto sem idea de coadjutor, nem mesmo sem me querer meter nos dnellos dos outros desejo, e até ambiciono pôr me a campo, e dizer alguma coiza ao impostor, que ha muito se desmascarou, e agora, mais que nunca, com o cavaco que quis dar, pensando meter uma lança era África ! quando aliás naõ fez, que marrar em si mesmo, segundo as suas próprias expressoens ou zurrar ; e pela sua lingoagem se deo a a conhecer!
George Caleb  BINGHAM -_The_County_Election
Fig. 04 -  A Inglaterra  já possuia uma monarquia constitucional desde a Revolução de Cromwell. Este pacto nacional britânico exigia a atenção, esclarecimento e manifestação da voz e da vez do seu PODER ORIGINÀRIO. Esta Revolução Puritana  Britânica (1642-1645) não ficava fixa num momento do passado mitificado pelo governo de plantão. Ao contrário: esta revolução era trazida para o presente, discutida  e VOTADA em todas as comunidades. O papel do jornal era indispensável neste processo de atualização da inteligência, das vontades e sensibilidades populares. A imagem acima evidência os leitores dos jornais. Ao mesmo mostra a ausência da figura e da voz feminina e que  conquistara arduamente o seu lugar, na Inglaterra,  apenas no início do século XX pelas sufragistas britânicas

He gallante o tom, como começa á elogiar o seo próprio Jornal ! e he gallante, ainda que requer muito pouca vergonha para dizer o Seductor de todos os Sexos ! ' e estados ! Que resistam (os seus opperarios) inabaláveis á qualquer seducçaõ ! &c. &c.
He impossível ser se mais Impostor:  ainda que com menos felicidade, e successo ; he um mau Impostor, porque tudo que elle aqui quer impurrar a V. M.ce., ou a outros; he privativo d'elle. Quem he que sopprou o fogo das intrigas domesticas? Quem he que se quis servir dos prelos estrangeiros para calumnias; e perturbar a sua pátria? se naõ elle ! como ja disse; e como V. M.ce. melhor que ninguem sabe. E tem o descaramento de dar o titulo de triste á nossa pátria! Quem he que lhe tem dado motivos de luto e tristeza?  Se naõ o Imposto r! e Degradador Deplomatico '. Elle bem sabe de que he credor á Naçaõ ! eo que elle se empenhara em lhe pagar os seos serviços fúnebres por isso naõ quer sahir d'aqui, nem a pao.
Dom Joao VI_-_retrato_no Palacio_Real_d'Ajuda. DETALHE
Fig. 05 -  O grande mérito de Dom João VI foi conduzir o sistema monárquico lusitano  para o âmbito de uma monarquia constitucional. Condução sem grito, alarde ou derramamento de sangue como aconteceu na Inglaterra (1649)  e na França (1793) .  Porém o  pacto nacional português estava muito distante da atenção, do esclarecimento e da manifestação da voz e da vez do seu PODER ORIGINÀRIO. Este silêncio e discrição permitiam tacitamente a escrita, a impressão na Inglaterra e a circulação no reino lusitano  do jornal CORREIO BRAZILIENSE de Hipólito José da Costa.  

No segundo parágrafo, chama lhe no estilo das creanças pseudo Braziliense; isto porque ouvio fallar o Orangotau em pseudo e por que tem V. M.ce. chamado pseudo ao Jornal de que elle he o primeiro agente. Isto he, que he macaquisse ; ou para melhor dizer, monisse vista a idade, e figurai Chama lhe libelista ! aquelle mesmo, que o quiz seduzir para fazer libellos, e calumnias ao governo de S. A. R. e que espalhou  aqui ; que tudo era Traidor em Portugal quando ele e a sua família tem sido os mãos por essência !
A$ expressoens de enxafurdar-se, e outras similhantes da ribeira nova, ainda que dizem bem no cujo por essência: houve aqui empréstimo da parle do que lhe cura as mazellas, e lhe limpa os Cáusticos, pois todos sabem a lingoagem deste operário de S. Jozé que por isso que exportado innocentemente de Portugal achou graça, o accolhimento uo que se oppóem a tudo que he feito pelo governo de Lisboa, e do Brazil, e que acolhe sempre com os braços abertos os que tem affinidade com elle. A linha 17 do segundo parágrafo mostra o que sabe Portuguez, e a rellé, que assistio a esta grande obra ! pois interpretam naõ he erro de imprensa, nem do compositor; he sim cscolla da Ribeira ! o mesmo digo da reposta na linha 3ª: Vem outra macaquisse no dito parágrafo; e he : se bem me lembro em um dos seos números disse V. M.ce., que o Irmam fora reprovado na Universidade de Coimbra : e elle agora orangotang tias a Universidade de Coimbra, e auctoridade dos seos condiscipulos, que naõ sei aonde os foi buscar ; pois a gente que tem a honra de viver com ele nunca foraõ condiscipulos de V. M.ce., nem mesmo viraõ a universidade por fora !
Gabriel von MAX- 1840-1915 - Macacos críticos 1889- óleo 84 x 106.5 cm
Fig. 06 -  Antes de Darwin e a sua obra científica  as comparações maliciosas entre os orangotangos e as criaturas humanas alimentavam intrigas a partir de índices pontuais e sem fundamento ou propósito cientifico. Esta comparação acintosa e por qualquer motivo era arma na mão de uma mentalidade acintosa de uma imprensa que buscava visibilidade, circulação e dinheiro. De fato buscava  poder e autoridade para deliberar e decidir por meio de uma opinião pública distorcida por ela e facciosa nos seus interesses.
   
E para que conheça o atrevimento do erangolang chama-lhe ignorante em sciencias exactas ! e uza dos termos impressoens na mente  ! quando devia saber, que nas sciencias exactas que elle profana disse impressoens no cérebro, e sensassoens na mente: porem isto he grego para o orangotang acabando a pagina que, os taes condiscípulos armados, " duvidam se chega até as quatro operaçoens, ou se contenta de somar os lucros, que lhe resultam das exportulas, que lhe mandão os medrozos de Portugal, e Brazil.- para que se calle, e se contente com designallns em massa debaixo do nome de godoyanos, nome, que ele tam estupidumente inventou, c applicou." Ainda que o nosso heroe naõ faz uma exacta idea da extensão da significação de Godoyano, visto que he tam miserável, que suppoe haja quem dezejê, ao menos em massa, ser comutado em godoyano! assim-mesrno elle dôe se, porque repete a lenda de godoyano muitas vezes, e já a pag 510, em que depois de mencionai* tudo que lhe he applicavel, acaba em decifrar a seo modo, ainda que sem ja se lembrar do que disse na pag. 508—quer dizer um valido, que absorva toda a sua autoridade para abuzar d'ella escandalosamente como fez Godoy a Carlos IV., ora quere-o mais asno? diz na pag. 508, que os medrozos de Portugal, e Brazil lhe mandaõ esportulas para que se contente somente em designalos em massa debaixo do nome de Godoyanos! bagatella! Ele há muito tempo que pensa assim ! e naõ está persuadido que o peor que elle tenha feito seja o ter absorvido toda a auctoridade do Soberano! Éter abusado d'ella escandalozamente ! mizerias ! mizerias! Vamos adiante, e contentemonos com a definiçaõ, que em tudo lhe he applicavel, menos no ser valido : nem o podia ser, vislã a sagacidade, que admitte em S. A. R. ! Ter sido confundido com os premiados, e com os merecedores de o serem ; agradeça-o ás intrigas!
Joseph WRIGHT of DERBY (1734-1797) -  Aula de Newton
Fig. 07 -  A Inglaterra pagou caro entregar a Ciências, as Comunicações e o Voto ao Poder Originário. Este preço foi pago  individualmente por Charles Darwin com os atrozes e constrangimentos que passou na sua pátria cujo governo não se envolveu na intrega Em compensação  surgiram cientistas políticos, econômicos  e acadêmicos da grandeza e perspicácia de Isaac Newton. Estes intelectuais afirmaram-se sem uma crença mítica no ESTADO NACIONAL. De outra parte também nõ o naturalizaram sabendo que era uma construção artificial humana

 Assim mesmo a naçaõ sabe distinguir os titulos, e honras dadas por merecimento, das que se daõ por serviços á outrem ! Alem de que Valimento, e auctoridade saõ couzas muito differentes; um vassallo pode ser valido, sem ter auctoridade. O Godoy comprometeo, e sacrificou a sua pátria, a Europa, e a America, naõ como valido, mas como ministro, a quem tinha dado Carlos IV. toda a auctoridade. E n'este sentido he o autor do artigo ainda superior na maldade a Godoy, poisque sem lhe ter o soberano confiado a suma auctoridade, elle a usurpou para comprometer c degradar o mesmo Soberano, e a naçaõ ! Portanto em quanto a mim naõ deve ser classificado nos godoyanos, mas sim denominado Napoleaõ 2°. e saõ Godoyanos os que ao pé do Soberano desculpara, e engrandecem Napoleaõ 2 ' . ; Como fazia Godoy junto a Carlos IV. a respeito de Napoleaõ Iº. He peor que Godoy, e da raça d' Ajacio ! Porque aquelle tratante a pezar de tudo que fez para comprometer o Soberano, e a naçaõ nunca lhe veio a cabeça, como á Napoleaõ 2º ' . cometter atentados contra o seo Soberano, e avançar contra elle o que até he indecente, e horroroso repetir; e se naõ se lembrar do que disse; já que tem a fraqueza, e o arrojo de fallar em Lord Ellenborough, queira mecher na porquidade parto iramundo de taes entranhas, que talvez se suffoque com o cheiro, ainda que congenial ! E talvez se faça de todo publico, o autor de todas as calamidades Portuguezas o hjpocrita, e desaforado Impostor, que ainda em cima se regozija de dar o epiteto de triste a sua pátria !
Fig. 08 -  Imagem do ministro espanhol  Manuel de Godoy y Alvarez de Faria Rios Sanches Zarzosa (1767-1851) ou simplesmente GODOY para o redator do Correio Braziliense. Confiado na espada e no compasso do conquistador francês visava o poder, a fama e glória em nome da RAZÃO que os franceses de Napoleão 1º se diziam representar e serem portadores. Não contava com o sono, os cochilos e as longas “sestas” a que esta mesma RAZÂO  se entregava. Como Goya ele também teve o seu fim solo francês

Para acabar com o primeiro ponto, reservando para outra occaziam o resto lhe direi, que a prova de que o exportado de Lisboa taõ bem deu sua penada, (ao momento que limpava os cáusticos de trás das orelhas do orangotang,) n'este chefe d' obra. saõ naõ so asexpressoens limadas de enxafurdrar e Caraquenha, mas mesmo a pag. 519, se descobre sobre o V. M.ce. naõ dar Iugar no seu Jornal a elogios do Patram ; pois sem V. Mce. mo dizer sei, que elle andou fazendo de Mercúrio, com papeladas, tendo o descaramento de se arrojar a pedir lhe as publicasse no Correio Braziliense; isto he, a respeito ainda de se abrirem as Cartas dos Portuguezes aqui ; e he precizo muito descaramento ; e ter ou á melhor, ou a mais mesquinha idea de V. M.ce. ! fazerem o mais conforme ao espirito do Evangelho para voltar a face para outra boflétada ! ou fazerem o mais estúpido para publicar contradiçoens ao que V. M.ce. tinha provado; eo mais he em abono de um seo inimigo declarado ! Se o autor do tratado quizer que se lhe prove como em sua caza se abrem Cartas, e se ficaõ com ellas ! em vindo o seo expresso do Brazil se lhe fará ver diante de Lord Ellenborough como elle teve a ouzadia de o fazer conhecidamentc em L812 ! e como pela conducta dos escriturarios deve responder opatram !
Fig. 09 -  Nesta imagem fica evidente a pobreza do cenário da corte lusitana refugiada no Rio de Janeiro. Dom João VI estava muito longe do conforto e do esplendor do  Palácio da Ajuda e, mais distante ainda, dos palácios dos demais reis e príncipes europeus e os recursos, educação e requintes de súditos profissionais dispensavam aos seus soberanos. Cercado de um povo espantado com a presença de alguém que estava no topo da administração, mitificado pelos áulicos e pela Igreja. Áulicos que jamais imaginava servir ao seu soberano nestas condições e parcos recursos intelectuais, técnicos e logísticos. Recursos logísticos, técnicos e intelectuais que podem ser medido pelos jornais que ali eram produzidos, circulavam e eram lidos.

Acabo em lhe dizer que aqui tem feito muita bulha nos caixeiros que naõ intendem Latim, e que por isso ficaõ atordoados quando se lhe arruma algum texto venha, ou naõ a propozito, e lhe chamaã logo um Salomão, pela regra d' dmirar o que se ignora ao ponto de dizerem agora alguns que elle naõ he nada tollo, pois que maneja latim! eu so admiro a ouzadia com que elle tradus a seo modo! ate nisto he Napoleaõ pois que uzurpa com a maior ouzadia o sentido que os pobres auctores deraõ aos seos discursos.
Perdoe, e desculpe tudo que achar d' estilo áspero, porem que he  para ser conforme ao tratado deplomatico.
Sou seo . . . .

Joseph WRIGHT of DERBY 1734-1797 -  O vácuo
Fig. 10-  A dramática imagem da pomba sendo sufocada pela falta de ar na campànulo de vácuo pode ser vista como uma metáfora da falta de ar e de liberdade de imprensa A Ciência estava busdcando metáfoura na cultura popular e se defundindo e tentando explicar o mundo real e  aquele que a era industrial estava construindo com a ajuda das máquinas. Cabia aos jornais, como o Correio Brasilense um setor com a divulgação destas experiências e livros publicados sobre o tema

O texto mostra algumas páginas um jornal do início da era industrial.  O editor e proprietário do Correio Braziliense adotou uma atitude  sem concessões ao contraditório e defende de forma intransigente os seus pontos de vista. Pontos de vista que ele edita, transcreve e aprova por intermédio de um leitor, real ou fictício, pois omite o nome do correspondente.
Nos dois séculos entre 1815 e 2015 aos poucos e depois de muitos percalços fica cada vez mais evidente que qualquer condicionamento, limite e norma terá eficácia e será respeitada na medida da interação de está envolvido profissional e eticamente no processo da comunicação na direção bem Arendt (1983() entende o termo processo. Como a ética médica, jurídica ou estética os que dedicam a sua existência aos seis campos de forças necessitam ser ouvidos, seus juízos ponderados e acatados no âmbito de suas competências. Certamente as excomunhões reciprocas e a produção para os concorrentes nas concepções de Bourdieu ( 1983 e 1992ª) ) mostra quem  entende um ao outro. 
Jean_Baptiste_Debret_-_Botica,_1823
Fig. 11 -  Os resultados da aliança entre a ciência e a indústria chegaram até a população no início da era industrialsob a forma de remédios. Inicialmente artesanais e embalados em vistoso vasilhame como os da figura de Debret. Na 2ª era industrial entram em cena as máquinas para em produção e distribuição em escala. A imprensa e o jornal conseguiam uma simbioso por meio da divulgação dos remédios e os seus efeitos aguardados deles. Evidente que qualquer publicidade enganosa era imediatamente percebida não só pela medicina como também  pela população.consumidora destes produtos.

Os critérios econômicos, ideológicos ou culturais podem interagir no sentido da complementariedade,  sem os critérios finais do jornalismo como mostra a pesquisa e livro de Marçal ( 2004) na imprensa operária de Porto Alegre.
O massacre dos jornalistas da revista francesa Charlie Hebdo acendeu o sinal vermelho dos cuidados para estas interferências extemporâneas. Se revela a importância da comunicação revela o conflito aberto e aceso pela luta do poder e controle da comunicação no mundo de janeiro de 2015.
No sentido geográfico o pensamento, redação e publicação do jornalismo,  de janeiro de 2015, está muito mais atomizado e em migalhas se comparado a janeiro de 1815. Na medida em que o editor e proprietário do Correio Braziliense dominava um visão do conjunto brasileiro ele estava de posse  de um projeto de manter Portugal na linha do Commonwealth britânico.. Este projeto naufragou com a independência e soberania brasileira. Por sua vez na medida em que avançam os meios tecnológicos, os leitores, os jornalistas e empresário segmentam subdividem e se dedicam cada vez mais a questões pontuais. O “Armazém Literário Nacional” fragmentou-se em regional, estadual, municipal e de bairro, dirigido a interesses pontuais e excludentes entre si. Se houve ganho numérico é discutível a qualidade, a abrangência e a efetiva interação entre leitores, jornalistas e empresário que detém a efetiva posse destes veículos.  Certo é que muito poucos tem o alcance, profundidade e coerência de proprietário e editor do Correio Braziliense de janeiro de 1815. A incerteza as ameaças e as efetivas demissões de jornalistas em janeiro de 2015 certamente não estão na linha de um pacto nacional por tempo indeterminado. Predomina o exercício da “Microfísica do Poder” ainda na trilha de Foucault (1995)

FONTES BIBLIOGRÀFICAS
ARENDT, Hannah (1907-1975) Condition de l’homme moderne. Londres: Calmann-Lévy 1983.

BARTHES, Roland.  Système de la mode. Paris: Seul, 1967. 327p.

BOURDIEU, Pierre (1930 -2002) Economia das trocas simbólicas. São Paulo: EDUSP- Perspectiva,  1987.  361p.
 ____.  As regras da arte: gênese e estrutura do campo literário. São Paulo : Companhia das Letras, 1996a. 421p.

FOUCAULT, Michel.  Microfísica do poder. Rio de Janeiro : Graal, 1995. 295.

MARÇAL João Batista A Imprensa Operária do Rio Grande do Sul 1873-1974– Porto Alegre: do Autor – 2004, 288 p. il.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS.
Commonwealth

DEMISSÔES em MASSA de JORNALISTAS  BRASILEIROS em JANEIRO de 2015

ICONOGRAFIA – DOM JOÃO VI
Palácio da Ajuda

LISTA do JORNAIS da REVOLUÇÂO FRANCESA 1789
UMBERTO ECO e ROBERTO SAVIANO

MANIFESTO a favor de um NOVO JORNALISMO

Manuel de Godoy y Alvarez de Faria Rios Sanches Zarzosa (1767-1851)

Massacre dos jornalistas da revista Charlie Hebdo

2015 O QUE NÂO se DIZ e NÂO SE PUBLICA NOS JORNAIS
o que não se diz, do que não se discute na prática jornalística

REVOLUÇÂO PURITANA (1642-5)

VIRADEIRA
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Referências para Círio SIMON








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