domingo, 17 de maio de 2015

120 – NÃO FOI NO GRITO.

PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL.
O dia 21 de abril foi originalmente consagrado  aos  “PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL” -  entre outros feriados nacionais - pelo Decreto nº 155-B do dia 14 de janeiro de 1890.  PRECURSORES que trabalharam para unir o Brasil internamente a partir de suas próprias energias e forças. Trabalho que continua essêncial e atual, em maio de 2015,  para constituir o Brasil como uma nação. A memória destes PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA é essencial para a sua expressão publica do BRASIL como Estado nacional. Unir para conceber, criar e reproduzir um pacto nacional brasileiro ainda inexistente.  Unir para conceber, criar e reproduzir um contínuo de um Estado nacional resistente à rupturas, à entropia e caprichos ideológicos de moda. 
ARARIBOIA  escultor  JUNIUS  Niterói - RJ
Fig. 01 – O cacique Araribóia representa um povo que se revoltou contra o invasor de suas terras de caça. A seus antepassados diretos eram o “ANTIGOS da TERRA” (Tamoios) e com plena consciência de sua identidade diferente de portugueses e franceses.

 No tempo presente nada melhor para iluminar este projeto nacional  do que os exemplos concretos de carne e osso e de forte carga humana. Tempo presente no qual a entropia age voraz, a desagregação de tudo que parecia sólido e de corrupção continuada.
Porém contra esta Memória trabalha FALTA de UM REFERENCIAL e de um PACTO NACIONAL. Esta carência leva à irreverência até as raias da galhofa. Sem compromisso com qualquer PACTO NACIONAL o indivíduo perde a sua própria identidade e de tudo que poderia ajuda-lo a reconstruir a sua História e da Nação. A história começa, para este indivíduo em disponibilidade, quando ele nasceu. Indivíduo em disponibilidade que prefere perder um herói ou um amigo, mas não perder uma piada a respeito deste herói ou amigo.
Fig. 02 – O jesuíta Antônio Viera nasceu e faleceu em Salvador capital do Brasil colonial. Tanto por formação como sua ação conheceu na proximidade a corte de Lisboa. Com sua retórica defendeu os desamparados por esta corte lusitana. Memorável o seu “DISCURSO aos PEIXES”, pronunciado em São Luís do Maranhão que elucida esta luta de espécies e que constitui uma metáfora da luta pela soberania de uma terra submetida ao regime colonial.

Quanto a continuo da História Marc Bloch argumenta (1976, p.42)[1] contra a mentalidade daqueles que simplesmente eliminam o passado que:
 é tal a força da solidariedade das épocas que os laços da inteligibilidade entre elas se tecem verdadeiramente nos dois sentidos. A incompreensão do presente nasce fatalmente da ignorância do passado. Mas talvez não seja mais útil esforçar-nos por compreender o passado se nada sabemos do presente .
Presente no qual a corrupção, a  desagregação e a entropia não só comprometem o objetivo comum de uma nação, mas jogam areia fina e pó nos olhos do PODER  ORIGINÁRIO  da NAÇÃO para continuar usufruir da regalias do pacto do regime colonial escravocrata.



[1] BLOCH, Marc (1886-1944)  . Introdução à História.- .Lisboa: Europa- América  1976  179 p.

Fig. 03 – A eterna denúncia contra a corrupção - cuja denúncia possui importantes capítulos no Brasil de maio de 2015 - foi duramente atacada em 1650 pelo jesuíta Antônio Viera. Porém também, foi denunciado e silenciado pelos mentores e favorecidos por esta corrupção. Acabou seus dias esperando justiça que só veio parcial e tardiamente após a sua morte em Salvador da Bahia

Os diversos  PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL.  são exemplos concretos, humanos com pacto social, político e econômico digno deste nome. PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL que constituem estas conexões personalizados deste pacto social, político e econômico. PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL que podem encurtar este caminho para estes pacto muito distante de ser atingido. Como seres humanos o seu exemplo e pensamento adiante do seu tempo são garantias para ser continuado por tempo indeterminado.
Fig. 04 – O imenso e continuado movimento da busca de liberdade das populações cativas brasileiras continua a se arrastar em maio de 2015. Esta luta pela liberdade ganhou rosto em Zumbi dos Palmares nascido e educado livre em um dos incontáveis territórios livres dos quilombos conquistados no interior do Brasil Este ordenamento livre, de estética própria e estranha ao conquistador europeu continua a cercar as principais cidades brasileiras. Este ordenamento livre, de estética própria e estranha foi desqualificado sob a designação de mocambos e de favelas.

A presente postagem busca fundamentos de um PACTO NACIONAL conhecido, respeitado e estimado por todos. Busca índices de um pacto social, político e econômico a serem projetados numa construção constante e renovada. Um PACTO desta natureza, é proveniente de um passado, atravessa o presente e busca de garantia de um futuro seguro, coletivo e o melhor para todos e toda nação.
Os nomes daqueles que lutaram no passado como PRECURSORES da soberania da Nação são motivações e algumas  bases desta construção a ser renovada constantemente.  Nomes a serem projetados  para a identidade e união interna Brasil. A partir destes nomes é possível destacar e rememorar pacto social, político e econômico brasileiro.  Este era o objetivo inicial pelo qual a data de 21 de abril consta como feriado no calendário do Estado Brasileiro.
Fig. 05 – O santista Alexandre Gusmão, nascido no litoral da província d São Paulo, fez a sua curta e produtiva carreira na corte lusitana como secretário particular do rei Dom João V. Sob o argumento “UTI POSSEDETIS, ITA POSSEADATIS” dobrou o território da colônia brasileira na qual veio ao mundo.  Colocou os fundamentos da diplomacia brasileira com este trabalho atento, continuado e contando uma massa de informações incríveis, para a sua época. Posicionou-se firmemente contra a PUREZA da RAÇA e do TIPO LUSITANO. O regime imperial e o republicano brasileiro continuaram este labor diplomático do irmão do padre voador Bartolomeu de Gusmão

Os que assinaram este decreto eram os mesmos que haviam assinando o Decreto da Proclamação do Regime republicano no dia 15 de novembro de 1889. Este feriado foi deliberado e decretado cinquenta dias após Proclamar a Republica. Estes integrantes do novo governo provisório Regime tomaram a medida para destacar os PRECURSORES da SOBERANIA BRASILEIRA.
No Centro desta medida governamental  estava a motivação maior de UNIR a NAÇÃO, DEMONSTRAR a SUA SOBERANIA e BUSCAR a PAZ e CONCÓRDIA entre todos os brasileiros. Ideal difícil como demonstraram estes PRECURSORES como foi o caso de ZUMBI, FELIPE dos SANTOS e tantos outros que deram a sua própria vida por esta causa. Permaneceu na memória popular e os agentes governamentais reduziram esta causa no nome emblemático de  TIRADENTES mais fácil de guardar na memória coletiva.
Fig. 06 – O território do Brasil colonial em 1709, antes da ação diplomática do “UTI POSSEDETIS, ITA POSSEADATIS” de Alexandre Gusmão. Este santista seguia as informações que possuía das sendas traçadas pelos bandeirantes, os deslocamentos dos indígenas pacificados e disseminação dos quilombos afro-brasileiros.

Estes PRECURSORES tiveram de romper uma corte parada no tempo e de uma elite colonial que havia reconquistado e se apoderado do poder brasileiro ao longo do REGIME IMPERIAL. Para  seu benefício e usufruto mantivera intacta a ESCRAVIDÃO LEGAL.
O REGIME COLONIAL e IMPERIAL foi possível graças à extensa rede de DOMINAÇÃO POLITICA, ECONÔMICA e SOCIAL tecida legalmente e mantida em  silencio obsequioso pelos “Capas Pretas de Coimbra”[1].



[1] Os “CAPAS PRETAS de COIMBRA” e TIRADENTES  http://naofoinogrito.blogspot.com.br/2015/04/118-nao-foi-no-grito.html

Antônio PARREIRAS (1860-1937)  Julgamento de Felipe dos Santos - detalhe
Fig. 07 – A revolta de Felipe dos SANTOS - já nos primórdios da corrida do ouro de Minas Gerais - foi dura e impiedosamente reprimido pelos agentes do Regime Colonial. Os restos da memória deste movimento de afirmação da identidade desafiam ate maio de 2015 os historiadores. As narrativas relativas a esta revolta oscilam entre o MITO e sua NATURALIZAÇÃO. Mas certamente são desfavoráveis ao REGIME COLONIAL até pelo fato dos parcos, confusos e contraditórios documentos que este regime deixou deste evento macabro.

O REGIME COLONIAL e IMPERIAL manteve a memória dos Inconfidentes Mineiros preso aos registros unilaterais e tendenciosos dos autos da sua condenação sem possível contraditório. Apagou cuidadosamente qualquer registro  visual com mandou destruir e salgar a casa de TIRADENTES. Com este silêncio e destruição de provas materiais abriu um gigantesco espaço para a sua posterior mitificação ou naturalização.  O Regime Republicano procurou preencher este oco e transformar o TABU em TOTEM. O Regime Republicano construiu este TOTEM e o festejou com a criação de signos, festividades e eventos devido ao fato de que Tiradentes, seus colegas e tantos outros precursores estavam pleiteando a completa SOBERANIA BRASILEIRA.
ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA num cartaz de um FILME sobre a vida e obra do mestre
Fig. 08 – O trabalho silencioso e continuado de ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA (O ALEIJADINHO) [1] criou uma obra intrigante e índice do que “não podia ser dito” ao longo da Inconfidência Mineira. A sua memória teve de esperar até  1854 para receber alguma narrativa escrita Este prolongado silêncio da historiografia nacional geraram narrativas relativas a este artista que oscilam entre o MITO e sua NATURALIZAÇÃO. Os parcos, confusos e contraditórios documentos confiáveis desta PESSOA e o silêncio imposto pelo REGIME COLONIAL e permitem um imenso MITO de que TUDO é ATRIBUÍVEL a este mestre neste período e lugar. De outra parte os habitantes destes lugares NATURALIZARAM as suas obras, restando-lhes uma vaga atenção e que só é despertada ocasionalmente pelas possibilidades turísticas e de um eventual estrangeiro com ideias exóticas

A leitura cuidadosa destes textos revela  que os corruptos e corruptores são muito antigos no Brasil. Corruptos e corruptores que fazem de tudo para apagar os vestígios materiais de seus crimes.  Para tanto são aconselhados e blindados por todos os lados por seus mediadores, atravessadores e tutelares legais e que vivem das migalhas que caem das fartas mesas destes bandidos.
A manipulação da MEMÓRIA nacional seleciona, edita e  coloca em evidência apenas os  personagens, eventos e fatos que favorecem as classes dominantes. A própria memória e sentido do PODER ORIGINÁRIO da NAÇÃO foi remetido para momentos pontuais e facilmente manipulados  na forma de ELEIÇÕES dos CONSTITUINTES que de fato representam e legislam de forma a favorecer as classes dominantes. Isto se o PODER CENTRAL no INTERVEM PESSOALMENTE como aconteceu coma PRIMEIRA CONSTITUINTE BRASILEIRA



[1] ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA: um bicentenário sem povo  http://profciriosimon.blogspot.com.br/2014/11/100-isto-e-arte.html

Figueiredo e Melo, Pedro Américo (1843-1906) Reunião de Tiradentes com os conjurados mineiros e Silvério dos Reis na porta
A Mais Importante das Reuniões dos INCONFIDENTES de  Pedro Américo
http://pluralesingulares.com/tag/pedro-americo/
Fig. 09 – A Conjuração Mineira teve o envolvimento de uma extensa elite mineira descontente com o tratamento que lhe conferia o Regime Colonial lusitano. A vigilância e interesses deste Regime Colonial eram intensos devido  a sua dependência com os tratados com os britânicos para onde ia todo os QUINTOS possíveis de arrecadar. Mas internamente os interesses dos que ocupavam cargos coloniais não eram menos intensos, críticos e diretos. Além disto o Regime Republicano colocado como projeto, por estes conjurados, subvertia inteiramente a autoridade da coroa e da sua corte multissecular.

Não há como acreditar que este processo de construção dos nomes dos PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL seja natural e possível noum passe de mágica. Como toda civilização é uma construção separada da Natureza. Nesta construção artificial e separada da a escolha, estudo e posterior socialização dos nomes dos diversos  PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL constitui um projeto intencional, apoiada e com recursos para a sua reprodução.  A  obra de 1996 a estudiosa Regina ABREU mostrou, “A fabricação do Imortal Memória, História e estratégias de consagração no Brasil” e como estes mecanismo funcionaram para um personagem da Primeira republica Brasileira.
Hipólito José da COSTA PEREIRA (Colônia do Sacramento 1774- Londres 1823) Pintor - anônimo
Fig. 10 – Hipólito José da COSTA PEREIRA nasceu no território da Colônia do Sacramento face ao Rio da Parta, migrou depois para Rio Grande e Porto Alegre. Completou a sua formação na Faculdade de Direito de Coimbra. Objeto de desconfianças, ameaças e represálias da Inquisiçaõ de Portugal, deslocou-se para os Estado Unidos e de lá para Londres. Na capital britânica comandou e  produziu o Correio Braziliense (1808-1823)  que remetia clandestinamente nos navios inglês até uma elite letrada da colônia brasileira. Atento ás potencialidades da nova nação e estado emergente encerrou as suas atividades quando a sua pátria de origem atingiu a soberania

Quando um governo central, monocrático impõe de cima para baixo, nomes dos PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL não menos danoso. Acontece isto com o feriado de 21 de abril no qual nome de Tiradentes ofuscou os outros nomes devido a esta imposição de cima para baixo, monocrática e central[1]. Escolha esta e feriado compulsório que não teve a mínima interação com o PODER ORIGINÁRIO brasileiro que aceitou passivamente esta imposição governamental.



[1] O dia 21 de abril era  feriado de Tiradentes, patrono da República.   “Dia 21 de abril foi declarado feriado nacional em honra de Tiradentes, como patrono da República, pelo Decreto Federal nº 155-B em 14.01.1890”  (Boletim do MESP, ano  1, nº 1 e 2,  jan-jun 1931 p. 165). 

Antônio PARREIRAS (1860-1937)  Benção_das_Bandeiras - _Revolução de Pernambuco 1817
Fig. 11 – O movimento emancipatório desencadeado em Recife,  em 1817, espalhou-se por outras capitais do nordeste. Movimento comandado por empresários da época e com apoio do clero permanece latente inclusiva após a proclamação da Independência com a “Confederação do Equador- (1824)” com Frei CANECA nascido em 1779 e fuzilado em 13 de janeiro de 1825 . A lição é que a mudança de um regime não é acompanhado pela mudança de dos hábitos coloniais e muito menos da escravidão. Regime em que o PODER ORIGINÁRIO sobe ao palco mais como vítima do que como agente ativo para deliberara e decidir.

A questão do PROJETO NACIONAL a partira da IDENIDADE BRASILEIRA gerado da raiz do PODER ORIGINÀRIO ganham relevo e sentido especiais em maio de 2015. Ano no qual aparecem vultosas transações que escancaram a falta de patriotismo político, econômico e social Em maio de 2015 renovam-se as gerações de traidores como Calabar, delatores na senda dos Silvério do Reis e de piratas virtuais que 
Fig. 12 –  José Bonifácio de Andrade (*1763 Santos - +1838 Niterói)  - denominado  ‘Patriarca da Independência’ - não só sentiu e compreendeu a hora da decisão pela soberania brasileira,  como também teve ação decisiva na sua efetivação. Para a prática da soberania do novo Estado Brasileiro articulou servidores públicos competentes, fieis e devotados.  Blindou a futura família imperial com toda a assistência na sua nova função de um regime monárquico constitucional.   
Ele constitui um dos Egressos da  Faculdade de Direito de Coimbra,  estudados por Gauer (2001) Reforça os nomes dos “Egressos de Coimbra”, como Hipólito José da Costa e Alexandre Gusmão que contribuíram, de fato e de direito, na construção do Estado-nação no Brasil. De outra parte estes três nascidos no Brasil, contrapõe-se as nefastas  ações legais “dos Capas Pretas de Coimbra” que contribuíram no reforço da Inquisição, na Mesa da Consciência e manutenção do Regime Colonial lusitano:

Não há soberania nacional se a corrupção moral, econômica e politica comprometem a sua identidade interna. Os diversos  PRECURSORES da sua INDEPENDÊNCIA perdem sentido. Sua memória é naturalizada, subvertida e corrompida senão ridicularizada.
Georgina de Albuquerque (1885-1962) - -Maria_Leopoldina_regente – Quadro do acervo do Senado Brasil (1922)
Fig. 13 – O alto treino e cultura que a Imperatriz Dona Leopoldina havia recebido nas cortes europeias foram de extrema importância para entender o seu cargo e funções.  Com figura culminante de um processo de independência compreendeu o imenso esforço de gerações que haviam construído, lutado e até dado s sua vida.
Relativo ao quadro, aqui reproduzido, convém chamar a atenção sobre a sua autora. Giorgina Albuquerque foi  a primeira mulher a dirigira a Escola de Belas Artes, no momento em que esta instituição estava deixando no passado os hábitos da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA)herdeira da Academia Imperial de Belas Artes.(AIBA)

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, Regina A fabricação do Imortal Memória, História e estratégias de consagração no Brasil, Rio de Janeiro: Rocco: lapa 1996 225 p.

GAUER, Ruth Maria Chittó. A construção do Estado-nação no Brasil: a  contribuição dos egressos de Coimbra . Curitiba : Juruá. 2001. 336 p
Fig. 14 – A Imperatriz Dona Leopoldina entendeu o seu cargo e as  funções colrrelata como o CONTRATO com  ESTADO BRASILEIR emergente. O Juramento que ela assinou, em 24 de março de 1824, é índice  desta situação.  O Regime Imperial  Brasileiro se distinguia pelo seu caráter constitucional do antigo regime da coroa lusitana autocrática e de pretensa origem divina.
FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS
Antônio VIERA ( Salvador 1608 - Salvador Bahia 1697)
O REGIME COLONIAL SILENCIOU VIEIRA  e os seus próprios argumentos

ARARIBOIA  (--- 1589)  
CONFEDERAÇÃO dos TAMOIOS ou a VOZ SILENCIADA do VELHOS da TERRA.
ZUMBI dos PALMARES (1655-1695)
O HOLOCAUSTO AFRICANO e SILÊNCIO dos JORNAIS do INÍCIO do SÉCULO XIX.
VOZES da ÁFRICA: ESCRAVIDÃO e COLONIALISMO.
FELIPE dos SANTOS

FRAGILIDADE da MEMÒRIA BRASILEIRA

INCONFIDENTES MINEIROS

REVOLUÇÂO de PERNAMBUCO 1817
FREI CANECA

ALEXANDRE GUSMÃO (* 1695 Santos SP – +1735 Lisboa)
ARTE e a POSSE da INFORMAÇÂO MEDIADA. “Uti possidetis, ita possideatis”,
Núcleo da tese de ALEXANDRE GUSMÃO para a posse lusitana do Rio Grande do
AS DIFICULDADES para REINVENTAR UM ESTADO COERENTE com o seu TEMPO e o seu LUGAR.

ANTÔNIO FRANCISCO LISBOA: um bicentenário sem povo

Hipólito José da COSTA PEREIRA (Colônia do Sacramento 1774- Londres 1823)

PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL

Os “CAPAS PRETAS de COIMBRA” e TIRADENTES




Dia 21 de ABRIL: FERIADO dos PRECURSORES da INDEPENDÊNCIA do BRASIL

DECRETO nº 155-B, de janeiro de 1890

Declara os dias de festa nacional

O Governo Provisório da República dos Estados Unido do Barzil, considerando:
·         que o regimen republicano bazei-se  no profundo de sentimento de fraternidade universal;
·         que este sentimento não póde desenvolver convenientemente sem um systema de festas públicas destinada a commemorar a continuidade e a solidariedade de todas as gerações humanas;
·         que cada pátria deve instituir taes festas, segundo os laços especiaes que prendem os seus destinos aos destinos de todos os povos;
Decreta:
São considerados dias de festa nacional:
....

·         21 de abril, consagrado à comemoração dos precursores  da Independencia Brazileira, resumidos em Tiradentes;
Sala das sessões do Governo Provisorio, 14 de janeiro de 1890, 2º da Republica. - Manoel Deodoro da Fonseca. - Ruy Barbosa. - Q. Bocayuva. - Benjamin Constant Botelho de Magalhães. - Eduardo Wanderkolk. - Aristides da Silveira Lobo. - M. Ferraz de Campos Salles. - Demetrio Nunes Ribeiro


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Referências para Círio SIMON








terça-feira, 5 de maio de 2015

119 – NÃO FOI NO GRITO.

UM JORNALISTA DESFAZ INTRIGAS INTERNACIONAIS SOBRE O BRASIL 
Fig. 01 – A presença do jornal diário impresso continuou a ampliar  escala e sua frequência ao penetrar profundamente no ambiente particular. Portador de noticias econômicas e políticas, para o mundo masculino,  e da moda e vida social para o ambiente feminino. A vida burguesa - separada da nobreza e distinta do mundo proletário – afirmou-se e valeu-se do jornal impresso para ampliar o circulo de interesses econômicos, sociais e políticos. Este comércio simbólico da informação ampliava, consolidava este modo de vida. No contraditório encobria, distorcia e desclassificava o que não fosse prioritário e de interesse desta burguesia.
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A ética jornalística foi e fundamental em maio de 1815 como continua absolutamente necessária em maio de 2015. Ética jornalística indispensável ao jornalista, ao seu público e para uma nação. Ética praticada apesar de todas as ameaças e escorregadas em meias verdades. Ética praticada contra meras insinuações carregadas dos mais escusos e mesquinhos interesses.  Em maio de 1815 a vinda, permanência e frutos da corte lusitana ao Brasil eram objetos de insinuações carregadas dos mais escusos e mesquinhos interesses. Interesses que persistem, em maio de 2015, são expresso na arrogância, nos silêncios  e no temor das “invasões africanas, latinas e asiáticas do Jardim Europeu Plantado a Beira do Atlântico”. Por esta e outras razões ainda   é cedo qualquer juízo relativo à vinda, permanência e frutos da corte lusitana ao Brasil. Como é cedo para julgar a Revolução Francesa no conselho do Dalai Lama
Fig. 02 – A vida pública britânica auto regrada encontrava nos pubs e nos cafés londrinos a sua expansão controlada. Nestes locais a presença do jornal diário impresso continuou a ampliar  escala e frequência ao penetrar profundamente no ambiente público. Dominado pelo o mundo masculino era ocasão de colocar em as  noticias econômicas e políticas..

Isto não impede ao jornalista buscar a informação, estudá-la e fazê-la circular, escoimada de verdades, ainda não provadas pela prática ética jornalística. Cabe juntar os cacos deste mosaico ao político sério, ao economista competente e ao historiador documentado. Cacos que, vistos um a um,  podem ser tanto pouco agradáveis como de coerência extraordinária.
Nestes cacos deste mosaico intrometem-se tesselas que nada a tem a ver com vinda, permanência e frutos da corte lusitana ao Brasil. Nestas tesselas intrusas é muito difícil perceber a coerência com os fatos especialmente se estas intrusões são datadas e contemporâneos aos fatos. É o aconteceu com a intriga do “RETORNO” ou “NÃO RETORNO” da corte lusitana para Lisboa. Nesta distinção o texto do CORREIO BRAZILIENSE de maio de 1815 presta um contribuição valiosa e de inteiro sentido jornalística em maio de 2015.
Fig. 03 – A imensa e intensiva vida comercial do porto de Londres não foi afetado numérica e qualitativamente pelo bloqueio imposto por Napoleão Bonaparte ao continente europeu. Ao contrário se abriam os portos de novos continentes para as buscas das matérias primas para as indústrias britânicas e no retorno os novos produtos manufaturados na Inglaterra A abertura dos portos do Brasil ampliva este leque de atividades. A Guerra contra os Estado Unidos revelava o lado obscuro deste comércio quando marujos ianques foram forçados a trabalhar nois navios ingleses. De outro lado muitos desses navios navegavam sob outras bandeiras para o comércio de escravos.


CORREIO BRAZILIENSE  de MAIO de 1815.
VOL. XIV . Nº  84.  pp.699-704
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Reflexoens sobre as Novidades deste Mez.
BRAZIL.
Embaixada Portugueza em Londres.
Finalmente acha-se o Conde de Funchal removido de sua Embaixada em Londres, havendo tido sua audiência de despedida de S. A. R. o Principe Regente da Gram Bretanha, aos 25 de Abril.
Nós lamentamos a necessidade de nos vermos outra vez obrigados a fallar de S. Exa. ; porque parece pouco generoso malhar n'um homem cahido ; basta-lhe, dirão, a sua infelicidade, ter perdido o seu lugar. S. Exa. pôde estar certo, que pelo que respeita a sua pessoa, como indivíduo, de boa vontade deixariamos de occupar-nos com elle, mas, como homem publico, naõ podemos deixar de expor o seu comportamento, para exemplo dos mais.
O successor de S. Exª. chegou a Inglaterra nos princípios de Março, foi recebido na Corte, aos 12 de Abril ; quando apresentou as suas credenciaes ao Principe Regente; e aos 3 de Mayo foi introduzido a S. M. a Raynha, como se vè da seguinte noticia da Gazeta official:—
" Palácio da Raynha, 3 de Mayo, 1815.
" Hoje, Monsieur de Freire, Ministro Plenipotenciario de S. A. R. o Principe Regente de Portugal, teve uma audiência de S. Magestade (a Raynha) ; aonde foi introduzido pelo Conde Morton, Lord Camarista de Sua Magestade; e conduzido pelo Ajudante do Mestre de Cerimonias, Roberto Chester, Escudeiro."
Agora ¿que respeito mostrou o Conde ás ordens de seu Soberano, continuando a chamar-se Embaixador, e a exercitar algumas das funcçoens daquelle cargo, desdo os 12 de Abril, em que seu successor apresentou as credenciaes, até 25 de Mayo, em que o Conde teve a audiência de despedida ?
 Para o Conde conhecer, qual seria a impressão, que tal  comportamento devia produzir na sua Corte, bastava lembrar, se, que este éra ja o segundo successor, que lhe lhe nomeavam ; e que a punctualidade de obedecer as ordens do Soberano, em todos os casos, vem a ser objecto de summa delicadeza, em uma Corte estrangeira, aonde convém que os Ministros se esqueçam iuteiramente do que lhes diz individualmente respeito, para só terem em vista os interesses, e a dignidade de seu Amo, a fim de o fazerem brilhar em todas as occasioens; e que nunca appareça senaõ em uma luz vantajoza.
Mas em fim todas as cousas tem seu termo; basta por agora. Desejamos a S. Ex'. feliz viagem; e que se divirta em Roma. no descanço que merece.
http://adautogmjunior.blogspot.com.br/2015/03/a-industria-britanica.html
Fig. 04 – A acumulação de riquezas em Londres  permitia experimentos urbanos como a iluminação pública com lâmpadas de gás substituindo os antigos candeeiros com azeite de baleia. Assim é fácil imaginar a reticências que os representantes diplomáticos lusitanos tinham em voltar para lugares sem imprensa, e sem usufruírem um sem número de confortos que a acumulação das riquezas, poderes e meios de comunicação permitiam usufruir na capital britânica.

Relaçoens do Brazil com a Inglaterra.
Achamos em gazetas lnglezas (Obs. 14 Maio) alguma observação e noticia a respeito do Brazil, que naõ estamos dispostos a deixar passar sem commento: he o seguinte :—
"Recebemos hontem notícias do Rio de Janeiro, que che. gam até 13 de Março. Elias saõ interessantes em tanto quanto tendem a mostrar as precauçoens, qae seraõ necessárias, para fazer permanentes as nossas connexoens commerciaes com aquella Corte; e as difficuldades, que se acharão ao pôr em força os tractados existentes, sob a disposição adversa daquelle Governo. A seguinte carta he de uma pessoa a mais respeitável, que teve as melhores opportunidades de se informar;— ella expõem distinctamente o character e vistas dos partidos, cm que se acham divididos os Conselhos do PrincipeRegente."
" Rio.de-Janeiro, 10 de Março, 1815.
Vós tereis recebido muitas noticias vagas, a respeito do Príncipe Regente deixar este paiz, e voltar para Portugal. A procrastinaçaõ, e incerteza provavelmente resulta, de que o Ministério aqui naõ está entre si de boa intelligencia. Porém, connexo como este objecto he com os interesses Britannicos e commercio Inglez, em um de seus mais preciosos pontos de direcçaõ, he importante explicar as circumstancias. Os membros do Governo estaõ divididos cm dous partidos. A frente de um esta o Marquez de Aguiar, que deseja a volta de S . A . R . ; sendo homem idoso, e nao se acommodando a sua constituição com o clima. He elle um advogado do systema antigo de Governo, sendo de opinião, que qualquer alteração seria prejudicial á coroa. Se tivesse coragem, seria um admirável apoio de Fernando VII. Elle considera o povo em geral formado para uso da Familia Real, e da Nobreza; e, ainda que lhe custasse a vida, elle nao faria uma cortezia, para responder ao homem naõ nobre, que o tivesse saudado. A frente do outro partido está Araujo, que posto que idoso, conserva muita de sua antiga energia. Elle opina pela continuação da Familia Real aqui, sabendo que, sob um Governo conveniente, este paiz será, com o decurso do tempo, de grande conseqüência na escala das naçoens. Elle também prevè, que com a volta da casa de Bragança se adoptará a antiga politica colonial, e se fecharão outra vez os portos do Brazil, contra o commercio estrangeiro, segundo as máximas invioláveis daquela politica. A auzencia da corte occasionará também mais extenças fraudes nas rendas publicas; e até mesmo, com todas as vantagens de sua presença, naõ he mais do que a metade da somma cobrada, a que se applica ao serviço actual da Coroa; o resto he pilhado, e desperdiçado."
Fig. 05 – A coroa do reino de Portugal -  colocada no Rio de Janeiro - estava num ponto geográfico muito mas vantajoso ao comércio internacional com os cinco continentes do que se estivesse no pequeno território lusitano europeu. O reino português tinha posições fixas nos quatro continentes.. Para a Inglaterra era de grande vantagem os tratados com Portugal para que os seus navios comerciantes e de guerra tivessem o mínimo de restrições para navegar nestas águas... Ainda mais que Portugal estava carente e muito distante da Era Industrial. Produção e distribuição em larga escala.

Como ha sempre muita gente interessada em fazer communicaçoens parciaes, aos Redactores dos Jornaes públicos, pode muito bem ser, que aquella carta datada do Rio-de-Janeiro, fosse escripta aqui em Londres. Como quer que seja, devemos dizer, que a impressão, que aquelle extracto pretende fazer, indica ideas muito erradas, na matéria que se propõem a ellucidar.
Fig. 06 – A  Corte Lusitana na América transformada em MITO, PROPAGANDA e MARKETING desermbarca num ambiente olímpico e povoado de deuses imaginados. Esta imagem marca a ausência do povo real e é índice do projeto desta corte manter-se o mais distante possível da população dos súditos e ainda mais da escravaria.
A Ranha Carlota exigia que a população assistisse genuflexa a sua passagem pelas ruelas do Rio de Janeiro

O escriptor daquella carta, pretende explicar, pela discordância de partidos no Ministério do Brazil, a apparente contradicçaõ do procedimento que honve, em se mandar da Inglaterra ema náo para trazer a Lisboa S. A. R. o Principe Re gente de Portugal, e o recusar elle regressar-se á Europa.
Fig. 07 – A presença da Corte Lusitana na América - transformada em IMAGEM NATURAL e REGISTRO VISUAL - no cenário real do cais do Porto do Rio de Janeiro. O  exibicionismo ritualístico  desta corte, deslocada do seu ambiente de origem,  resvalou, na vida do povo carioca, em carnavalização.e apropriação de trajes, gestos e títulos nobiliárquicos.

Nos podemos muito bem explicar isto, sem recorrer a discordancia dos partidos, e sabemos que tal discordância nao existe neste ponto; portanto assentamos, que as suggestoens do author da carta nao merecem credito algum.
Representa.se aqui o Marquez d'Aguiar, c o Conselheiro Araújo, como cabeças destes dous partidos oppostos: tal opposiçaõ naõ existe ; antes, pelo contrario, aquelles dous estadistas vaõ de accordo, em quasi todas as medidas publicas; e por todas as noticias do Brazil sabemos, que elles saõ do mesmo sentir e partido politico.
Fig. 08 –Abaixo deste exibicionismo ritualístico  desta corte, resvalo para a carnavalização, a vida cultural carioca de alto nível recebeu reforços institucionais que se prolongaram e estão vivos em maio de 2015. No bojo das naves veio uma biblioteca de 60.000 volumes origem da Biblioteca Nacional. Em sucessivas viagens de cientistas e artistas a terra foi visitada e estudada pelas mais recentes descobertas científicas e preparada par uma nova estética. A Missão Artística Francesa trouxe uma Pinacoteca origem do Museu Nacional de belas Artes e Museu Dom João VI[1]

Nós dissemos ja em outro Nº. , que o Ministro Inglez tinha asseverado no Parlamento, que o Principe Regente de Portugal havia pedido aquella esquadra Ingleza, para voltar Lisboa; e notamos entao, que éra impossível, que um Ministro de tanta probidade, avançasse officialmente uma falsidade. Observamos também entaõ, que S. A. R . naõ podia ter pedido tal esquadra; porque, sem mudarem as circumstancias, tinha determinado nao vir nessa esquadra para Portugal; logo a explicação obvia desta contradicçaõ he, que alguém enganou o Ministério Inglez, pedindo-lhe a tal esquadra em nome de S. A. R., sem que o Principe Regente tal houvesse desejado. Agora quem foi esse tal he que vale bem a pena de indagar; nós naõ temos por hora meio de o saber; e naõ devemos arriscar conjecturas no publico ; porém a hypothese, que figuramos, he natural e obvia, para solver a difficuldade, sem appellar para a existência de partidos oppostos na Corte do Brazil; os quaes sabemos que, neste caso, nao os houve; e quando os houvesse isso não explicava o facto cabalmente; por quanto se S.A.R. tinha tomado a resolução de pedir uma esquadra Ingleza e vir nella para Portugal; tal resolução havia ser tomada com o parecer de seu Conselho; e ainda que houvesse algum Ministro, que discordasse em opinião, nem por isso se havia ao depois desfazer uma resolução taõ séria, adoptada com deliberação, e communidada á Corte de Londres, sem que para isso se dessem, mui boas razoens.


[1] Catálogo do acervo de artes visuais do Museu D. João VI- Rio de Janeiro: EBA/UFRJ/CNPq 1996 300 p
Fig. 09 – A sólida e despojada  arquitetura lusitana marcava a sede do Vice Reinado do Brasil. Abrigou os fermentos da instituições brasileiras e que adotaram a visualidade dos cânones neoclássicos após a vinda  da Missão Artística Francesa e que configurou a parte visual do Império Brasileiro. A simplicidade e o despojamento destas edificações possuem a vantagem de não despertar a cobiça de qualquer potencial invasor

Pelo que pertence á outra insinuação da carta; de que he preciso que os Inglezes olhem pelos seus interesses comrnerciaes no Brazil ; devemos taõbem dizer a nossa opinião.
Desde que o ultimo tractado de Commercio entre Portugal e Inglaterra sahio á luz, naõ houve pessoa, que reflectisse, que lhe nao achasse innumeraveis defeitos; e só foi defendido, pelos que o fizeram ou fomentáram. O tempo mostrou cada vez mais e mais os inconvenientes daquelle mal pensado ajuste; até que por fim Lord Castlereagh mesmo disse, que desejava entrar cm outros arranjos mais conformes aos interesses de ambas as naçoens.
Se he pois necessário, visto que se fez este, que se faça outro tractado de Commercio, seja elle fundado em estipulaçoens reciprocas de facto, e naõ de palavras; empreguem-se para o minutar pessoas  intelligentes na legislação, e arranjos commerciaes de ambos os paizes, e todos ficarão contentes.
Junta-de-Lançamento-da-Décima-Urbana do Rio de Janeiro
Fig. 10 – A vida urbana da cidade do Rio de Janeiro certamente também não era uma fonte de renda de impostos prediais. Mesmo assim muitas destas modestas construções abrigaram uma complexa e requintada corte europeia. A ausência de qualquer anúncio, cartaz  impresso ou lugar para venda de jornais, impressos e livros é índice de pessoas iletradas. Também não ha registro de pontos de iluminação noturna.

A aliiança da Inglaterra he, na nossa opinião, a mais útil a Portugal; esta utilidade he sem duvida reciproca, e portanto deve ser duradoira ; saõ as estipulaçoens naõ reciprocas, as que causam zelos aos individuos, que aliás os naõ tinham. Esta considerarão he que nos tem feito sempre buscar por descobrir as causas, e attribuir os effeitos á sua verdadeira origem. Quanto mais depressa se abolir o tal tractado Roevidico, tanto mais cedo se extinguiraõ os motivos de rivalidade, que naõ existem na natureza do Commercio entre as duas Potências, porque elle he igualmente vantajozo a ambas ; o tractado foi quem desfigurou a reciprocidade natural do Commercio, tire-se a causa, e cessarão logo os effeitos : rivalidade natural, entra as duas naçoens, naõ existe; antes sim tanto interesse mutuo, que delle naõ pôde resultar senaõ a mais cordeal amizade, logo que os dous Governos a saibam cultivar; naõ he pois, como insinua aquelle extracto, disposição adversa no Governo do Brazil, porque todos os desgostos, que se tem patenteado, resultam da ignorância de quem negociou o tractado; e attribuindo o mal a sua verdadeira origem, fácil e claro está o remédio.
Fig. 11 – Os produtos brutos e sem benfeitoria eram despachados na alfândega para os grandes centros industriais da época.  .A maioria deste transporte era confiado aos braços e costas de escravos.

Ética não se conquista e nem se mantém “NO GRITO”. Constitui um trabalho silencioso e ininterrupto.  O jornalismo ético “NÃO FOI uma conquista no GRITO”.  Foi uma revolução silenciosa com força política, econômica e social. Revolução impressa e com tiragens diárias que se impôs, que se ampliou e se reproduziu na medida em que foi ética e  com credibilidade comprovada.
O CORREIO BRAZILIENSE desfez silenciosamente a notícia ”PLANTADA, em  maio de 1815, do “ EMINENTE RETORNO” da corte lusitana para Lisboa nos periódicos londrinos.  O efetivo “RETORNO” da corte lusitana para Lisboa teve de esperar mais cinco anos.
Porém a própria imprensa britânica continuou a conviver com intrigas, noticias “plantadas” e grampos telefônicos.  Intrigas, noticias “plantadas” e grampos telefônicos com falta de limites éticos e sensacionalismo. Falta de limites éticos e sensacionalismo que acumularam  riquezas obtidas por meio destes veículos de intrigas. Basta acompanhar, até maio de 2015,  o caso e os desdobramentos do caso RUPERT MURDOCH em contraste com credibilidade e sem deslizes de jornais britânicos multisseculares.
Fig. 12 – A complexa e cara tecnologia colocada ao dispor da captação, elaboração e circulação da informação, em maio de 2015, nada produz por si mesmo e facilmente pode ser manipulado. Sem ética, sem projeto próprio e ao dispor de qualquer mentalidade. Intenção e sem garantia de controle ou responsabilida ou sanção moral. Com uma impressionante obsolescência intrínseca tornou-se fonte de renda, de uma enxurrada de direitos autorais e submissão de inteligências, vontades e de sentimentos materializados e ritualizados ao ritmo binário do SIM e NÂO.

O jornalismo ético evidencia uma sociedade aberta e que se quer democrática. Para este projeto impõe-se a VIGILÂNCIA PERPÉTUA. Vigilância proporcional às forças da entropia que querem reconduzir a criatura ao CONTROLE ABSOLUTO da NATUREZA PURA e INDIFERENTE e SEM NADA POR DENTRO.
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FONTES BIBLIOGRÀFICAS e NUMÈRICAS DIGITAIS
Catálogo do acervo de artes visuais do Museu D. João VI- Rio de Janeiro: EBA/UFRJ/CNPq 1996 300 p.
DOM JOÃO IV REI nos TRÓPICOS e o MARQUEZ de AGUIAR


DOM JOÃO IV e a MÙSICA nos TRÓPICOS

DOM JOÃO IV e a BIBLIOTECA: 60.000 volumes
DOM JOÃO IV e o COMÈRCIO MARÌTIMO
DOM JOÃO IV e a ARTE
DOM JOÃO IV e a CASA REAL

ILUMINAÇÃO PÙBLICA a GÁS em LONDRES   em.1807
ILUMINAÇÃO PÙBLICA a GÁS no  RIO de JANEIRO em 26.03.1854

LONDRES do século XIX

NAPOLEÃO na CARICATIRA
JAMES GILLRAY 1756-1815) e a invasão napoleônica

JORNALISTAS CHINESES PRESOS no RIO de JANEIRO em 1964

RUPERT MURDOCH riqueza e falta de ética nos jornais
Grampos telefônicos

INTRIGAS e a CULPA  da TECNOLOGIA

CÒDIGO da ÈTICA  JORNALISTICA
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Referências para Círio SIMON