quarta-feira, 2 de março de 2016

132- NÃO FOI no GRITO

Aos AMIGOS, os FAVORES: aos INIMIGOS, a LEI...
As pessoas serão boas ou más, acidentalmente; o sistema é que acusamos de mau radicalmente
      in CORREIO BRAZILIENSE, novembro de 1814,  p. 710
Fig. 01 – As atividades artesanais, da peça única e de técnicas secretas da guildas estavam dando lugar para as técnicas disseminadas universalmente pela imprensa, para as peças múltiplas iguais, uso de ferramentas e máquinas industriais em série e produtos resultantes da linha de montagem.  Desapareciam as atividades e o trabalho do agricultor dependente das leis implacáveis da Natureza e reguladas pelas estações do ano.

Os favores e a proteção lusitana aos espertos ingleses não foi no grito e nem apregoados aos quatro ventos. Porém basta ler e descobrir, entre as linhas dos decretos reais, os beneplácitos e favores que estavam reservados aos britânicos. O resultado não podia ser pior e mais ruinoso para Portugal. Fortunas particulares investiram em empresas com garantia real, mas que de fato já nasceram mortas devido a um rosário de tratados ruinosos realizados por um regime monocrático, centralista e incompetente da corte lisboeta. Conceder vantagens ao mais forte, ágil e competente significava a pá de cal sobreo estímulos reais às FÁBRICAS de SEDA
Era necessário todo o cuidado para qualquer iniciativa, empresa e indústria no REINO UNIDO após o ALVARÁ de Rainha Maria I, de 1785, proibindo toda a fábrica no Brasil[1] que mandava delatar e destruir a todas.
De fato este reino, desde longa data, era um mercado cativo inglês. O dedo e olhar britânico certamente estavam atentos a qualquer potencial concorrente. Este dedo e olhar patrulheiro da Inglaterra desconfiavam das andanças e projetos franceses do Conde da Barca sempre se pautou pela Ciência, cultura e Diplomacia francesas. Desconfiança das atividades e projetos de Joaquim Le Breton, trazido ao Brasil por este Conde[2]. Explica o olhar complacente da Coroa Lusitana com Hipólito da Costa e o seu Correio Braziliense impresso em Londres.
Portugal tinha exaurido a sua Colônia Brasileira e o seu erário, após o desastrado Tratado Methuen[3]. Estes tratados luso-britânicos vinham desde a Idade Média e se intensificaram com a Era Industrial.  Evidente com amplas vantagens para os espertos ingleses que consolidaram a sua Indústria, o seu Comercio mundial e os levou a liderança de um novo colonialismo ao longo do século XIX.
Fig. 02 – As primitivas oficinas medievais das atividades artesanais davam lugar para ferramentas e máquinas industriais em série e linha de montagem.
A montagem e o funcionamento destas primitivas máquinas eram ensinados pela Enciclopédia Francesa em desenhos legíveis para rodos. Empreendedores avulsos seguiam estes manuais e montavam suas próprias produções e negócios.

A Enciclopédia Francesa teve tantas resistências, proibições e censuras em grande parte por divulgar aos segredos e as fórmulas secretas das Guildas Medievais. Segredos e formulas secretas passadas pelos mestres a aprendizes no mais inviolável sigilo e cuja quebra poderia custar a vida do temerário.
Os privilégios aos britânicos foram conquistados por empreendedores temerários e que vasculhavam a Física, a Química e a Biologia pelos métodos  empíricos experimentais do erro-acerto. Numa sequência de grandes pesquisadores ingleses desvendaram as Leis da Gravidade Universal como Isaac Newton (1643-1727), dos gazes e do vapor de agua de John Dalton (1766-1844) e as seleções do gado e vegetais em suas bem cuidadas propriedades rurais. Na Inglaterra a  Era Industrial não veio por ruptura, decreto ou salto mágico. Houve uma teleologia interna, que gerou um pacto e uma tradição da inovação comandada pelo cidadão. Este cidadão ganhou cada vez mais relevo na política, na economia e na cultura desde o tempo de Oliver Cromwell (1599-1658).  Este pacto social, econômico e cultural  britânico tornou-se cada vez mais evidente o poder deste cidadão emancipado e que foi questionado e reduzindo privilégios da nobreza, do clero e dos reis ingleses.
O redator do Correio Braziliense estava vivendo e dando forma escrita portuguesa  e impressa a este pacto social, econômico e cultural  britânico.
Fig. 03 – A produção de seda em Portugal vinha da época dos mouros. Na época do Marquês do Pombal o Estado lusitano fortaleceu estas empresas com subsídio oficiais.
Ao ganharem vulto construíram prédio que abrigavam esta produção. Porém o trabalho com as mãos não encontraram grandes entusiastas. O homem continuava a cultivar os campos, cabendo para crianças e mulheres este trabalho repetitivo e altamente controlado por administradores nem sempre competentes e satisfeitos com esta função menos nobre e recompensada do que aquela da casta militar, governamental ou clerical.

CORREIO BRAZILIENSE  de MARÇO, 1816. VOL. XVI. Nº. 94, p. 213.

POLÍTICA.
Documentos officiaes relativos a Portugal.
Edictal da Juncta da Fabrica das Sedas, prohibindo a importação dos tecidos de seda estrangeiros.
O PRÍNCIPE Regente Nosso Senhor por Sua Resolução Soberana de cinco de Outubro de mil oitocentos e quinze, tomada em Consulta da Direcçaõ da Real Fabrica das Sedas e Obras de Aguas-Livres[1]: Foi Servido prohibir geralmente a introducçaõ nestes Reynos, dos Tecidos de Seda de todas as qualidades, vindos de Paizes Estrangeiros; salvas porem as Estipulações do Tractado de Commercio entre o Mesmo Augusto Senhor e Sua Magestade Britannica. E para constar se mandou affixar este Edital. Lisboa em Direcçaõ de vinte e três de Fevereiro de mil oitocentos e deseseis.
JOSE ACCURSIO DAS NEVES.
JOSÉ BARBOZA DE AMORIM.
Conceder vantagens às Estipulações do Tractado de Commercio entre o Mesmo Augusto Senhor e Sua Magestade Britannica significado, de fato privilegiar e favorecer  o mais forte, ágil e competente.  significava a pá de cal sobreo estímulos reais a FÁBRICAS de SEDA



[1]  Real Fábrica das Sedas e Obras de Águas Livres: http://www.aatt.org/site/index.php?op=Nucleo&id=218

Fig. 04 – As atividades nas primitivas maquinas da indústria da seda de Portugal eram confiadas às mulheres,  enquanto os homens estavam no mar, na lavoura ou na guerra.
Máquinas de pouca produção e de parcos rendimentos  movidas com o esforço físico repetitivo. Evidente que a remuneração não podia competir com as máquinas inglesas que aos poucos estavam sendo movidas com máquinas a vapor e há muito tempo pela força hidráulica das quedas da água.

CORREIO BRAZILIENSE de MARÇO de 1816. Vol. XVI. Nº 94, pp. 294-296  Miscellanea.
Reflexoens sobre as Novidade deste Mez.

REYNO UNIDO DE PORTUGAL E BRAZIL.

No principio deste N**. copiamos a mui acertada prohibiçaõ de se importarem para Portugal tecidos de seda do Estrangeiro ; com o fim de proteger e fomentar as fabricas de seda nacionaes.
E com tudo, o regulamento, que he expedido em forma de edital da Juncta de Administração da Fabrica das sedas, em Lisboa, naõ preenche ainda os nossos desejos, nem na forma, nem na substancia.
As medidas relativas ao commercio estrangeiro, como he a prohibiçaõ da importação de qualquer artigo, saõ expedientes, que abrangem interesses geraes da naçaõ, e por tanto a sua consideração naõ deve pertencer a uma Juncta, cujas funcçoens se limitam ao estreito ramo de administrar os trabalhos de uma fabrica de seda.
As listas ou pautas dos direitos d'alfandega, saõ o meio mais directo, que tem o Governo, para regular as importaçoens e exportaçoens de tal maneira, que a vantagem das permutaçoens fique sempre da parte dos naturaes, o mais que for possível. Isto se obtém, impondo direitos na importação, differentes segundo o os diversos artigos; carregando mais aquelles, qne acham similhantes objectos manufacturados no reyno; menos os que naõ encontram esta concurrencia; e mui limitados ou nullos, nos gêneros de primeira necessidade, ou que se naõ encontram no paiz.
A consideração destas circumstancias he nao só importante,mas exige conhecimentos practicos do estado das fabricas do reyno, e além disso instrucçaõ theoretica sobre os principios de economia política. Portanto, os regulamentos desta natureza naÕ devem nunca ser expedidos por uma corporação, cujos objectos saÕ taÕ limitados, como he a Juncta de Administração da Fabrica das serias.
No estado actual das cousas, em que a machina politica, carece de tantas reformas, a corporação a quem melhor pertenceria a formação da pauta das alfândegas, he iadisputarelmente a Juncta de Commercio; a qual deveria sempre ouvir os negociantcs mais instruídos, e publicar com toda A solemnidade o resultado de seus trabalhos; consultando o Soberano todos annos, sobre as modificaçoens necessárias na pauta, e dando o tempo sufficiente, para informação dos negociantes estrangeiros, antes de se commeçarem a cobrar os direitos, segundo a nova pauta annual. 
Fig. 05 – Em sociedades e culturas de alto controle monocrático estatal, econômico a lei precede mesmo que ela não tenha a ver nada com a natureza e o fato da produção industrial.  No Regime monocrático e centralista de Lisboa, o controle deste texto era privilégio clerical sob o férreo patrulhamento do poder estatal que era chamado a eliminar os transgressores. Permaneceu o pretexto e o  hábito de o cidadão contornar esta dupla força coercitiva e de patrulha da criatividade mesmo que esta ameaça esteja apenas na memória coletiva brasileira.

Neste caso das sedas, sem duvida, a Juncta do Commercio deveria consultar a Administração daquella fabrica de Lisboa; porém achamos mui informal, que um regulamento, que tem força ley, e conseqüências penaes, como saõ os castigos dos contrabandistas, que contravierem este edital da Juncta, seja expedido por um mero edital daquella Juncta e em Consequencia de um avizo da Secretaria de Estado. A designação de novos crimes he matéria de demasiada seriedade, para ser tractada com taõ pouca cerimonia. 
Fig. 06 – A linha de montagem e as suas máquinas primitivas das fábricas de seda de Portugal não as distanciavam das atividades artesanais, da peça única e das técnicas medievais. Incapazes de acumular capital, insumos e mão de obra treinada e específica. Sem uma produção em nível crítico e sem o mercado desenhado e aparelhado para receber e comercializar um volume rentável, rapidamente tiveram de encerrar a produção diante dos déficits acumulados. Par tudo isto pouca adiantava uma legislação autoritária e patrulhada pelo poder eclesiástico.

Pelo que respeita a substancia do edital, também julgamos, que naõ abrange quanto devia alcançar. O Reyno Unido de Portugal, dos Algarves e do Brazil, he um só, e debaixo do mesmo Governo; os seus interesses devem, por isso, ser idênticos. Se em alguma parte do Reyno Unido ha uma producçaõ ou manufactura; he necessário, que todo o Reyno Unido dali se forneça, em quanto isso fôr possível; e com a devida preferencia aos paizes estrangeiros. Assim, a prohibiçaõ da importação das sedas, em quanto serve de fomentar as fabricas de Portugal, devia mui especificadamente comprehender o Brazil, que he a parte mais extensa do Reyno Unido.
Estes raciocinios saõ applicaveis ao presente estado das cousas, mesmo havendo uma Juncta de Commercio cm Lisboa, outra no Brazil. Mas  ¿quem nao vê, que o presente arranjamento de Administração, no Reyno Unido, he, em todas as repartiçoens importantes, um monstro de duas cabeças? Dissemos ja, cm nosso N°. passado, que, approvando muito a denominação de Reyno Unido, que S. A. R. foi servido conferir a seus Estados, desejamos alguma cousa mais do que o nome, e que os Ministros deveriam pensar nos pianos convenientes, para pôr em practica esta uniaõ.
Fig. 07– As primitivas máquinas industriais não estavam distantes das  atividades artesanais e dos esforços físicos humanos. O desparecimento de um técnico especialista comprometia todo o processo. As fábricas de seda de Portugal operavam sem os tradicionais segredos da guildas medievais e ainda sem escolas de artes e ofícios. 

O exemplo, que temos neste edital, suggere naturalmente um dos pontos, em que a meditada uniaõ dos reynos deve ser posta em practica; porque he impossível, que os interesses commerciaes do Reyno Unido sejam bem regulados, por duas distinctas Junctas de Commercio; e, por outra parte, he necessário que a Juncta do Commercio seja composta de indivíduos, capazes de conhecer as necessidades dos diíferentes ramos de Commercio, em todas as partes do Estado; e que tenha meios de consultar os negociantes; e que estes tenham também meios legaes, fáceis, e capazes, de fazer subir as suas representaçoens ao Soberano, por meio dessa Juncta de Commercio.
O plano para pôr em practica estas ideas pertence aos Ministros de Estado, que saõ pagos pelo Soberano para isto; e portanto contra elles deve clamar a naçaõ, se o naõ fazem. E devemos lembrar, que naõ basta que se satisfaçam, nestas matérias, com adoptar a suggestaõ de algum individuo, que consultem em particular, como custumam; para depois blazonar com os talentos emprestados; porque dessa practica resulta o mal de sustentar o Ministro depois, a torto e a direito, o plano que atirou ao mundo como seu. He essencial, que os Ministros, Ha formação de taes planos, tomem as medidas necessárias, para se informarem da vontade da parte saã da naçaõ; visto que o Soberano naõ pode querer outra cousa na oiganizaçaõ das leys, senaõ que dellas resulte bem ao Estado; e que os seus subditos vivam contentes, na persuasão da utilidade dessas leys.
 Esperamos pois, com summa anxiedade, pelos planos, que teraõ meditado os Ministros da Corte do Rio de Janeiro, para estabelecer a unidade de systema de administração, no Reyno a que deram o nome de Unido. De uma coisa pódem esses Ministros estar seguros; e he, que os Portuguezes se naõ haõ de satisfazer, só com o nome de uniaõ; e que se faltar a realidade, uma vez que declararam a nomenclatura, o erro do presente modo de administração será taõ conspicuo, que ninguém lhe perdoará as más conseqüências.
Fig. 08 – A preservação de um imóvel de uma empresa na qual muitos investiram suas existências, trabalho e fortunas é índice de algo concreto e respeitável em março de 2016.
Constituem-se índices concretos de fracassos, lutas perdidas e projetos arrasados e que deveriam ensinar. Não aprender estas lições significa ter de repetir esta amarga lição 

Em março de 2016 o Brasil é a 7ª economia do mundo e o 25º em exportações entre cerca de 200 nações soberanas. Evidente que a cobiça por esta potencial desta 7ª riqueza do mundo está em nítido descompasso quando ¼ destas nações se põem a frente deste gigante continental entrevado por uma pequena elite interessada política, econômica e culturalmente nesta dependência. Elite oriunda dos hábitos e costumes herdados da mentalidade dependente do Regime Colonial, Imperial e da República Velha.  
Fig. 09 – Após a passagem da ERA INDUSTRIAL vigora, também em Porto Alegre, a estetização de um passado morto que está no lugar de algo que não existe mais. Desapareceram as atividades e os trabalhos da linha de montagem, surgem os interesses especulativos centrados numa rápida obsolescência programada de franquias mundiais e que flutuam ao sabor de um mercado de “cases” pontuais[1]. Evidente que são eventos pessoais e que pouco somam para o conjunto da riqueza brasileira.

As exigências de uma rede mundial, com subsídios embutidos e com a rápida implacável obsolescência programada pelo marketing  e pela propaganda, tornaram este cenário impossível de ser contornado com a ERA PÓS-INDUSTRIAL. Pouco ajudam ao Brasil, de 2016,  fortunas particulares investidas em empresas com garantia governamental, mas que de fato já nasceram mortas. Natimortos ou com profunda microcefalia de um regime monocrático, centralista e incompetente devido a um rosário de tratados ruinosos realizados em nome de conivências e conveniência de quem pensa apenas nos seus próprios interesses políticos, econômicos e culturais. Regime dependente das amplas vantagens que os espertos de  ¼ das nações do mundo  consolidam a cada dia a sua a ERA PÓS-INDUSTRIAL e COMERCIAL mundial e que os leva a exercer uma vigorosa liderança de um novo colonialismo  do século XXI.
Contra todas as expectativas do editor do Correio Braziliense doesperamos com suma ansiedade, pelos planos, que terão meditado os Ministros da Corte do Rio de Janeiro, para estabelecer a unidade de sistema de administração, no Reino a que deram o nome de Unido o que viu foi um centralismo monocrático mudado para Brasília com todos os vícios da corte colonial e imperial do Rio de Janeiro. Enquanto a ERA INDUSTRIAL e PÓS-INDUSTRIAL se esfacelavam numa atomização cada vez mais distante de um pacto ou de um projeto brasileiro digno deste nome.
Na conclusão há necessidade de concordar com Hipólito da Costa de que o sistema é que acusamos de mau radicalmente” e que continua sendo a origem de todos os males da ERA INDUSTRIAL e PÓS-INDUSTRIAL brasileira. Aos amigos, os favores; aos inimigos, a lei  conforme a fórmula de Maquiavel.

FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS

ENCICLOPÉDIA FRANCESA

HISTÒRIA da INDÚSTRIA da SEDA em PORTUGAL

REAL FÀBRICA de SEDA de LISBOA

Seda em Portugal

Museu da Seda de PORTUGAL


MAQUIAVEL AOS AMIGOS, os FAVORES: aos INIMIGOS, a LEI..

PASSEIO de JOVEM ARQUITETO em ANTIGA área industrial de Porto Alegre

SETE “CASES” de SUCESSO no BRASIL 2016



[1] - SETE “CASES” de SUCESSO no BRASIL 2016  https://endeavor.org.br/7-cases-inspiradores-de-sucesso/

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