quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

162 – NÃO FOI NO GRITO


ABOLIÇÃO como uma das ESTRATÉGIAS IMPERIAIS.

Maio de 1888

MISSA CAMPAL e TEDEUM  no dia 17 de maio de 1888 em “AÇÂO de GRAÇAS” pela “LEI ÁUREA” -Foto de Antônio Luiz FERREIRA
Fig. 01 –  A fotografia do evento do “ TE DEUM” celebrado em PRAÇA PUBLICA  do dia 17 de maio de 1888 foi o apogeu da estratégia para o REGIME IMPERIAL retirar do discurso do republicanos o TEMA da ABOLIÇÂO da ESCRAVATURA. Eventos que misturavam religião, carnaval, política e proselitismo massivo alimentado pela propaganda e marketing primitivos Tendo ao centra DONA ISABEL.

A ABOLIÇÃO da ESCRAVIDÂO no BRASIL NÂO FOI no GRITO.

Esta ABOLIÇÂO teve LANCES e EVENTOS montados em sucessivos cenários destinados a EVIDENCIAR os BENEFÍCIOS do REGIME IMPERIAL. EVENTOS e LANCES destinados a esvaziar os argumentos e os discursos dos GRÊMIOS REPUBLICANOS. EVENTOS montados tanto para repercussões internacionais como para o consumo interno. No panorama internacional o BRASIL era a ÚNICA NAÇÃO AMERICANA com vigência do REGIME IMPERIAL após o fracasso mexicano em adotar este regime de governo. No panorama brasileiro engrossavam as foleiras dos GRÊMIOS REPUBLICANOS com fortes discursos abolicionistas e repúdio ao REGIME IMPERIAL que mantinha a LEGALIDADE da ESCRAVIDÂO.

Foto da sessão do Senado brasileiro do dia12 de maio de 1888 que aprovou a “LEI ÁUREA”
Fig. 02 –  A sessão do senado brasileiro no dia 12 de maio de 1888 foi precedida por um intenso debate entre ABOLICIONISTAS e ESCRAVOCATAS. Senado dominado por abastados fazendeiros ESCRAVOCATAS e cuja eleição era em geral comprada com o capital amealhado com a exploração da MÂO SERVIL. De outro lado o OLHAR BRITÂNICO estava ávido para vender máquinas e produtos industrializados  e como vultosos capitais para empréstimos com altos juros de risco estava desqualificando e depreciando os produtos oferecidos pelos FAZENDEIROS ESCRAVOCRATAS no MERCDO INTERNACIONAL. Mercado internacional pelo qual o IMPÉRIO PROMOVIA a PROPAGANDA e AMOSTRAS do TALENTO BRASILEIRO.

A lei precede os fatos humanos e culturais. Apesar de IMORAL a LEI da ESCRAVIDÃO foi ABSOLUTAMENTE LEGAL até 1888 no BRASIL.

A LEI de MAIO de 1888 acabou, no BRASIL, com a LEGALIDADE da ESCRAVIDÂO. O ESPETÁCULO PÚBLICO desta PROMULGAÇÂO apenas DESVIOU os OLHOS da IMORALIDADE de sua PRÀTICA que se tornou mais INTENSA e UNIVERSAL. 

Os dois ESPETÁCULOS PÚBLICOS - organizados pela CORTE IMPERIAL BRASILEIRA, nos dias 13 e outro n 17 de maio  de 1888, foram versões atualizadas dos EVENTOS, ENTRUDOS e PROCISSÔES dos REGIMES COLONIAL e IMPERIAL do BRASIL que ENCOBRIA mais do Que REVELAVAM para o PODER  ORIGINÁRIO BRASILEIRO.

Pedro AMÉRICO de Figueiredo e Mello 1843-1905 “BATALHA do AVAI” 1872-1879  Óleo sobre tela 500 x 1.100 cm Acervo do Museu Nacional de Belas Artes - RJ 
Fig. 03 –  A condução e a vitória na GUERRA do PARAGUAI recebeu um tratamento simbólico que destinado a encobrir os horrores, os massacres e os gastos desta luta fratricida .  A BATALHA do AVAI imaginada e pintada por PEDRO AMÈRICO entre 1872 a 1879 em Florença integrou como peça de PROPAGANDA e MARKETING do Império Brasileiro Assim era uma amostra visual imaginada e mitificada e que passou ase vista e propalada como VERDADE e VIRTUDE de um regime forte e decidido.

De um lado, este EVENTO IMPERIAL abafava a VOZ dos ESCRAVOCRATAS que perdiam suas preciosas “PEÇAS LEGAIS”. Do outro lado jogava estas mesmas “PEÇAS LEGAIS”, nos “CAMPOS da REDENÇAO’ nas condições das FAVELAS e dos MOCAMBOS e sem a MENOR INDENIZAÇÂO DEVIDAS pelos ESCRVOCRATAS. Estes “CAMPOS da REDENÇAO’ que eram horrorosas metáforas de  banhados insalubres, de penhascos íngremes e terrenos degradados sem a menor utilidade para os “DONOS do PODER”.

EVENTO PÚBLICO no dia 13 de maio de 1888 pela ASSINATURA da LEI ÁUREA. 
Fig. 04 –  No dia posterior à APROVAÇÂO da LEI ÁUREA pelo SENADO BRASILEIRO  o evento, aqui fotografado em frente ao Palácio Imperial,  celebra em PRAÇA PUBLICA a ASSINATURA deste documento.   O REGIME IMPERIAL valia-se da oportunidade como da estratégia  para retirar o PROTAGONISMO do  TEMA da ABOLIÇÂO da ESCRAVATURA do discurso do republicano. Evento para o  qual concorrem  proselitismo massivo, carnaval, política e religião alimentados pela propaganda e marketing de uma ERA INDUSTRIAL PRIMITIVA. A FOTOGRAFIA concorria para dar suporte para entrada desta PRIMITIVA ERA INDUSTRIAL e que a segui foi largamente explorada pela PROPAGANDA  POLÍTICA, COMÉRCIAL, IDEOLÒGICA e SIMBÒLICA,  .

Os ESPETÁCULOS - dos dias 12, 13 e  17 de maio  de 1888, foram EVENTOS PARA INGLÊS VER. Na pratica “MUDAVAM para PIORAR” o já trágico quadro político, social e econômico do BRASIL.

Pedro AMÉRICO de Figueiredo e Mello 1843-1905 – “A LIBERTAÇÂO dos ESCRAVOS” 1889 òleo sobre tela 138.5 x 199 cm Acervo do Palácio do Governo de São Paulo
Fig. 05 –    O pintor Pedro Américo interpretou a “LIBERTAÇÂO dos ESCRAVOS”.  O doutor em Filosofia reuniu neste quadro todos os argumentos na busca de evidenciar a promoção da VERDADE, do BEM e da BELEZA pela PROPAGANDA e MARKETING o seu MUNDO IMAGINADO do REGIME IMPERIAL BRASILEIRO.  Esta obra foi pintada no ano da PROCLAMAÇÂO do REGIME REPUBLICANO. Muitos dos índices simbólicos deste  tema foram retomados, num esboço do ano 1895 e tornado definitivo no ano de 1902 com o título “PAZ e CONCÒRDIA” após o seu autor ser constituinte republicano e este regime enfrentar as comoções nacionais dos episódios que marcaram o ano de 1893, porém sem referência visual para a ESCRAVIDÂO. Esta tela é patrimônio do acervo do  PALACIO DO GOVERNO do ESTADO de SÃO PAULO enquanto o esboço de 1895 consta do acervo da PINACOTECA de SÂO PAULO

Estes ESPETÁCULOS ancoram a sua esperança ainda num ESTADO NACIONAL encimada por uma coroa e um trono hereditário a quem todos deviam - não só obediência irrestrita e cega -  mas veneração sem espaço para algum tipo de autonomia do PODER ORIGINÁRIO deste ENTE ABSTRATO e METAFÍSICO com profundas raízes medievais e coloniais. Com argumentos da massiva adesão de uma população sem muita instrução e ainda menos competente para se auto determinar..

Fig. 06 –  A construção do PALACIO no lugar presumido do presumido “ GRITO do IPIRANGA”  foi um esforço dos BARÕES do CAFÉ PAULISTA para perpetuar o REGIME IMPERIAL do qual eles ostentavam o títulos nobiliárquicos. Esta obra também fazia parte da estratégia do REGIME IMPERIAL para retirar do discurso republicano o TEMA da ABOLIÇÂO da ESCRAVATURA A sua triste condição atual de MUSEU FECHADO para o PÙBLICO o transformou este PALÀCIO num momento que, de fato, evidencia a abismal distância entre os SONHOS dos DONOS do PODER e as miseráveis condições das favelas e mocambos das quais foi extraído o TRABALHO e CAPITAL para a sua construção e ostentação de uma elite cega para a passagem do seu TEMPO..

A busca da LIBERDADE, da IGUALDADE e da HUMANIDADE, estava reservada para uma estreita casta de DONOS do PODER neste ESTADO NACIONAL encimado por uma coroa e um trono hereditário. A ABOLIÇÃO da ESCRAVATURA no BRASIL não era prioridade alguma para esta casta. Era um PROBLEMA de OUTROS com os quais tinham pouca intimidade, interesse e mesmo sabiam que pouco afetaria a sua casta. Toda POLÍTICA deste ESTADO NACIONAL era uma questão de fidelidade a esta casta de DONOS do PODER[1].

A produção simbólica do FINAL do REGIME IMPERIAL BRASILEIRO destinava a estes SÓCIOS do TRONO e da COROA. Destinada a ser instrumento de PROPAGANDA e MARKETIN nacional e internacional de REGIME que vivia na consanguinidade, na esteira e no plágio das CASAS IMPERIAIS EUROPEIAS.



[1] FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro. Porto Alegre São Paulo: Globo e USP, 1975.  2v.
Pedro AMÉRICO de Figueiredo e Mello 1843-1905  O GRITO do IPIRANGA 1888 Óleo sobre tela 760 x 451 cm . Acervo do MUSEU do IPIRANGA 
Fig. 07 –  O“ GRITO do IPIRANGA”   foi encomendado ao pintor paraibano PEDRO AMÈRICO para figura com destaque no PALACIO em construção no lugar presumido do presumido deste discutível evento. A encomenda desta gigantesca tela foi mais um esforço dos BARÕES do CAFÉ PAULISTA para perpetuar o REGIME IMPERIAL. Esta obra peregrinou pelas principais capitais europeias após a sua pintura na cidade de FLORENÇA na ITALIA No entanto na sua chegada efetiva ao Brasil e a sua  colocação no lugar para o qual havia sido encomendado só aconteceu após o término do REGIME IMPDERIAL.
Nas artes a produção simbólica do FINAL do REGIME IMPERIAL BRASILEIRO usufruía a fama das obras de músicos como Carlos Gomes[1] aplaudido nos palcos europeus, pintores com Pedro Américo sediado em Florença, com o firme apoio diplomático do Barão do Rio Branco. Era a colheita de uma longa, cara e penosa semeadura de um PROJETO CIVILIZATÓRIO IMPERIAL[2].

No contraditório o PODER  ORIGINÁRIO BRASILEIRO era apenas um convidado destinado a engrossar numericamente as versões  estes EVENTOS, ENTRUDOS e PROCISSÕES IMPERIAIS. O povo percebia apenas manifestações com as quais ele se habituara nos REGIMES COLONIAL e IMPERIAL do BRASIL. MANIFESTAÇÕES PÙBLICAS que ENCOBRIAM muito mais do que REVELAVAM.

Há necessidade de admitir que até o presente raros são aqueles que compreendem o VAZIO destes EVENTOS PÚBLICOS. EVENTOS montados, manipulados e divulgados como ESTRATÈGIAS CAMUFLADAS com o objetivo de PROLONGAR - ao MÁXIMO POSSIVEL - o REGIME IMPERIAL e o PODER dos seus SÓCIOS mais ÌNTIMOS. A resposta, estas ESTRATÈGIAS CAMUFLADAS, sobreveio, um ano depois,  no dia 18 de novembro de 1889 com a PROCLAMAÇÂO do REGIME REPUBLICANO.



[1] - Nesta época Carlos GOMES mantinha a LUXOUSA MANSÂO “BRASÍLIA”  em MAGGIANO/ LECCO na ITÀLIA

[2] CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário da República. São          Paulo: Companhia das Letras. 1990. 

DURAND, José Carlos, Arte, Privilégio e Distinção: Artes plásticas, arquitetura e  classe dirigente no Brasil, 1855/1985.São Paulo : Perspectiva: EDUSP 1989. 307p.

Fig. 08 –  É evidente a unidade dos personagens da CONVENÇAO de ITU do dia 18 de abril de 1873, O que não se pode negar à que os seus integrantes  possuíam um PROJETO de HEGEMONIA POLÌTICA lastreada no seu PODER ECONÔMICO. Esta nova FORÇA ECONÔMICA constituía a FORÇA OPOSTA aos BARÔES do CAFÈ do VALE do PARAIBA REGIME IMPERIAL e que faziam de tudo para continuar o IMPERIO e os es TÌTULOS de NOBREZA COMPRADOS  retirar do discurso do republicanos o TEMA da ABOLIÇÂO da ESCRAVATURA. Os eventos IMPERIAIS  misturavam religião, carnaval, política e proselitismo massivo alimentado pela propaganda e marketing primitivos tendo ao centra DONA ISABEL. A estética destes primeiros eventos REPUBLICANOS  prima pelo foco politico único e linear na conquista do poder. O tema da ABOLIÇÂO fora lhes subtraído pelo REGIME IMPERIAL.

O abalado REGIME IMPERIAL nunca sonhou e reconhecer com a possibilidade da VOLTA de ZUMBI muito menos na busca a LIBERDADE, IGUALDADE e HUMANIDADE que o REGIME COLONIAL e IMPERIAL lhe negava e subtraia LEGALIDADE, a MEMÓRIA e RESPEITO. Certamente é muito rara qualquer referência a este personagem fora do quadro histórico como INDESEJÁVEL, INIMIGO e MALFEITOR.

Evidente o oposto da sua MITIFICAÇÃO - como SUJEITO e REPRESENTANTE ÚNICO desta tenaz busca da LIBERDADE, IGUALDADE e HUMANIDADE - realiza o mesmo estrago. A FUGA para o PASSADO MÍTICO não só esquece os problemas concretos e presentes como aliena, reduz e se equivoca  no caminho de uma CIVILIZAÇÃO e de uma CULTURA que possui e se propõe um FUTURO mais HUMANO e COERENTE com o seu TEMPO, seu LUGAR e a sua SOCIEDADE.

Victor MEIRELLES 1832-1903 - Panorâmico após a Revolta da Armada 1893
Fig. 09 –  Foi triste a sorte e o final da vida  do pintor catarinense Vitor MEIRELES – descartado, pelo REGIME REPUBLICANO da   ACADEMIA IMPERIAL de BEAS ARTES e que e RENOMEOU de ESCOLA NACIONAL de BELAS ARTES . Em disponibilidade forçada registrou um dos tristes  signos do REGIME REPUBLICANO com a REVOLTA da ARMADA cujos canhões estraçalharam uma fortaleza e os seus arredores  O novo  REGIME REPUBLICANO sugeria agora “QUADROS PORTÁTEIS” ou obras bem menores do que as “MAQUINAS de PINTURA” da estética  GLÒRIAS IMPERIAIS e com  auto financiamento pelo artista. O autor das pinturas da “ PRIMEIRA MISSA no BRASIL”, a “BATALHA dos GUARARAPES” e da “BATALHA do RIACHUELO”  viu a fortuna de sua fama submergir com o REGIME IMPERIAL. , 


A súbita mudança do REGIME IMPERIAL para o REPUBLICANO sem a efetiva participação, deliberação e decisão do PODER ORIGINÁRIO, colocou o comando do GOVERNO BRASILEIRO nas mãos de outros DONOS. Outros DONOS entre os quais os abolicionistas históricos republicanos não tiveram voz e nem vez. Foram remetidos e distanciados de qualquer voto com também aconteciam com as mulheres e entregues à sua SORTE como os EX-ESCRAVOS, sem indenizações, sem MORADIAS FIXA, INSTRUÇÃO e TRABALHO DIGNO.

Os novos DONOS DO PODER imitaram a estratégia IMPERIAL e embalsamaram, em vida Machado de ASSIS e JOSÉ do PATROCÍNIO. Os trataram como MITOS[1], GLÓRIAS e DISCURSOS VAZIOS destinados para uma população pouco afeita as distinções práticas e empíricas entre IMPERIAIS e REPUBLICANOS. Os atuais partidos políticos continuam como objetos da mesma confusão nos conceitos da população por mais extremos e diversos sejam as suas linhas ideológicas. Para esta população estes PARTIDOS são fontes de DISCURSOS VAZIOS, ESTATÌSTICAS pouco confiáveis e são rotulados pejorativamente como “MANADAS de POLÍTICOS CORRUPTOS”.  

O ato da queima dos DOCUMENTOS da ESCRAVIDÃO[2] foi um  ATO que marcha contra TODA LOGÍSTICA de QUALQUER ARQUIVO SÉRIO e CIVILIZADO por mais justificativas pontuais que pudesse ter.

Este ATO PODE SER INTERPRETADO como uma AÇÂO de GUERRA do REGIME REPUBLICANO contra os remanescentes da MENTALIDADE do REGIME IMPERIAL. Como em toda a GUERRA a VERDADE é sempre a primeira vítima.

Um traço comum de todos os REGIMES POLÍTICOS instalados no BRASIL é a vigência do POUCO CASO para a LOGÍSTICA de QUALQUER ARQUIVO SÉRIO e CIVILIZADO se não ocorrem os ATENTADOS contra estes acervos que ALEJAM de FORMA IRREVERSÍVEL a MEMÓRIA NACIONAL. Mesmo o VATICANO arquiva todos os seus atos por mais comprometedores e escabrosos sejam os conteúdos dos documentos. É muito comum encontrar os melhores documentos do BRASIL arquivados nos ESTADOS UNIDOS ou em algum pais civilizado da EUROPA.

Esta FALTA de ZELO, de INVESTIMENTOS e de PROFICIONALISMO dos ARQUIVOS BRASILEIROS é oportuníssima. Os ARQUIVOS VAZIOS ou CAÓTICOS  continuam a alimentar a mentalidade colonial em governos corruptos ou relapsos.  ARQUIVOS VAZIOS ou CAÓTICOS não testemunham e não FORNECEM DOCUMENTOS quem denunciam  atos, inércias ou simples delinquência de GOVERNOS CORRUPTOS ou INEPTOS.

No presente CASO:

- ¿ Qual o ARQUIVO onde se encontram  DOCUMENTOS FIDEDIGNOS RELATIVOS ao ZUMBI dos PALMARES?....



[1] - ABREU, Regina. A fabricação do Imortal: Memória, História e Estratégias de consagração no Brasil.  Rio de Janeiro:  Rocco, 1996. 235p.

Pedro AMÉRICO de Figueiredo e Mello (1843-1905)  “PAZ e CONCÓRDIA”  1902 - Óleo sobre tela  300 x 431 cm - Acervo ITAMARATI 
Fig. 10 –  O pintor Pedro Américo doutor em Filosofia[1] após superar a sua vinculação com o REGIME IMPERIAL BRASILEIRO converteu-se e atuou intensamente como Constitucional da REPUBLICA.  Aproveitou a sua competência filosófica para criar a imagem da “PAZ e CONCÓRDIA”. Esta obra foi pintada, em duas versões,  após os violentos conflitos que o REGIME REPUBLICANO teve enfrentar nas comoções nacionais do ano de 1893. Não consta nenhuma referência visual para a ESCRAVIDÂO,  De outra parte o REGIME REPUBLICANO sugeria outra estética, recursos técnicos e dimensões de “QUADROS PORTÁTEIS” As duas versões desta obra são bem menores do que as “MAQUINAS de PINTURA” com que o artista exaltou as GLÒRIAS IMPERIAIS,

Na conclusão não é de estranhar a VOLTA de ZUMBI como MITO e PROFETA que busca a LIBERDADE, a IGUALDADE e a HUMANIDADE e NECESSÁRIA para TODA POPULAÇÂO.

A DATA do martírio ZUMBI ganha - no lugar dos DOCUMENTOS - cada vez mais adeptos para ser feriado nacional efetivo da ABOLIÇÃO da ESCRAVATURA no BRASIL. Feriado idealizado, propagado e consegui legalmente pelo POETA, PROFESSOR e PESQUISADOR OLIVEIRA SILVEIRA (1941-2009). Feriado que se contrapõe - SEM GRITOS e MÁGOAS – a data 20 de NOVEMBRO de 1695, da MORTE de ZUMBI, contra os MÚLTIPLOS EVENTOS PÚBLICOS, de MAIO de 1888,  protagonizados e documentados pelo abalado e vacilante REGIME IMPERIAL.

ZUMBI que nasceu LIVRE no BRASIL e que LIVREMENTE liderou ao extremo o seu povo na resistência à ESCRAVIDÃO LEGAL e IMORAL.  
FONTES BIBLIOGRÁFICAS CITADAS

ABREU, Regina. A fabricação do Imortal: Memória, História e Estratégias de consagração no Brasil.  Rio de Janeiro:  Rocco, 1996. 235p.



CARVALHO, José Murilo. A formação das almas: o imaginário da República. São          Paulo: Companhia das Letras. 1990. 



DURAND, José Carlos, Arte, Privilégio e Distinção: Artes plásticas, arquitetura e  classe dirigente no Brasil, 1855/1985.São Paulo : Perspectiva: EDUSP 1989. 307p.



FAORO, Raymundo. Os donos do poder: formação do patronato político brasileiro.            Porto Alegre – São Paulo: Globo e USP, 1975.  2v.



FIGUEREDO e MELO, Pedro Américo de (1843-1905)– LA SCIENCE et les SYSTÈMES: questions d´histoire et de philosophie naturelle. Bruxelles : Gustave Mayolez, 1869, 169 p.

-------- A CÊNCIA e os SISTEMAS: questões de história e de filosofia natural João Pessoa: Editora Universitária UFPB. 2001, 143 p – ISBN 8523701 192





FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS CITADAS

A ESCRAVIDÂO em PLATÂO


A ESCRAVIDÂO no CRISTIANISMO


ESPETÁCULO da ABOLIÇÂO no dia 13 de meio de 1888


MISSA CAMPAL pela ABOLIÇÂO em 17.05.1888




1.548 favelas no Brasil do ano de 2000


PARAISO de TUIUTI e a ESCRAVIDÂO de ONTEM e HOJE


250 FLAGRANTES de ESCRAVIDÂO no BRASIL em 2017


MUSEU do IPIRANGA- SP


História da pintura O GRITO do IPIRANGA


 BATALHA do AVAI



Mansão “BRASÍLIA” de Carlos GOMES  em MAGGIANIO/ LECCO na ITÀLIA


TRES QUADROS que RECRIAM EVENTOS das INDEPENDÊNCIAS de TRÊS NAÇÕES


Os GRÊMIOS REPUBLICANOS e a ABOLIÇÂO


CONVENÇÃO REPUBLICANA de ITU 18.04.1873



ABOLIÇÃO para INGLÊS VER



QUEIMA dos DOCUMENTOS da ESCRAVIDÂO


O NEGRO no CINEMA BRASILEIRO
OLIVEIRA SILVEIRA e o 20 de NOVEMBRO




[1] Tese defendida, em 1869, na UNIVERSIDADE LIVRE de BRUXELAS
FIGUEREDO e MELO, Pedro Américo de (1843-1905)– LA SCIENCE et les SYSTÈMES: questions d´histoire et de philosophie naturelle. Bruxelles : Gustave Mayolez, 1869, 169 p.
Traduzida  e reeditada pela Universidade FEDERAL da PARAIBA sob o título :
FIGUEIREDO, Pedro Américo Melo (1843-1905)  - A CÊNCIA e os SISTEMAS: questões de história e de filosofia natural João Pessoa: Editora Universitária UFPB. 2001, 143 p – ISBN 8523701 192

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quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

161 – NÃO FOI NO GRITO

 O GOVERNO e os seus SÓCIOS.

Fig. 01 –  A nação brasileira possui, em fevereiro de 2018,  diante dos seus olhos e suas mentes aquilo que o Correio Braziliense de Fevereiro, de 1818,  apontava como uma das causas da infelicidades geral do GOVERNO que lhe imposto por pessoas que apenas visam a “POSSE de CARGOS”. Os partidos que deveriam teoricamente PREPAR os seus integrantes para EXERCER FUNÇÕES e SERVIÇOS PÚBLICOS de forma IMPESSOAL e se deter diante dos LIMITES do EXECUTIVO, avançam no sinal e transformam este SERVIÇO PUBLICO no FEUDO HEREDITÀRIO. Em  FEVEREIRO  de 2017 continuam as manobras dos SÓCIOS do GOVERNO mais vivos e atuantes do que aqueles registrados, em FEVEREIRO de 1817,  no CORREIO BRAZILIENSE “nomearam-se muitos homens ineptos, cujas pretensões a tais empregos consistiam unicamente em pertencer aquele partido”.



“É da mesquinha sorte dos Portugueses serem governados por um clube de Secretários de Estado, cujo fim é fazer um partido de seus parentes e aderentes. Nenhum homem é empregado, que não pertença á sua combinação, e nenhuma medida é aprovada, senão provém de sua intervenção. Mesmo o que é sugerido por El Rey em pessoa não presta nem tem merecimento, quando não vem por via do partido dominante, (Correio Braziliense, fevereiro de 1818, p. 204.)


Os profundos hábitos coloniais e servis geraram  formas de governo absolutamente coerente entre si tanto em fevereiro de 1818 como em fevereiro de 2018[1]. O MEDO, a COBIÇA e o ARBÍTRIO manipulam as poções de TERROR, de PROMEÇAS VÂS e a AMEAÇA de um FUTURO PIOR do que o PRESENTE.  

Procure, pois, um príncipe, vencer e manter o Estado: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos louvados, porque o vulgo sempre se deixa levar pelas aparências e pelos resultados, e no mundo não existe senão o vulgo; os poucos não podem existir quando os muitos têm onde se apoiarMAQUIAVEL - O PRINCIPE Cap XVIII[2].

Fig. 02–  Sem GRITOS ou AVISOS, as serpentes atacam silenciosamente na calada da noite e até imobilizar as suas vitimas pelo seu VENENO ou  pelo seu ABRAÇO MORTAL Um REGIME MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO é um NINHO  de VÌBORAS .  As SERPENTES NÂO CUIDAM da sua PROLE.  Elas sabem do poder do seu VENENO. Além disto, as VÌBORAS são  altamente FÈRTEIS e UNIVERSAIS.  A metáfora da AÇÂO SILENCIOSA, IMORAL e MORTAL da SERPENTE BÍBLICA no PARAISO é uma das suas HABILIDADES para jogar TODOS na DESGRAÇA IRREMEDIÁVEL e PERPÈTUA, sem oferecerem nenhuma CONTRAPARTIDA.  .

Os profundos hábitos servis e coloniais brasileiros são dissimulados pelo populismo, pela aparência de um pertencimento vazio,  de um presente tacanho e de uma História dissimulada, reduzida e falsa. Hábitos que são constantemente reaquecidos, cultivados e exibidos como o BEM, o BOM e VERDADEIRO possíveis. HÀBITOS e COMPORTAMENTOS ESPERADOS e que MAQUIAVEL já descrevia (O PRINCIPE  Cap. XXIV)[1] na época em que os portuguesa tomavam a POSSE do Brasil 
os homens são levados muito mais pelas coisas presentes do que pelas passadas e, quando nas presentes encontram o bem, ficam satisfeitos e nada mais procuram”.

Nestas condições os que se apropriam e tomam POSSE dos CARGOS PÚBLICOS LUSITANOS e BRASILEIROS comportam-se como perigosas e abjetas SERPENTES. A sua tática e SURPREENDER as suas VITIMAS SEM GRITOS e ALARDES. Depois tratam de subjugar fisicamente ou pelo veneno mais mortal no MAIOR SILÊNCIO e dos quais as suas vítimas não podem escapar.

Fig. 03–  O personalismo administrativo era uma das características do REGIME MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO. A FAMÍLIA do MONARCA cerca-se de apoiadores, de vassalos e súditos absolutamente leais. Qualquer expressão infeliz, descuido ou falta de devoção expressa e visível poderia ser julgado como CRIME LESA MAJESTADE e PUNIDO com a MORTE. A ausência de PROVAS sempre seria a favor do MONARCA como continua sendo em fevereiro de 2017 a favor da suspeita do JUIZ INQUISIDOR


CORREIO BRAZILIENSE  DE FEVEREIRO de 1818. 
Volume XX. Nº 117, pp, 204 - 207
 Mîscellanea. 
Reflexoens sobre as novidades deste mez. 
REVNO UNIDO DE PORTUGAL BRAZIL E ALGARVES. 
Despachos no Rio-de-Janeiro. 
Fig. 04 –  O PALÁCIO REAL de SÃO CRISTÓVÃO era um misto de CASA GRANDE COLONIAL com uma FORTALEZA . FORTALEZAS que protegiam o LITORAL do BRASIL do NORTE ao SUL do BRASIL:.. Esta arquitetura é favorável ao parentesco, compadrio e trocas de favores entre iguais O POVO passava ao longe sem chance de ali penetrar a não ser para o TRABALHO BRAÇAL  e SERVIÇAL ou de ESCRAVO rigidamente domesticado.


Quando no nosso N°. passado dissemos alguma cousa em louvor dos melhoramentos, que se haõ feito no Brazil, pelo ministerio do Intendente Geral da Policia, tivemos um presentimento do que vemos agora realizado, na communicaçaõ de nosso correspondente, que vai ao diante publicada. He da mesquinha sorte dos Portuguezes serem governados por um club de Secretarios de Estado, cujo fim he fazer um partido de seus parentes e adherentes. Nenhuns homens saô empregados, que nao pertençam á sua combinacaõ, e nenhumas medidas sao approvadas, senoõ provêm de sua intervençaõ' Mesmo o que he suggerido por El Rey em pessoa nao presta nem tem merecimento, quando naô vem por vîa do partido dorainante. Vemos isto exemplificado nos ultimos despachos no Rio-de-Janeiro, como justamente observa o nosso conrespondente. Nomeou El Rey os novos Secretarios d'Estado, e entre elles Joaô Gomes Bezerra ; este, ja com os pés na sepultura, naõ quiz esperar que chegasse á Corte o Secretario de Estado dos Negocios Estrangeiros, Conde de Palmella, para encher os lugares vagos de Diplomacia- Combinou-se com a Condessa de Linhares, e empregou a todos, que tinham connexaõ com o partido dos Roevides, sem exceptuar o mesmo Conde do Funchal, que foi mandado saîr dc Londres, pelo rigoroso Avizo, que nesse tempo publicamos; e nomeáram-se para representar El Rey nas Côrtes Estrangeiras muitos homens ineptos, cujas pretencoens a taes empregos consistiam unicamente em pertencer áquelle partido; atando assim as maõs ao Ministro, que ia occupar o lugar de Secretario d'Estado dos Negocios daquella reparticaõ.

Por outra parte o Intendente da Policia, cujos serviços essenciaes, desde que a Familia Real passou para o Brazil, saõ conspicuos e ficam provados pelos melhoramentos, que temos annunciado, e os serviços de abrir novas estradas, pontes, fontes, &....caínda fôra de sua reparticaõ, naô tem merecido até aqui premio algum. Este zêlo dos Secretarios de Estado, ainda mesmo para com as medidas, que se originam era El Rey, se naõ vem por meio do partido que governa, se mostra nas medidas do Alvará de 15 de Septembro, e que publicamos no nosso N°. passado. Havia S. M. , com infinita gloria sua, suggerido a prommoçaõ do uso dos productos e manufacturas de Portugal no Brazil, e mandou para isso publicar um alvará com força de ley, aos 28 de Abril de 1809. Mas os Secretaríos, como isto naõ foi medida sua, deixaram ficar a materia ein esquecimento, até que El Rey houve por bem tornar a decretar isto de novo, e fazer expedir as cartas Regias, para soa execuçaõ, que publicamos no principio do nosso N°. passado. A utilidade manifesta destas boas intençoens d'El Rey naõ podia deixar de tocar a todo o mundo: assim achamos, que o Juiz do Povo de Lisboa, mandando uma copia da Carta Regia å Casa dos Vinte e Quatro, lhe annuncia, que pedira uma audiencia a S. M. para lhe agradecer este favor; em nome do Povo de Portugal, — Assevera mais o dicto Juiz do Povo, que El Rey, haveado-o recebido com a maior affabilidade, lhe prometteo outras medidas de igual tendencia. Dizem-nos, que o actual, Secretario de Estado dos Negocios do Reyno, no Rio-de-Janeiro, fora igualmente objecto e victima do zêlo de seu predecessor, só porque tinha o ouvido d'El Rey. Dejamos portanto, e esperamos de sua conhecida integridade, que elle, aprendendo pela experiência propria, naõ faça parte de taes combinaçoens de Gabinete, que sendo tam injuriosas a El Rey. saõ de manifesta ruina para os Povos.

Fig. 05–  Uma das características do REGIME administrativo MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO era o comportamento e o formalismo dos CORTESÕES presos a RÍGIDAS ETIQUETAS e um  FORMALISMO sem FIM . Neste REGIME administrativo MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO era impossível GOVERNAR sem estas EXPRESSÕES de PATERNALISMO, de APADRINHAMENTO e SUBMISSÂO VISÍVEL da MENTE, da VONTADE e dos SENTIMENTOS mais INTIMOS..

Emprestimo á Fazenda Real, em Lisboa.

Fig. 06 –  Em fevereiro de 1817 a  MONETARIZAÇÂO da POLITICA estava na torrente das inovações da ERA INDUSTRIAL.  Os GOVERNOS dos ESTADOS EUROPEUS passaram a CONTROLAR  as SUAS MOEDAS NACIONAIS. A EFIGIE do SOBERANO foi tomada para expressar este vínculo ESTADO e ECONOMIA.. A partir da ÉPOCA PÓS-INDUSTRIAL esta “CARA” da MOEDA NACIONAL começou a desaparecer além do lastro FÌSICO em OURO. Em contrapartida a ECONOMIA começou a manietar cada vez mais a POLÌTICA NACIONAL. Desta forma as DITADURAS POLÙICAS CEDERAM o seu PASSO e o seu  ESPAÇO para a DITADURA ECONÔMICA.

A p. 130, copiamos uma Portaria dos Governadores de Portugal, pela qual se anuncia, que o longo projectado empresticuo ao Real Erario ainda naõ está completo, e se manda entrar uos cofres, estabelecidos para o pagamento do principal e juros desta divida, com o dinheiro, que para isso he necessário, A expressaõ, de que o emprestimo esta proximo a ultimar-se, prova, que ainda se naõ concluîo; mas os Governadores do Reyno tem cuidado em naõ dizer quanto lhes falta, para o tal complemento O fim apparente da portaria, he mandar entrar nos cofres, com o dinheiro necessario para o pagamento dos juros: mas como isto se tinha ja determinado na portaria, por que se abrio o emprestimo, em 8 de Juiho do anuo passado, he claro que o fim verdadeiro desta portaria, he propor novo estimulo aos capitalista a ver se concorrem com o emprestimo. Mas he claro, que a Portaria deve produzir o effeito opposto; porque, se desde Julho do anno passado os Governadores naõ pensáram em mandar entrar nos cofres, com o dinheiro preciso para a satisfacçaõ dos juros do emprestimo, que solicitávam ¿ que prova mais clára pôde haver de falta de punctualidade, do que esta tardia providencia ?

Fig. 07 –  A  MONETARIZAÇÂO da POLITICA da PRIMEIRA ERA INDUSTRIAL pode se acompanhada e ilustrada com as MOEDAS com suas “FACES”  portadoras das EFIGIES dos SOBERANOS NACIONAIS. A NUMISMÀTICA NRASILEIIRA possui amplo material de estudo no período do REINO e que fluiu para a consolidação da SOBERANIA BRASILEIRA.  A conquista definitiva desta SOBERANIA foi lastreada e expressa por uma  ECONOMIA. Pouco SIGNIFICADO teria. Para a POLÌTICA NACIONAL, um problemático GRITO de um IPIRANGA sem a esperança e a crença de um NÙCLEO ADMINISTRATIVO IMPESSOAL no controle da MOEDA NACIONAL. Evidente que os 200 anos que separam FEVEREIRO de 1818 e FEVEREIRO de 2018 não conseguiram evidenciar um PROJETO BRASILEIRO consistente e um CONTRATO NACIONAL solidamente estabelecido e reconhecido pelas demais 200 soberanias nacionais do planeta.

E se as medidas, que tomáram, quando abrîram o emprestimo, éram sufficientes, ésta segunda portaria, por isso que éra escusada, necessariamente se faz suspeita. A verdade he o Governo terá sempre tanto menos credito, quanto obrar mais arbitrariamente; porque, como os individuos, que emprestam ao Governo naõ tem meios nem legaes, nem violentos, para o obrigar a cumprir com o que promette, he claro que os credores sô emprestaraõ ao Governo, se estivérem convencidos de sua justiça, e que tanto menos estaraõ, quanto mais arbitrario for esse Governo. Agôra ¿ que medidas tem adoptado os Governadores de Portugal, para se acreditarem por justos? Degradar os da Septembrizaida, sem proceso; e enforcar os inimigos do Marechal, com processo tal, que nunca se vio igual. Logo, o emprestino naõ pode nunca ser voluntario: porque naô haverá mutuante,que naõ esteja exposto a ser, pelo menos, expulso do Reyno, quando naõ sêja enforcado, e dar-se-lhe assim as contas por justas, tanto nos juros, como no principal.

Mas diraõ, que o Senhor Ricardo Raymundo mandarå escrever pelo padre bebado, ou energumeno, contra o Correio Brazilieuse, e assim ficará outra vez accreditado o Governo. Desejavamos sinceramente podermos dar lhes os parabens pelo expediente. Mas quer haja, quer naõ, Correio Braziliense, quer elle seja refutado. quer naõ, os homens de senso commnm teraõ sempre as mesmas ideas de tal Governo; e se o Correio Braziliense. expondo taes males, dá com isso uma esperança deque elles se remediaraõ, os Governadores de Portugal, empregando um bebado para os defender, degradûam o seu character, e deteriôram a sua causa.
Fig. 08 –  A figura de Dom João VI a cavalo expressava a nobreza e a soberania sobre o peão ou gente a pé. A verdadeira parafernália icônica com que se exalta  os senhores e senhoras do REGIME administrativo MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO tinha livre curso enquanto que a imagem singular do súditos era proibida.. Com este expediente o Brasil ignora a imagem e os rostos daqueles do PODER ORIGINÀRIO por mais importantes e significativos seria a historiografia brasileira. Este tabu pela imagem personalizada também se aplicava para a arquitetura colonial com exceção das igrejas e dos raros e  modestos palácio governamentais.


Os emprestimos publicos, naõ forçados com o temor de îr degradado para ás Ilhas, mas voluntários, saõ o criterio da confiança que a Nacaõ tem no Governo. Julguem-se os Governadores de Portugal a si mesmos, por ésta pedra de toque; considcrem, que desde Julho passado aiuda naô podéram completar o emprestimo, e que nenhum estrangeiro achou, que devia confiar-lhes nem uiu vintem; compárem isto com os rnilhoens, que todos os estrangeiros confiam annualmente ao Governo Inglez; e entaô" veraõ os Governadores do Revno a justa situaçaõ em que se acham; e conheceraõ, que nem os oradores mais eloquentes, nem os escriptores mais agudos, serîam capazes de mudar a opiniaô publica a seu favor, em quanto clles na5 mudassem de systema

MOEDA de DOM JOÃO VI

FALÊNCIA do PRIMEIRO BANCO do BRASIL

Fig. 09–  O compadrismo, o clientelismo e o jeitinho brasileiro conseguem fazer costuras políticas, econômicas e de interesses dos quais  são excluídas as mulheres, o povo e os operários. É o retorno ao REGIME MONOCRÁTICO e HEREDITÀRIO onde reina personalismo administrativo.. Nos projetos coloniais europeus não era possível governar sem o paternalismo, o apadrinhamento e submissão de mente, vontade e sentimentos dos  súditos. A soberania nacional não tinha grande sentido. Um soberano podia governar simultaneamente vários estados. Para tanto a maquina governamental tinha de demonstrar absoluta obediência. Nada melhor do que o parentesco, o compadrio e o encilhamento.  


CORREIO BRAZILIENSE  DE FEVEREIRO de 1818. Volume XX. Nº 117, pp, 223 - 224

Conrespondencia.

Carta ao Redactor sobre o Intendente da Policia do Rio-de-Janeiro.

Senhor Redactor do Correio Braziliense!

Como as gazetas do Rio-de-Janeiro e o seu Jornal fallam dos melhoramentos no Brazil, por intenvençaô e via do Intendente Geral da Polícia Paulo Fernandes Vianna[1], e como este honrado e digno ministro se acha, sicut erat in principio fira quanto a despachos, e se com o resultado de doenças, que tem adquirido no serviço, naõ obstante os Targinis, e outros se acharem Baroens e Viscondes, &c. &c, lhe direi, para maior informaçaõ dos seus leitores, que Paulo Fernandes Vianna tem trabalhado e feito em 10 annos mais serviços que todos os intendentes geraes da policia desde a sua creaçaõ.



[1] Intendente Geral da Polícia Paulo Fernandes Vianna https://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Fernandes_Viana




Fig. 10 –  Paulo FERNANDES VIANNA foi  Intendente Geral da Polícia da Corte de Dom João VI. Porém o seu NOME, TRABALHOS e OBRAS foram ignorados pelo GOVERNO e pelos SEUS SÓCIOS conforme registra o CORREIO BRAZILENSE em fevereiro de 1817: “Intendente da Policia, cujos serviços essenciais desde que a Família Real passou para o Brazil, são conspícuos e ficam provados pelos melhoramentos, que temos anunciado, e os serviços de abrir novas estradas, pontes, fontes, &.” . A mesma discriminação oficial silenciou outras valorosas expressões como do Conde da BARCA e o General  GOMES FREIRE de ANDRADE[1] e dos seus companheiros do lúgubre infortúnio exterminados pela inércia de uma corte voltada apenas para os seus sócios e prosélitos

Para prova disto basta olhar para o estado atrazado a até desconhecido de policia, em que se achava o Brazil; e o Rio-de-Janeiro, antes da chegada da Familia Real. Basta olhar para o estado critico e melindroso, em que se deveria achar o Rio-de-Janeiro a cada momento; visto ser ésta cidade o lugar, que servia de escála e rendevous para as possessoens Hespanholas; e para onde se muniam os revolucionarios com passaportes. Em fim basta olhar para as immensas cousas, que o Intendente tinha a fazer, achando-se o Rio-de-Janeiro mudado, em um momento, de Cidade de Colonia em Capital do Reyno e em Côrte, e tudo isto sem estabelicimentos previos, sem rendas fixas. Paulo Fernandes Vianna sem receber do Erario ajuda alguma de custo; sem ter á sua disposiçaõ as rendas das limpezas das ruas, como tinha o Manique; nada menos que 200 contos, sem ter as rendas da Casa Pia; &c. &c. tem mantido, naô sá o que mantinha o Manique, mas atê de raais a mais tem feito oque ja mais fez Intendente algum ; por exemplo, carregar com as immensas despezas dos colonos, que viéram das Ilhas, e que a naô ser elle serta raesmo baldada a sua vinda: pois que se deveo ao seu cuidado infatigavel a distribuicaô delles pelas differentes terras. Carregar com as grandes despezas das festas, curros, &c. &c. E até servindo muitas vezes de Bolcinho para gastos, que exclusivamente pertenctam a outrem. Em fim carregando com despezas extraordinarias para serviços particulares e entendidos entre elle e El Rey.

Fig. 11 –  O antigo prédio  da Delegacia da Polícia da Corte de Dom João VI numa foto do final do século XIX.  Um governo da nova ERA INDUSTRIAL deveria exercer a VIOLÊNCIA como delegação do cidadão avulso que renunciava a fazer a justiça,  com as próprias mãos e meios, DELEGANDO e CONTRATANDO, para este feito,  o ESTADO NACIONAL. Para tanto este ESTADO NACIONAL não só se precisava aparelhar e contratar agentes, mas também dispor de um espaço físico fixo conhecido de todos. De outro lado -  para que este ESTADO NACIONAL NÂO se transformasse num ESTADO POLICIAL - ele avançava com PROJETOS COMPENSADORES desta VIOLÊNCIA. O trabalho honesto e positivo, as escolas públicas e as artes davam um corpo físico e institucional  estes PROJETOS COMPENSADORES desta VIOLÊNCIA  contratual.


Naõ digo, Senhor Redactor, que estes gastos os faça da sua algibeira, mas sim que, a naõ serem os fundos da sua casa, adquiridos com o seu casamento, lhe seria impossivel com as rendas da Policia, por mais exaggeradas que se façam, o supprir a tanto gasto, e digo, portanto, que o desembolso em que elle muitas vezes está de sommas avançadas, para o serviço de Estado, he um serviço de grande lote; e saõ a titulo do que obtiveram Quintela e Bandeira os titulos de Baraõ. ainda mesmo que tirávam destes avanços como negociantes, que éram, 200 por 100.- e tinham além disto os Contractos Reaes por muito menos que dariam outros.

Fig. 12 –  A crescente especialização e divisão de tarefas, imposta pela lógica da ERA INDUSTRIAL,  levou os GOVERNOS dos ESTADOS EUROPEUS, ao longo do século XIX a criar a POLÌCIA SEPARADA do EXÈRCITO. EXÈRCITO a quem incumbia  a DEFESA dos TERITÒRIOS NACIONAIS enquanto a POLÌCIA cabia a SEGURANÇA INTERNA. Espinosa já havia defendido, no plano filosófico,  a tese de que ao ‘ESTADO cabe a SEGURANÇA enquanto ao CIDADÂO CABIA a LIBERDADE’, Para os SOBERANOS MONOCRÀTICOS, HEREDITÀRIOS isto significava a drástica limitação do seu PODER PESSOAL ou dos seus SÓCIOS. De outro lado pouco importava as PESSOAS SEREM BOAS ou MÀS, quando existe um aparelho estatal competente dentro dos limites constitucionais e contratuais. Esta AUTOMAÇÂO do PODER ESTATAL vem sendo TENTADA ainda em FEVEREIRO de 2018 e SEM UMA SOLUÇÂO DEFINITIVA a VISTA

Fig. 13–  O deputado Eduardo CUNHA tornou-se “boi para as piranhas”  para salvar o REBANHO dos seus PROSÉLITOS e SÓCIOS de ocasião. Uma das figuras mais notórias do GOVERNO BRASILEIRO,  do início do século XXI, ele enganou  multidões anônimas  e com o decidido apoio dos seus SÓCIOS se apropriou dos mais altos CARGOS NACIONAIS. Porém os seus próprios SÓCIOS o abandonaram, o condenaram ruidosamente e ele foi para a cadeia  para que a MALTA dos seus SÓCIOS e  PROSÈLITOS pudesse prosseguir no caminho dos seus próprios projetos perversos e lesivos à NAÇÂO BRASILEIRA..


Na conclusão é necessário sublinhar que, em fevereiro de 1818 os SÓCIOS do GOVERNO eram,  e continuam sendo em fevereiro de 2018, um pequeno FEUDO fechado sobre si mesmo. A este FEUDO não  importa a NAÇÂO, a sua natureza, problemas e até recursos.  O SEU ÚNICO e ÚLTIMO objetivo é empolgar o PODER e, ato contínuo, mantê-lo sob o seu controle através da POLÍCIA, do ENCILHAMENTO e das CHANTAGENS SEM FIM.

Fig. 14 –  O mecanismo  LEVIANO e MAL INTENCIONAD da acusação de que “ A CLPA é do ELEITOR”  começa a se desvendar pelo fato de VOTO ser OBRIGATÓRIO. Esta OBRIGATORIEDADE é uma ARMA que o ELEITOR  faz questão de usar para colocar nos CARGOS, os MAIS PALHAÇOS, os MAIS CORRUPTOS  e os MENOS EFICAZES. Assim materializa a “pedrada”  do Barão de ITARARÈ “QUER CONHECER o INÀCIO: o COLOQUE no PALÀCIO  O SERVIÇO PÚBLICO - que, em tese, deveria ser destinado ao BEM PUBLICO - é CORROMPIDO, INUTILIZADO e se volta contra o BEM da NAÇÂO. De outro lado o ELEITOR SABE de ANTEMÂO que ESTE PODER PERTENCE de uma ou de outra forma a um SELETO CLUBE DE SÓCIOS. O ELEITOR também sabe, de antemão,  que o seu voto não possui o menor sentido diante do ESTELIONATO ELEITORAL, da AUDÁCIA dos DONOS do PODER e das IINCRIVEIS e mirabolantes GINCANAS JURÍDICAS.  GINCANAS JURÍDICAS que estão FORA das SUA COMPREENSÂO, da sua COMPETÊNCIA e sempre FAVORÀVEIS aos ETERNOS SÒCIOS do PODER.



  A OPINIÃO PRONTA, DIGERIDA e VOMITADA pelos MEIOS de COMUNICAÇÃO de MASSA é a ÚNICA INFORMAÇÂO que CHEGA ao PODER ORIGINÀRIO da NAÇÂO. Enquanto isto o NOVO, o INEDITO e o VERDADEIRO são atropelados. Estes são aniquilados pela ESCRAVIDÃO VOLUNTARIA e pelo COLONIALISMO. Para estes vale a normativa governamental de MAQUIAVEL: Os homens  ficam satisfeitos e nada mais procuram quando presente encontram o bem.”.

Torna-se impossível de desvelar o EMBUSTE -  apontado por este florentino - quando os MEIOS de COMUNICAÇÃO de MASSA DIGEREM, VOMITAM a OPINIÃO PRONTA daquilo  que pretendem que seja o BEM GERAL, e o BOM VERDADEIRO e ÚNICO. Na SOMBRA destes GIGANTES ÓCOS e FALSOS  se instala e agem subliminarmente a ESCRAVIDÃO VOLUNTARIA e o COLONIALISMO REQUENTADO. Agem  pelo REPERTÓRIO ABASTARDADO, pela IMAGEM com a qual não é possível discutir e pela NARRATIVA SEDUTORA, EMPOSTADA e FALSA


FONTES NUMÉRICAS DIGITAIS


PAI e FILHA

ESPOSA de PRESIDENTE com CINQUENTA (50) SERVIÇAIS

MAQUIAVEL - O PRINCIPE  Cap. XXIV,

Intendente Geral da Polícia Paulo Fernandes Vianna 

POLITICOS e POLÌCIA

ELEITOR X POLÌTICO  x POLÌCIA

GOMES FREIRE de ANDRADE

DESEMPREGO CRESCE no BRASIL em JANEIRO de 2018

REVANCHISMO

RIO GRANDE do SUL ESTADO PRIVILEGIADO pela POLÍCIA FEDERAL

FALÊNCIA do PRIMEIRO BANCO do BRASIL

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